segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Brah ma, o Deus Criador - Mitologia Hindu




Brahma é o deus criador, conhecido originalmente como Prajapati (प्रजापति em sânscrito). Ele é o primogênito, pai dos deuses, humanos e demônios, quem os ensina sobre a natureza pura e a virtude. Tem como "veículo" um pavão, um cisne, ou um ganso. Foi quem revelou o Vedas¹ á humanidade. Em alguns escritos hindus, como o Mahabharata, Brahma é o supremo na tríade dos maiores deuses hindus, a qual inclui Shiva e Vishnu.

Também possui vários outros nomes, como por exemplo: Hiraṇyagarbha ( हिरण्यगर्भ ), que significa "embrião cósmico"; Vidhi ( विधि ), "o ordenador"; e Vishvakarman ( विश्वकर्मा ) "criador do universo".


Nos tempos da Criação, Brahma emergiu das águas primais como o primeiro ser consciente (o primeiro "ego") surgindo de dentro do ovo cósmico dourado. É chamado de Swayambhu (स्वयम्भू em sânscrito) porque de fato nada nem ninguém o criou, ele criou a si mesmo. Após sair do ovo, Brahma criou de dentro de si mesmo o bem, o mal, a luz e as trevas. Depois criou os deuses, os demônios, os humanos, e todas as criaturas viventes.

No processo de criação, talvez em um momento de distração, os demônios nasceram de uma de suas coxas, então Brahma abandonou seu próprio corpo, o qual virou a Noite. Após criar os deuses bons, Brahma abandonou seu corpo novamente, o qual virou o Dia. Consequentemente, os demônios ganharam ascendência na Noite, e os deuses, que são as forças do bem, governaram o Dia. Brahma então criou os seres humanos, abandonando seu corpo novamente, para que se tornasse o escurecer e o alvorecer, e depois colocou o deus Shiva para governar a humanidade.

Os seguidores do Vaishnavismo², ao contrário dos demais, acreditam que Brahma teria nascido da flor de lótus que saltou do umbigo do deus Vishnu.


Devido ao seu elevado status, é o deus menos envolvido em mitos pictóricos, nos quais deuses assumem formas e atributos humanos, é geralmente retratado como um ideal abstrato ou metafísico de um grande deus. Em um texto antigo em sânscrito, o Puranas, esse fato é explicado por Brahma já não ser mais adorado e outros deuses acabarem por ser atribuídos a seus mitos e lendas, porém mesmo assim ele continuou mantendo seu status de deus criador.

Ele ainda hoje é honrado com uma cerimônia anual no local de peregrinação de Pushkar, em Rajasthan, na Índia. E continua sendo uma figura popular no sudeste da Ásia, principalmente na Tailândia e em Bali.

¹ texto em sânscrito, que contém as quatro escrituras, Rg, Yajur, Sama e Atharva-Vedas, descrevem os elaborados rituais e mantras usados na religião do povo indiano nos tempos védicos.
² tradição hindu que se distigue das outras pela sua adoração ao deus Vishnu.








Anansi, a Aranha - Mitologia Africana - Povo Ashanti?




O mais esperto de todos os seres da Terra foi Kwaku-Anansi, a Aranha, que era filho de Nsia e casado com a mulher chamada Aso, Anansi recebeu esse nome do próprio deus do Céu, Nyankompong, por sua esperteza.

Dizem que Anansi queria conhecer todas as histórias que apenas o deus sabia, e por isso um dia ele foi pedir a Nyankompong que lhe vendesse suas histórias. Mas o deus disse que, se muitos já tinham tentando comprá-las e não puderam pagar o preço, Anansi também não poderia. Pressionado para saber quanto custariam as histórias, o deus do Céu revelou:

- Traga para mim a jiboia Onini, o leopardo Osebo, o enxame de vespas Mmoboro e o espírito Mmoatia. Então eu lhe venderei minhas histórias.

Anansi prometeu que não só traria todos eles, mas ainda sua mãe Nsia, como pagamento ao deus. Foi para casa e consultou a esposa. Aso lhe disse que, para apanhar a jiboia, ele precisaria cortar um galho de palmeira e um pedaço de trepadeira. Anansi fez isso, e foi com Aso para a beira do rio. Lá, os dois começaram a discutir.

- É maior! - dizia Aso.
- Não é maior! - respondia Anansi.
Onini ouviu a discussão e foi ver do que se tratava. Anansi lhe disse:
- Minha mulher diz que esta folha de palmeira é maior do que você. Eu digo que você é maior que a folha da palmeira! Quem está certo?

Para fazer a prova, a jiboia se estendeu sobre a folha, e, sem perder tempo, Anansi a amarrou na haste, usando a trepadeira. Onini não podia escapar. Aso, então, ensinou ao marido:

- Para pegar Mmoboro, arrume uma cabaça com água e uma folha de bananeira.
Anansi fez o que a mulher dissera. Tomou uma cabaça, encheu-a de água e andou até achar o enxame de vespas. Então jogou metade da água sobre si mesmo e a outra metade sobre as vespas, e deixou a cabaça no chão, dizendo:

- Está chovendo! Precisamos nos proteger. Eu tenho uma folha de bananeira para me esconder, mas as vespas não têm! Deviam entrar na cabaça, ali a chuva não vai molhá-las...

As vespas acharam mesmo que estava chovendo e voaram todas para dentro da cabaça. Mais que depressa, Anansi tapou o recipiente com a folha de bananeira. Depois disso, Aso mostrou ao marido como cavar um grande buraco e cobrir a abertura com folhas, bem no meio do caminho entre a cova do leopardo Osebo e o riacho onde ele ia beber água. No dia seguinte, os dois foram até lá e viram que Osebo havia caído dentro do buraco, e podia ser facilmente aprisionado.

Anansi estava feliz com as capturas, mas ainda faltava apanhar Mmoatia, o espírito, e não é nada fácil prender os espíritos. Aso e Anansi então esculpiram uma boneca de madeira e a cobriram com a seiva de uma planta muito grudenta. Deixaram-na perto do lugar em que os espíritos costumavam passear, e junto da boneca puseram uma cuia cheia de um delicioso mingau de mandioca. Quando Mmoatia, o espírito, passou por ali, teve vontade de comer o mingau e pediu à boneca se podia experimentar. Como a boneca nada dissesse, ele deu-lhe um tabefe e sua mão ficou presa à seiva. Tentou bater na boneca com a outra mão, que também ficou presa. E acabou sendo capturado por Anansi, que o levou junto com o leopardo, a jiboia e as vespas à presença de Nyankompong.

O deus ficou impressionado, pois até agora ninguém tinha conseguido pagar o preço que ele cobrara, e Anansi levara também ao deus sua mãe Nsi. Deu, então, a Anansi todas as sua histórias, e até hoje elas são conhecidas como Histórias da Aranha.

Anansi viveu inúmeras outras aventuras e enganou muitos deuses, homens e animais. Porém, certa vez, sua própria esperteza se voltou contra ele. Aconteceu que, não muito longe das terras de Anansi, vivia um rei muito poderoso, e que possuía um bode enorme, invejado por todas as pessoas. O rei não permitia que ninguém sequer tocasse em seu bode, que podia andar por onde quisesse e comer de tudo o que quisesse. Pois o bode, certo dia, saiu das terras em que morava e se pôs a comer os rebentos do milho da plantação de Anansi.

Não demorou e a Aranha foi conferir sua lavra de milho, mas descobriu que ela estava devastada; desesperado, percorreu o milharal e deu com o bode do rei, lá no meio, ainda mastigando o milho que fora tão cuidadosamente cultivado. Furioso, Anansi pegou uma pedra e jogou na cabeça do bode, que caiu morto no meio dos pés de milho.

Quando a raiva passou, Kwaku-Anansi olhou para o bode morto e soube que estava perdido. O rei condenava à morte quem tocasse seu animal, e logo descobriria quem o matara... Sentou-se então sob uma árvore e se pôs a pensar em algum estratagema que o livrasse da fúria do rei. De repente, um fruto muito suculento caiu dos galhos lá em cima, bem sobre sua cabeça, e aquilo lhe deu uma ideia.

Anansi pegou o corpo do bode morto e o pendurou em um dos galhos da árvore. Saiu à procura de um vizinho,, outra aranha, maior e mais forte que ele. Disse ao vizinho que sabia de um lugar onde se podiam colher frutos saborosos, apenas sacudindo-se o tronco da árvore. E, quando as duas aranhas chegaram junto à árvore, pediu ao vizinho que sacudisse o tronco. De fato, quando os galhos balançaram pela força da outra aranha, muitos frutos caíram, mas junto deles veio também o bode morto.

- Você matou o bode do rei! - exclamou Anansi, deixando apavorado o vizinho. - Bem, se for ao rei e confessar o que fez, talvez ele não se importe.

A outra aranha achou que não tinha outra coisa a fazer senão confessar o acontecido ao rei. Tomou o corpo do bode e, a caminho da casa do soberano, parou para falar com sua mulher sobre o que acontecera. A mulher chamou o marido de imbecil: desde quando bodes sobem em árvores? Ele havia caído em alguma armadilha.

A conselho da mulher, o vizinho então foi ao palácio do rei, mas nem levou o bode e nem falou com o soberano. Quando voltou do passeio, foi dizer a Anansi que ele estava certo, o rei não tinha se importado nem um pouco com a morte do animal, e ainda lhe tinha dado uma parte da carne do bode! Anansi ficou inconformado, achando que aquilo não era justo: se ele é que tinha matado o bode, ele é quem deveria ganhar uma porção de sua carne! Ao ouvir aquilo, o vizinho e sua mulher arrastaram Kwaku- Anansi á presença do rei e lhe contaram tudo. A aranha não teve outro jeito senão confessar e pedir o perdão do rei.

Mas este ficou tão furioso que caiu de pontapés sobre Anansi, e foram tantos golpes que a aranha se dividiu em muitos pedacinhos; cada um fugiu para se esconder em um canto. E é por isso que os descendentes da aranha, que antes era enorme, hoje são bem pequenos e se escondem pelos cantos das casas...



Fonte: Livro "Volta ao Mundo em 80 Mitos", por Rosana Rios.

A pena capital é bíblica ?

Pr. Marcello Oliveira

A instrução sobre a pena capital (Gn 9.5,6) é inserida no arcabouço da promessa do Senhor (Gn 8.20-22) e da aliança (Gn 9.8-17), que é ministrada a toda a humanidade para preservar toda a vida humana. Nesse contexto, a legislação para se executar a pena capital pertence a todo o povo (Gn 9.5,6). A pena capital se fundamenta na verdade de que todos os seres humanos portam a imagem de Deus, separando-os do resto das criaturas vivas. “Ninguém pode ser injurioso para com seu irmão sem ferir a Deus mesmo.” A ofensa em si não é contra o homicida, nem sua família, nem a sociedade em geral (obviamente ela os impacta também), mas é contra Deus.
Tão valiosa é a vida humana como a portadora da imagem de Deus que Ele estipula compensação pelo derramamento da vida de seu sangue, não só do homicida, mas inclusive dos animais. O principio de lex talionis (isto é, vida por vida) fica esclarecido nos mandamentos divinos dados ao povo pactual relativos ao homicídio (Nm 35.16-21) e no ensino de Paulo sobre o cristão e o Estado. No caso do homicídio involuntário, os culpados são consignados a cidades de refúgio, não penitenciarias, até a morte do sumo sacerdote (Nm 35.22-28). Não obstante, no caso de homicídio, impõe-se a pena capital.
No Novo Testamento, os cristãos não devem vingar-se por qualquer malfeito recebido, mas devem dar lugar à ira de Deus para vingá-lo (Rm 12.19). Deus, por sua vez, designa o governo civil como seu ministro, um vingador para executar a ira sobre quem pratica o mal (Rm 13.4). O Senhor e Rei supremo arma a autoridade civil com a espada, instrumento de morte, para o castigo dos malfeitores. A legislação, “quem derrama o sangue do homem, pelo homem se derramará seu sangue” fornece a evidência de que a autoridade civil, como ministra de Deus, tem  a responsabilidade de executar a pena capital contra toda ofensa capital.
Essa é uma obrigação, não uma opção, que Deus impõe ao Estado. Três vezes Deus diz: “pedirei contas” (Gn 9.5). Ele pedirá contas dos assassinos e do Estado que não usa a espada para castigá-los. Sob o regime da lei no Antigo Testamento, não havia qualquer tipo de força policial como conhecemos. Se era cometido um homicidio, cabia à família da vítima encontrar o culpado e levá-lo à justiça. Os anciãos da cidade protegeriam o acusado até que o caso fosse investigado. Se fosse considerado culpado, a família da vítima poderia realizar a execução. Uma vez que o assassino havia derramado sangue, o sangue dele também deveria ser derramado.
Deus institui o governo, pois o coração humano é perverso (Gn 6.5), e o medo do castigo pode refrear possíveis infratores da lei. A lei é capaz de impor limites, mas não de regenerar; somente a graça de Deus é capaz de transformar o coração humano. O governo humano tem suas fraquezas e limitações, mas é melhor do que a anarquia e do permitir que cada um faça aquilo que considera mais reto aos seus próprios olhos (Jz 17.6; 18.1; 21.25)
A lei protege cuidadosamente o inocente. Deve haver pelo menos duas ou três testemunhas para convencer uma pessoa de crime (Dt 19.15). Se uma testemunha cometer perjúrio, então os juízes que julgam o caso farão com o perjuro o que ele pretendia fazer com o acusado, inclusive vida por vida (Dt 19.16-21). Além disso, as testemunhas devem ser envolvidas na execução (Dt 17.2,7).
Todavia, o homicida que realmente se arrepende do crime alcança misericórdia de Deus (Pv 28.13) e sua alma escapa do inferno. Embora Davi tenha cometido um adultério e mandado matar a Urias, ele achou perdão com base nos sublimes atributos da graça de Deus, em seu amor infalível e em sua terna misericórdia (2Sm 12.13,14; Sl 51).
Aqueles que se opõem à pena de morte perguntam: “A pena de morte reprime a criminalidade?” Mas será que qualquer lei, inclusive as leis de trânsito, é capaz de refrear a criminalidade? Talvez não tanto como gostaríamos, mas a punição de criminosos ajuda a sociedade a respeitar a lei e a justiça.
Fonte: Davar Elohim
Divulgação: www.juliosevero.com

O papel do governo e os cristãos?

Julio Severo

O Cristianismo deve ser estendido a toda a sociedade. Para essa finalidade, existe a evangelização, onde o Senhor Jesus Cristo comissionou seus discípulos a ir a todo o mundo e pregar o Evangelho a todas as pessoas. Nada e ninguém deve ficar de fora da influência do Evangelho.

No começo, o método exclusivo de evangelização usado era simplesmente a pregação do Evangelho, por meio dos líderes e do testemunho pessoal dos membros comuns.

Desse jeito, a mensagem sobre o ministério, vida, morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo experimentou uma propagação extraordinária na sociedade, atingindo até mesmo as autoridades — sempre porém com muitas perseguições. A expansão do Cristianismo ocorreu basicamente por causa dessas perseguições. O crescimento do Evangelho foi regado com o sangue dos mártires.

Já bem estabelecido em muitos setores da sociedade do Império Romano, o imperador Constantino, depois de se converter, teve a iniciativa de oferecer privilégios e favores especiais a todos os cidadãos romanos que resolvessem se converter para o Cristianismo. Por mais boa intenção que ele tivesse, a obra da conversão pertence exclusivamente ao Espírito Santo, com a colaboração dos cristãos, que têm a missão de dar bom testemunho a fim de atrair os descrentes à esfera do Evangelho.

O que aconteceu foi que as igrejas cristãs começaram a se paganizar, pois os pagãos passaram a ser cristãos, por causa dos favorecimentos dados para quem se convertesse, e trouxeram consigo suas práticas pagãs.

Assim, a tentativa de utilizar o governo para empurrar as pessoas para se converter foi um fracasso, pois o governo é incapaz de cumprir o que não tem chamado para cumprir. Com essa experiência política dos cristãos romanos, aprendemos que o governo não pode e não tem chamado nenhum para ocupar o lugar da Igreja do Senhor Jesus Cristo na sua missão de evangelizar.

Então, com esses erros do passado, os cristãos hoje aprenderam a lidar de modo correto com as questões políticas? No que se refere à evangelização, a lição parece que foi realmente aprendida.

No entanto, os erros de hoje não são iguais aos erros do passado. Enquanto no passado, cristãos bem intencionados tentaram atribuir ao governo a função de evangelização, que pertence exclusivamente à Igreja do Senhor Jesus Cristo, os cristãos bem intencionados de hoje tentam atribuir ao governo algumas funções da família e da Igreja do Senhor Jesus Cristo.

Esses cristãos acham que o governo tem a função de:

  • Reabilitar criminosos (função exclusiva do Senhor Jesus Cristo, através da Sua Igreja).

  • Alimentar os pobres (função de cada pessoa de acordo com sua própria consciência e liberdade moral).

  • Dar saúde a todos (função em parte de cada pessoa e também da Igreja do Senhor Jesus Cristo).

  • Dar educação (função da família e também da Igreja do Senhor Jesus Cristo).

  • Redistribuir renda. (Nem mesmo a Igreja do Senhor Jesus Cristo tem essa função, pois todos os ricos são chamados, de acordo com sua consciência e liberdade moral, de ajudar os necessitados. Assim como o governo não pode obrigar as pessoas a se converter, também não pode obrigá-las a ajudar os outros, mediante cobrança forçada de impostos pesados e iníquos.)

Assim como o erro do passado, esse erro também tem como causa as boas intenções de alguns cristãos. Assim como no passado, esses cristãos querem que o governo ocupe funções que Deus jamais lhe deu, de modo que não foi de estranhar que o Império Romano tenha fracassado em seus esforços humanos de converter os cidadãos pagãos e de modo que não será de admirar que o governo de hoje experimente igual fracasso em suas tentativas de usurpar o chamado das famílias e da Igreja do Senhor Jesus Cristo.

Não é preciso entrar em detalhes para explicar qual é o chamado do cristão na sociedade. Sua missão é permitir que o Espírito Santo o use continuamente para pregar a Palavra de Deus a todos os pecadores.

  • Onde há perdição, ele leva a luz do Evangelho, como Jesus ensinou.

  • Onde há doenças, ele ministra aos doentes, como Jesus ensinou.

  • Onde há necessidades materiais, ele pratica e ensina o amor ao próximo, como Jesus ensinou.

Entretanto, qual é o papel do governo e, de modo particular, qual deve ser o papel do cristão na política?

A Bíblia ensina que a função do governo e seus governantes é serem servos de Deus. O que é então o governo ser servo de Deus? Pregar o Evangelho? Alimentar os pobres? Cuidar dos doentes? Reabilitar os criminosos? Educar as crianças?

“Pois [a autoridade política] é serva de Deus para o seu bem. Mas se você praticar o mal, tenha medo, pois ela não porta a espada sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal”. (Romanos 13:4 NVI, o destaque é meu.)

Ser servo de Deus é o governo fazer a vontade de Deus se ocupando com a função que Deus lhe deu. Parece que bem poucos cristãos sabem ou lembram que Deus já estabeleceu uma função para o governo.

Seja cristão ou não, o presidente, governador ou outra autoridade política tem chamado de Deus para cumprir sua obrigação de castigar os maus e elogiar os bons. Nem mais, nem menos.

“Somente os que fazem o mal devem ter medo dos governantes, e não os que fazem o bem. Se você não quiser ter medo das autoridades, então faça o que é bom, e elas o elogiarão.” (Romanos 13:3 NTLH)

Cumprindo tal função, o governo não precisará mais se intrometer em áreas que não lhe competem e áreas em que seu fracasso é mais que evidente, como educação, saúde, etc. Cessando tal intromissão, o governo deverá parar de cobrar incessantes, pesados e abusivos impostos com o suposto objetivo de investir na saúde, educação, etc., livrando os trabalhadores da escravidão como financiadores involuntários de todo tipo de programa governamental social absurdo.

Assim, o governo terá tempo para se ocupar exclusivamente com sua missão de dar segurança à população. Por sua vez, tendo mais segurança e tendo muito menos de seu dinheiro desperdiçado no pagamento de impostos, a população terá muito mais liberdade para procurar ou estabelecer os serviços que lhe são essenciais, como saúde, educação, etc.

Quando o governo se envolve em funções que não lhe competem, o resultado é insegurança: os maus não são castigados e os bons cidadãos não são elogiados. Em casos extremos, o governo castiga os bons cidadãos e elogia os maus! Não muito diferente do que ocorre no Brasil de hoje, onde certos indivíduos que promovem o “direito” ao aborto, ao homossexualismo e a outros males são elogiados, enquanto os bons cidadãos que se manifestam contra essas práticas nocivas são tratados como preconceituosos e até pior. Enquanto os maus são elogiados por promoverem o homossexualismo e camisinhas nas escolas, famílias inocentes são impedidas de exercer seu direito de deixar de mandar seus filhos ao péssimo ambiente escolar que o governo está proporcionando às crianças. Essas famílias são perseguidas por optarem pela educação escolar em casa.

Entretanto, os problemas não param por aí. Enquanto mais de cinqüenta mil pessoas são assassinadas por ano no Brasil, o governo se prepara para punir severamente — não os criminosos e assassinos, mas as famílias que prosseguirem na milenar prática da disciplina física nos filhos. O clima é de muita insegurança e caos. Mas o governo tentará mostrar que está trabalhando. Se não puder perseguir e punir os verdadeiros criminosos, o governo simplesmente, por suas próprias leis absurdas, transformará em criminoso toda mãe ou pai disciplinador ou todo cidadão bom que ousar se opor aos programas governamentais de favorecimento ao homossexualismo e outros pecados.

Se os cristãos não ajudarem o governo a cumprir sua missão, inevitavelmente o governo tentará impedir os cristãos de cumprirem sua própria missão. Caso um governo, por causa de sua confusão moral, tenha se esquecido ou nem mesmo saiba mais seu dever natural, os bons cidadãos devem lembrar aos governantes sua responsabilidade de:

(1) castigar, punir, penalizar e fortemente desencorajar os assassinos, os ladrões, os estupradores, os adúlteros, os pedófilos, os seqüestradores, os abortistas e outros maus.

(2) elogiar os bons que se opõem a esses males e ajudam os pobres, os órfãos, as vítimas de violência sexual, os oprimidos pelo homossexualismo, etc.

Portanto, os cristãos devem cuidar da evangelização, cada família deve cuidar de suas necessidades de saúde e educação e o governo deve ter como missão exclusiva o único chamado que Deus lhe deu: castigar os maus e elogiar os bons.

Que os cristãos na política então se lembrem de deixar o governo ser apenas um bom servo de Deus na sua própria esfera, para a segurança de toda a população.

Uma versão deste artigo, com o título “A função do Estado”, também escrito por Julio Severo, saiu na revista Evangelizar, edição nº 6 (maio/junho de 2006), publicada pela AMME.

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Estado: ministro de Deus

Julio Severo e Pr. Marcello de OliveiraA função de autoridade governamental constituída é trabalhar como ministro de Deus para o bem, isto é, para a segurança, ordem e a paz da sociedade (Rm 13:3,4). Esse serviço ou ministério estatal para o nosso bem deve, de acordo com o Apóstolo Paulo, ser implementado de duas maneiras importantes e fundamentais:

1) Castigar o mal (13:3,4). O Estado recebe de Deus uma responsabilidade e uma função explicitamente proibidas às igrejas cristãs (Rm 12:17-19). As igrejas cristãs não têm chamado e autoridade para multar, prender, castigar ou executar criminosos, assassinos e estupradores. Mas o que Deus proíbe às igrejas ele ordena ao Estado fazê-lo. Os governantes (presidente, comandantes militares, prefeitos, delegados de polícia, etc.) devem ser austeros no combate ao mal, pois liberdade sem restrição resulta em anarquia. O governo não pode ser complacente com os crimes, com o mal, com a anarquia, com as forças desintegradoras que tentam anarquizar a sociedade.
O governo não pode agir com frouxidão no castigo dos crimes. Ele precisa punir exemplarmente os promotores do mal. Tem de reagir com rigor e firmeza contra toda forma de violência, crime e suborno (Gn 9:6; Pv 17:11,15; 20:8,26; 24:24; Rm 13:4).
2) Elogiar os cidadãos que fazem boas obras (Rm 13:3,4). O objetivo do governo não é substituir a família e a igreja nos seus papéis importantes de bem-estar social, nem substituir os cidadãos em sua liberdade e chamado divino de amar o próximo. O papel do governo é elogiar aqueles que fazem o bem.
Como diz Mary Pride em seu livro De Volta Ao Lar: “O versículo não diz absolutamente nada sobre o governante fazendo o bem, nem nas próprias palavras nem no contexto. O versículo anterior nos diz que o governante nos elogiará se nós fizermos o que é bom. Por que? Porque ele é servo de Deus para nós em favor do bem. A responsabilidade do governante é estabelecer uma atmosfera na qual as boas obras de cada pessoa sejam incentivadas e as más ações sejam reprimidas. Obviamente, se o governante começar a sentir que é dever dele fazer todas as boas ações, ele não vai querer elogiar as boas ações dos cidadãos. Além disso, ele fará tudo o que puder para reprimi-las, já que as boas ações dos cidadãos estarão rivalizando com os planos do governo e usurpando sua autoridade. Essa sempre foi a situação dos países socialistas [como a ex-União Soviética], cujas leis proibiam as instituições de caridade particulares. A afirmação de que o governante é servo de Deus para nos fazer o bem, através das entidades de assistência social do governo, não tem base bíblica, pois esse tipo de raciocínio contradiz tanto o texto quanto o contexto de Romanos 13:4”.
Quando o governo muda o foco e quer ser o Supremo Benfeitor, ele tira mais impostos dos cidadãos, que ficam com muito menos de seu próprio dinheiro para fazerem caridade e ajudarem os necessitados. A enorme e exagerada carga de impostos, cobrada sob a desculpa de ajudar os pobres, provoca um grande sangramento dos recursos das famílias, escoando em grande parte para os bolsos, cuecas e cofres de governantes corruptos. Enquanto isso, a função fundamental de o Estado dar segurança à sociedade fica à deriva.
No caso específico do governo brasileiro, como é que ele conseguirá enfrentar a macabra pena de morte aplicada anualmente pelos criminosos em mais de 50 mil vítimas brasileiras? Não pode, pois ele está ocupado demais competindo com as famílias e igrejas na oferta de caridade. Governo brasileiro como terror para os bandidos? Nem sonhando.
O desempenho do governo brasileiro está bem distante da responsabilidade que o Apóstolo Paulo aponta no Novo Testamento: “Visto que a autoridade é ministro de Deus (ênfase nossa) para seu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada (ênfase nossa); pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal (ênfase nossa). É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência”. (Rm 13:4,5).
A palavra grega para espada, μάχαιραν (machaira), é usada por Paulo aqui como símbolo de punição capital, que é a pena mais elevada e compatível com o crime mais elevado, que é tirar injustificadamente uma vida humana inocente.
Tal postura nada tinha a ver com legalismo, pois Paulo não estava falando sobre espada nas mãos da igreja, mas nas mãos de quem competia: o Estado. Como o melhor intérprete da missão, vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, Paulo sabia perfeitamente separar o papel da igreja (oferecer a compaixão e misericórdia de Deus, que é parte integral do caráter amoroso de Deus) e o papel do Estado (aplicar punições, que é parte integral do caráter justo de Deus).
Ele combatia o legalismo dentro da igreja como nenhum outro apóstolo, de modo que se algum novo ensino instruísse que era missão da igreja aplicar multas, prisão, castigos ou pena capital em criminosos, ele o refutaria como legalismo, pois a igreja jamais pode usurpar ou substituir o Estado em sua missão.
De forma semelhante, ele jamais aceitaria um ensino que defendesse o Estado usurpando ou substituindo a igreja em sua missão e ministério de misericórdia e transformação (também chamada de “reabilitação”) de pecadores.
Portanto, como profundo conhecedor dos Evangelhos, o que Paulo faz em Romanos 13 não é oferecer sua opinião pessoal, mas descrever o rigoroso chamado anticriminal do governo tal qual deve ser, de acordo com a vontade de Deus. Seja qual for o país — Império Romano, Israel, Brasil, EUA, etc. —, todo governo tem ordens divinas de impor punição e retribuição à altura dos crimes cometidos, usando inclusive a aplicação de força e meios letais.
Em sua função, o papel do Estado é ser, nas palavras do Apóstolo Paulo, terror para as más ações: assassinatos, estupros, sequestros, pedofilia, etc. Assim como Deus não tolera o mal, também as autoridades devem ter pulso forte para combatê-lo. Quando o Estado impõe aos malfeitores punições de acordo com o merecimento de seus crimes, está agindo como servo de Deus, executando sobre eles a ira divina (Rm 13:4).
A diferença é clara. A igreja é chamada para mostrar a misericórdia, o amor e a compaixão de Jesus Cristo a toda a sociedade, inclusive ministrando cura e libertação. O chamado da igreja também inclui a importante responsabilidade de dar educação às suas congregações.
Mas o Estado é chamado a mostrar a ira de Deus sobre os malfeitores e elogiar os que fazem o bem. Portanto, grande é a distância de atuação entre esses dois diferentes ministros de Deus, embora misericórdia e justiça sejam componentes completamente unidos no caráter de Deus.
O que o Estado não pode fazer, a igreja deve fazer. O que a igreja não pode fazer, o Estado deve fazer.
Ao falar sobre o Estado e seu direito de executar malfeitores culpados de cometerem o mais elevado ato de violência contra a inviolabilidade, valor e sacralidade da vida humana, Paulo não estava se referindo a um Israel teocrático, que nem existia mais na época. Evidentemente, ele estava falando do Império Romano, um governo que aplicava amplamente a pena de morte. Suas palavras confirmavam e corrigiam o papel do Estado. Confirmavam o papel do Estado como executor de assassinos e outros indivíduos de igual periculosidade. E corrigiam mostrando que a execução não é um direito ilimitável, isto é, o Estado não tem autorização de Deus para executar toda e qualquer pessoa. Apenas criminosos de alta periculosidade.
Tal compreensão hoje é importante, quando vemos governos comunistas e islâmicos executando homens e mulheres pelo “crime” de se converterem a Cristo. Já na Europa, que se orgulha de não mais aplicar a pena capital em assassinos e outros criminosos perigosos, há uma ampla aplicação dessa pena em inocentes, mediante práticas de aborto, infanticídio e eutanásia. São literalmente milhões de vidas inocentes perecendo sob o peso de uma pena capital 100% injusta imposta pelo Estado.
No Brasil, que se orgulha igualmente de não ter pena capital para criminosos assassinos, o governo não só tolera que mais de 50 mil brasileiros inocentes sofram a pena de morte, muitas vezes sob tortura e crueldade, nas mãos de criminosos, mas também está trabalhando para seguir o padrão europeu de aplicação dessa pena em bebês em gestação, doentes, deficientes e idosos, mediante a aprovação de leis de aborto e eutanásia.
O que fazer nesse cenário onde o Estado mostra misericórdia para quem deveria punir e mata quem precisa de proteção e misericórdia? Como servos de Deus, devemos orar pelos governantes (1Tm 2.1,2), para que cumpram sua missão. Devemos honrá-los, obedecer-lhes e pagar-lhes impostos para sustentá-los em seu papel de dar segurança contra os malfeitores. Mas devemos também confrontá-los se eles se desviarem de seu chamado fundamental, pois quer saibam ou não, eles governam debaixo do próprio governo de Deus e o representam.
Servos de Deus como o Apóstolo Paulo são a consciência do Estado e seus governantes, alertando-os sempre que perderem o rumo da sua caminhada.

O papa está errado sobre a pena capital?

O Papa Francisco, como seus antecessores nesse cargo, está dando declarações amplas acerca de questões políticas e morais sobre temas recentemente, desde a pena capital até à catastrófica mudança climática provocada pelo homem.


Do que consigo deduzir sobre as ideias dele acerca desses assuntos, os sentimentos dele são fortes, há pouca ambiguidade em suas convicções, mas não existe quase nenhum argumento intelectual ou moral oferecido para apoiar suas opiniões.
Vamos pegar a questão da pena capital, por exemplo.
Ele disse recentemente que não há mais justificativa para a pena de morte no mundo hoje. Ele a chamou de “inadmissível, independente da gravidade do crime.” Mas o papa vai mais longe nisso. Ele também caracterizou sentenças de prisão perpétua como “pena de morte disfarçada” e confinamento solitário como uma “forma de tortura,” dizendo que deveriam ser abolidos.
Os comentários dele levantam várias questões para o público considerar antes de responder automaticamente ao apelo emocional de tais declarações:
·         O que exatamente deveríamos fazer com pessoas que comentem crimes hediondos, tais como assassinato em massa de inocentes, inclusive crianças e indefesos idosos e enfermos?
·         Qual é o castigo apropriado para atos de genocídio?
·         Já que o papa tem tal ódio da “tortura,” o que ele sugeriria como sentença apropriada para alguém que estupra crianças e as mata para evitar a descoberta de seus crimes?
·         E, por último, de que fonte o papa obtém suas convicções morais acerca de tais assuntos, considerando que a Bíblia claramente aprova a pena de morte por assassinato?
É fácil fazer condenações amplas da pena de morte como um líder religioso para ganhar louvores de milhões como um moralista. É como se declarar a favor da paz mundial. O problema surge quando consideramos as alternativas — uma das quais, prisão perpétua, o papa chama de imoral.
Posso, de forma humilde e respeitosa, sugerir que deveríamos esperar um pouco mais do papa do que declarações de banalidades morais? Afinal, vivemos num mundo caído, conforme presumo que o papa reconhece. Não existe justiça perfeita neste planeta. Mas Deus, na Bíblia, nos ofereceu algumas normas práticas, e até mandamentos, sobre como o homem deve se governar em nossa condição caída. Francamente, vejo pouca conexão entre o que o papa sugere e o que Deus ordena.
Acima de tudo, a pena de morte está na Bíblia. Não sei sobre você, mas obtenho minhas ideias sobre certo e errado da Bíblia.
Desafio qualquer um a ler a Bíblia inteira e me dizer que Deus não aprova a pena capital. Aliás, Deus não a reserva exclusivamente para o crime de assassinato. E Ele não só a aprova, mas também a prescreve.
Eu sugiro para você que o motivo por que Deus a prescreve é que Ele valoriza muito a vida. A ironia, é claro, é que os inimigos da pena de morte acreditam que estão valorizando a vida ao se opor à pena de morte. Mas isso é apenas mais evidência do que a Bíblia se refere frequentemente como o homem sendo “sábio aos seus próprios olhos.”
A própria razão por que a pena capital é moralmente certa é que coloca tal valor elevado na vida humana inocente. É a expressão máxima de que valorizamos a vida em grau muito elevado. Seu objetivo é desestimular os que poderiam considerar tirar uma vida. E, não existe dúvida em minha mente de que se a usássemos com mais frequência e com mais certeza em casos de assassinato, serviria como um desestímulo formidável.
Ela representa bom senso. Mas num mundo que cada vez mais aceita a pena de morte no útero para a vida humana mais inocente — os bebês em gestação — e denuncia a pena de morte para os que cometem os crimes mais bárbaros contra os inocentes, é evidente que estamos nos afastando do jeito de Deus de fazer as coisas.
Fazer justiça contra crimes hediondos é uma das razões por que Deus institui o governo. Como sempre, muitos no governo querem abdicar de sua responsabilidade de cumprir os poucos deveres pelos quais o governo é útil, como defender a nação, controlar as fronteiras, controlar a moeda e fazer justiça para os que se tornaram vítimas.
Penso sobre esse último dever — fazer justiça para os que se tornaram vítimas. Você consegue imaginar o que acontece quando o governo abdica de sua responsabilidade de executar justiça para as vítimas e suas famílias? Leva à justiça pelas próprias mãos e um ciclo de violência, amargura, desamparo e desespero.
Executar assassinos devidamente condenados não é só um papel legítimo do governo. É um dever.
Os fundadores dos Estados Unidos compreendiam isso. Eles fiscalizaram sua implementação. Não havia nenhum pensamento em qualquer um deles de que isso foi “castigo cruel e fora do normal,” como alguns revisionistas buscam sugerir.
É claro que se mais restrições na pena capital acontecerem nos EUA, não virão por meio da expressão da vontade do povo — por ação popular ou mesmo legislativa. Virão por meio de decreto judicial — como tantas outras ideias impopulares que têm sido forçadas goela abaixo do público americano.
Este é o mundo em que vivemos hoje — onde preto é branco, para cima é para baixo, esquerda é direita e certo é errado.
Então, de onde é que o papa obtém suas convicções morais sobre a pena de morte? Ele não tem a obrigação de oferecer aos seus seguidores e não seguidores igualmente algo mais do que sua opinião pessoal? E se não é nada mais do que sua opinião pessoal, ele não deveria deixar isso claro?
Mais ao caso, será que o papa está sugerindo que ele é mais sábio do que Deus? Ou ele está sugerindo que Deus mudou de ideia acerca da pena capital?
Traduzido por Julio Severo do artigo original do WorldNetDaily: Pope wrong about capital punishment

Testemunho Evangélico Fundamental contra o Socialismo.

“Fundamentalismo” hoje é uma palavra suja, e a razão é o ódio socialista contra os cristãos conservadores.


O termo original “fundamentalismo” era usado em referência a evangélicos que desenvolveram e seguiram “Os Fundamentos,” um enorme livro teológico, editado por R. A. Torrey e publicado entre 1910 e 1915, para confrontar o liberalismo, o ecumenismo, o catolicismo, o socialismo e heresias entre igrejas protestantes no início do século XX.
Pelo fato de que os socialistas não gostaram de “Os Fundamentos” e suas posturas cristãs conservadoras, eles trabalharam durante muitas décadas para transformar “fundamentalismo” numa palavra suja. Eles tiveram sucesso.
“Os Fundamentos” revela que, mesmo antes do nascimento da União Soviética, o socialismo era uma influência forte na sociedade e igrejas dos EUA.
O capítulo sobre socialismo em “Os Fundamentos” foi escrito pelo Rev. Charles R. Erdman (1866-1960), professor no Seminário Teológico Princeton. Erdman era um pastor presbiteriano, e ele não conseguiria ter visualizado seu seminário enviando socialistas para formar socialistas em outras nações.
Em 1952, o missionário presbiteriano ecumênico Richard Shaull (1919-2002) foi enviado ao Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas, onde ele deu aulas até 1959. Shaull era doutor em teologia pelo Seminário Teológico de Princeton. O nascimento da Teologia da Missão Integral (TMI) no Brasil tem origem nele.
Ainda que a TMI seja rotulada de versão protestante da Teologia da Libertação, a TMI nasceu antes da Teologia da Libertação. Para mais informações, baixe meu e-book gratuito aqui: http://bit.ly/11zFSqq
A TMI é o liberalismo teológico mais difundido nas igrejas protestantes da América Latina, principalmente no Brasil, em nossa época.
O testemunho evangélico fundamental do Rev. Charles R. Erdman contra o socialismo 100 anos atrás denuncia as incursões poderosas do socialismo na sociedade e igrejas dos EUA quando não existia nenhuma União Soviética e KGB. Estou publicando o testemunho dele para ajudar os evangélicos do Brasil a evitar a TMI e suas armadilhas socialistas.
A denúncia dele contra o socialismo será publicada por mim em 4 partes, e está é a primeira:

A Igreja e o Socialismo

Prof. Charles R. Erdman, D. D., Seminário Teológico Princeton
A ascensão súbita do socialismo é o movimento mais surpreendente e importante de nossa época. Poucos anos atrás o termo sugeria um sonho de fanáticos. Hoje, esse termo personifica o credo e a esperança de milhões de pessoas inteligentes. Por exemplo, nos Estados Unidos 20.000 eleitores votaram em socialistas em 1892. Em 1912, o número de americanos que votaram em socialistas foi 900.000. Na França, o número de eleitores socialistas foi 1.104.000, e na Alemanha mais de 3.000.000. E nesses e outros países multidões que não estão abertamente alinhadas com o socialismo político estão imbuídas de princípios socialistas e são defensoras de teorias socialistas.
A Igreja Cristã está profundamente preocupada com esse grande movimento. Primeiro, por causa do esforço que muitos nos EUA estão fazendo para identificar o socialismo com o Cristianismo. Segundo, porque, no outro extremo, o socialismo popular vem sendo sugerido como substituto para o Cristianismo e é antagônico ao Cristianismo. E terceiro, pelo fato de que a força do socialismo consiste em grande parte de seu protesto contra os males sociais existentes, males semelhantemente opostos pela Igreja Evangélica, mas que só podem ser corrigidos de forma definitiva pelo governo universal de Cristo.
1. O socialismo, em sua definição estrita, é uma teoria econômica que propõe a abolição do capital privado e a substituição da propriedade coletiva para avançar o trabalho industrial do mundo. Essa propriedade coletiva deve ser estendida a todos os instrumentos materiais de produção. Esses instrumentos devem ser dirigidos pelo povo, e os produtos devem ser distribuídos de forma igual. O governo deve ficar totalmente nas mãos do povo, e deve designar a cada indivíduo sua tarefa e decidir seu salário. Cada cidadão deve ser na realidade um empregado do governo.
É evidente que se deve distinguir o socialismo do comunismo com o qual é muitas vezes confundido. O comunismo defende a propriedade coletiva de todas as riquezas. O socialismo não nega o direito da propriedade privada, mas do capital privado. Num país socialista alguém pode possuir uma casa, mas não pode alugá-la para aumentar sua renda. Ele pode possuir um iate, mas não pode usá-lo para transportar passageiros por dinheiro. Sob o comunismo, não haveria nenhuma propriedade privada, e seria literalmente verdade que “nenhum homem poderia chamar nada que ele possuísse como seu.”
O socialismo tem diferenças ainda mais evidentes com o anarquismo. O anarquismo busca abolir todo o governo. Mas os socialistas defendem a extensão das funções do governo para regular a vida e o trabalho de todos os indivíduos nos mínimos detalhes. A anarquia significa nenhum governo. O socialismo propõe mais governo do que qualquer nação já viu.
Obviamente, o socialismo jamais deveria ser confundido com a forma extrema de anarquia conhecida como niilismo. O niilismo defende a abolição violenta de todas as instituições sociais e políticas existentes. É verdade que os socialistas muitas vezes propõem revolução e violência, mas um número cada vez maior de socialistas acredita que seus objetivos serão alcançados por meio de um processo gradual de evolução social avançando para a meta de uma propriedade coletiva do capital. Não é certo, pois, identificar o socialismo com assassinatos, ilegalidades e revoltas.
Continua na parte 2.
Traduzido por Julio Severo do livro original em inglês “The Fundamentals” publicado nos EUA em 1910.