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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Nunca ouve inquisição protestante só católica.



Esse negocio de inquisição protestante foi inventado por apologistas católicos da internet.


O caso de João Servet não prova que ouve uma inquisição protestante só prova o qual desonesto esse vídeo é pois ele não foi executado por ordem Calvino mais ele foi morto pelo conselho da cidade que não erra um tribunal religioso mais secular.


O mesmo tribunal que expulsou Calvino da cidade de Genebra.


A inquisição era um tribunal religioso ligado a igreja católica que perseguia as pessoas por crime de heresia.


Nuca ouve nada semelhante no protestantismo.


O único caso de uma pessoa morta na reforma protestante por heresia foi o de Joao Servet e mesmo esse casso não basta para provar a existência de uma inquisição protestante pois pegar um casso isolado como o de Sevet e compara com o de milhares a milhões de casos do lado católico é estrema desonestidade intelectual.


Os católicos gostam de olha para os reformadores como se esses focem uma versão protestante do papa da época o que não é verdade.


Calvino foi um dos lideres da reforma na suíça mais este não tinha nem de perto o poder que o papa tinha na suíça antes da reforma.


Pois os lideres protestante defendiam que as autoridade celulares é que deviam governar o lado politico da sociedade e a igreja só o lado espiritual.


E essa foi uma das razões de os suíços terrem aderido ao protestantismo para minas o poder totalitário de qualquer líder religioso dentro do pais.


Confiram o vídeo a baixo
https://www.youtube.com/watch?v=2r3ySaJCffo


E essa postagem também
http://www.caiafarsaromanista.comunidades.net/a-inquisicao-protestante-existiu

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Na sua opinião, o que torna uma pessoa covarde?

Um homem de 71 anos do Iraque entrou num eléctrico que ia para o centro da cidade. Ele usava uma pequena cruz ao pescoço… dois jovens aproximaram-se do velho senhor e perguntaram-lhe sobre a sua jóia. “Sou cristão”, explicou o homem.


Os dois jovens, de nacionalidade síria, conversaram com o idoso que tinha dificuldade em manter-se de pé e pediram-lhe para se sentar ao lado deles. Entraram num debate com ele, e o debate tornou-se bastante acalorado… disseram que as suas crenças eram “falsas”.

Um dos dois jovens bateu então no passageiro idoso na cara, duas vezes. Com toda a força. Ele caiu no chão, e os dois arruaceiros saíram do eléctrico o mais rápido que puderam, fugindo. Felizmente, havia uma câmara e toda a altercação foi gravada.

O que faz de uma pessoa um cobarde? Ser intolerante com as crenças de outra pessoa, e decidir “castigar” outro ser humano por acreditar na “coisa errada”… e só o fazer quando sabe que a outra pessoa é alguém mais fraco, incapaz de se defender. A cobardia personificada.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Como a Revolução Francesa influenciou o Nacional Socialismo e o Comunismo

"Bliss was it in that dawn to be alive
But to be young was very heaven!" ~ (William Wordsworth)
(A sua perspectiva no início da Revolução Francesa; este espírito de entusiasmo não durou muito tempo)

Por Richard Geib

A Revolução Francesa é claramente um dos eventos centrais da Civilização Ocidental - um período da história cujos personagens e eventos sempre me fascinaram. Em comparação, a muito mais moderada Revolução Americana foi muito menos influente no mundo de então - embora tenha sido mais bem sucedida e menos sangrenta. Posso dizer que a Revolução Americana foi mais bem sucedida porque foi mais moderada e menos assassina que a Revolução Francesa.


Mas ironicamente, a Revolução Francesa foi uma revolução fracassada: A Liberté, Egalité, e a Fraternité rapidamente evoluíram para a imponente figura de Robespierre, e para o seu Reino de Terror, à medida que a revolução ficou fora de controle e começou a matar-se a si mesma.

Inicialmente, os monarquistas foram decapitados, a seguir os Girondinos moderados, e por essa altura a violência e a suspeita estavam totalmente fora de controle à medida que a revolução se devorava a ela mesma. Na minha opinião, depois deles terem começado a decapitar os Girondinos moderados, era uma questão de tempo até todos acabarem na guilhotina.

Vinte e seis anos depois da "Declaração dos Direitos do Homem" ter sido escrita, um Bourbon encontrava-se mais uma vez no trono como Rei de França - isto é que eu tenho em mente quando digo que a Revolução falhou.

Começando em 1793, a França já teve nada menos que 11 constituições subsequentes; ao mesmo tempo, os Estados Unidos ainda usam a sua primeira constituição. Isto é o que eu qualifico de moderação e estabilidade política. O legado destas revoluções é totalmente distinto em estilo, substância e em consequência.

Durante um voraz e irracional trecho de paranóia revolucionária, 1,376 indivíduos foram guilhotinados em apenas 47 dias. As últimas palavras da Girondina moderada Mme. Jeanne Roland de la Platiere, antes da morte na guilhotina, foram:

Ó liberdade! Quanto que eles fizeram pouco de ti!

Na minha opinião, ela colocou as coisas da forma certa. Ou ainda Camille Desmoulins, a escrever da prisão para a sua esposa:


Eu sonhei com uma república que todo mundo iria adorar. Eu não podia acreditar que os homens eram tão ferozes e tão injustos.

Sempre preferi os moderados Montesqieu e Lafayette no lugar de Robespierre e dos seus radicais colegas. Sem surpresa alguma, eles não se deram assim tão bem na Revolução Francesa, o que é um exemplo perfeito da lei de Gresham da moralidade política: o mal expulsa o bem à medida que todos se tornam corruptos, ao mesmo tempo que a vida política se torna não muito diferente da guerra Hobbesiana de todos contra todos num "desejo perpétuo e incansável de poder, que só termina com a morte."

Domestic carnage, now filled the whole year
With feast-days, old men from the chimney-nook,
The maiden from the busom of her love,
The mother from the cradle of her babe,
The warrior from the field - all perished, all
Friends, enemies, of all parties, ages, ranks,
Head after head, and never heads enough
For those that bade them fall. - William Wordsworth



Wordsworth veio a sofrer a desilusão dos jovens revolucionários de todas as eras que descobrem que, ao derramarem um oceano de sangue, eles causaram com frequência males maiores.

Se a Revolução Francesa foi o fim dos privilégios monárquicos e dos privilégios aristocráticos, e a emergência dos direitos democráticos comuns, ela foi também o início do governo totalitário moderno e da execução em larga-escala dos "inimigos do Povo" por parte de entidades governamentais impessoais (o "Comité da Segurança Pública" de Robespierre). Este legado atingiu o seu ponto mais elevado com a trágica chegada dos Nazis Alemães e dos Comunistas Soviéticos e Chineses durante o século 20.

De facto, Rousseau foi chamado de o precursor dos pseudo-democratas modernos tais como Estaline e Hitler, e as suas "democracias do povo". O seu apelo para que, se for necessário, os "soberanos" forcem os homens a serem livres no interesse da "Vontade Geral", soa mais como Licurgo de Esparta e não como o pluralismo de Atenas; o legado de Rousseau é Robespierre bem como os radicais Jacobinos (do Terror que se seguiu), que o adoraram de modo apaixonado.

Durante o século 20, a sua influência fez-se sentir através da acção dos tiranos que iriam fomentar as paixões igualitárias das massas não no interesse da justiça social mas sim do controle social.

Olhemos para Rousseau como o génio literário que foi e apreciar a sua contribuição para a história; olhemos para a sua filosofia política com grande cepticismo.

Será que se pode forçar uma pessoa a ser livre? Será que uma pessoa - ou um pequeno grupo de pessoas - pode claramente discernir o que é a "Vontade Geral" que representa todas as pessoas?

Não é isto, na práctica, um apelo à ditadura? Será que podemos ler "O Contrato Social" e encontrar nele algum do espírito de Atenas e da democracia parlamentar? Eu não consigo. Tudo isto parece-me mais ao estilo de Esparta bem como ao estilo do igualitarismo austero da sociedade colectivista e das justificações ideológicas dos regimes terríveis do totalitarismo moderno.

Rousseau pressagia a ascenção do movimento Romântico nas artes e causou a sensação entre os aristocratas de França dos Bourbons. Alegadamente Napoleão disse mais tarde:

Se não tivesse existido um Rousseau, a Revolução não teria ocorrido, e sem a Revolução, eu teria sido impossível.

Estaline e Hitler poderiam dizer o mesmo ao reconhecerem a sua dívida pelo conceito de "o Soberano" a Rousseau e à sua identificação mística com as pessoas. Duzentos anos mais tarde nós só temos milhões e milhões de inocentes assassinados em "nome do povo", etc. ad nauseam.

Robespierre olhou para Rousseau como um pai espiritual. Se eu pudesse escolher o menor de dois males, eu teria escolhido os diplomatas oportunistas tais como Maurice de Talleyrand de França, Clemens Metternich da Áustria, Czar Alexandre da Rússia, ou o Lord Castlereagh da Inglaterra e não Napoleão, e a França Revolucionária, visto que Napoleão foi apenas a semente que iria florescer no século 20 nas pessoas de ditadores dinâmicos tais como Adolf Hitler e José Estaline.

"Ninguém pode governar sem culpa," alegou São Justo. Isto pode ser verdade, mas a violência política é o pior dos males deste século, repleto de crimes espectaculares, e que eu saiba, Robespierre foi o primeiro intelectual Europeu a avançar com a ideia absurda de que o terror é a melhor e a mais eficaz forma de estabelecer a "justiça".

A Revolução Francesa foi a morte merecida do antigo sistema monárquico Europeu. Infelizmente, em demasiados locais os governos que tomaram o lugar dos regimes antigos foram tão maus ou piores que aqueles que os haviam precedidos (Desde Napoleão, a Lenine até aos fascistas).

O caos e a violência que Napoleão ajudou a materializar só nos últimos 50 anos (esperemos nós) é que foi removida do sistema Europeu. Que nós possamos aprender com o passado de modo a que não façamos os mesmos erros. Que o século 20 (e o terror Jacobino) seja um aviso! (...)

O que aprendemos com o estudo da Grande Revolução [Francesa] é que ela foi a fonte de todas as actuais concepções comunistas, anarquistas e socialistas.

Príncipe Petr Kropotkin - Naturalista Russo, autor e soldado, escrevendo em 1909 em vésperas da Revolução Bolchevique.

Sinisterismo: Religião Secular da Mentira



O livro de Bruce Walker "Sinisterism: Secular Religion of the Lie", é apresentado como uma proposta para se "olhar para o que nós chamamos de ideologia política," rejeitando palavras como "revolucionário" ou "reaccionário", ou ainda "Esquerda" e "Direita".

Esta não é uma análise nova em torno das teorias políticas, havendo já sido aludida por Ayn Rand. Para além disso, nos anos 70 Robert Ringer atacou a esquerda e a direita americana como "demopublicanos" - embora ele o tenha feito sem as conotações religiosas que Walker introduz.

Walker começa com uma tese geral:

A raça humana é composta por dois grupos de pessoas: um grupo é aquele que busca o poder - de modo justo ou (preferencialmente) de modo desonesto - e o outro grupo somos todos nós, o resto da humanidade, pessoas normais e decentes que apenas querem viver a sua vida sem possuir os corpos, as mentes, as possessões ou as almas dos outros.Com isto, ele une num só todos os grupos que buscam o poder - uma forma de pensar também usada pelos Objectivistas e pelos Libertários.

Depois de atacar a dicotomia "esquerda-direita" como não tendo sentido algum, ele tenta projectar a maior parte do conflito politico actual como uma guerra contra os Judeus e os Cristãos uma vez que a sua fé baseia-se em certos princípios éticos e morais que interferem com a fome de poder que caracteriza os sistemas autoritários e as tendências sociais que conduzem a eles.

A estas tendências sociais e a estes sistemas sedentos de poder Walker dá o nome se Sinisterismo, definido como uma religião sem Deus e em guerra contra a genuína fé.


A maior parte do que Walker discute está declarado na frase "Religião Secular da Mentira", que faz parte do título. O que isto parece indicar é o simples facto de que, como forma de obter e manter o poder, os líderes usam de decepção.

Isto é primeiramente ilustrado referenciando o livro de George Orwell "1984", com o seu famoso lema governamental "Liberdade é Escravidão".

O seu ponto é o de mostrar como, com a simples alteração do significado que as pessoas associam às palavras ou aos conceitos, muda-se a sua forma de pensar e a forma de olhar para o mundo. Repete isso de forma eficiente e terás o controle da população.

Uma discussão infelizmente breve é feita em redor da forma como isto foi feito na URSS, mas muito pouco é dito sobre a forma como isto está a ser feito nos Estados Unidos com o declínio dos padrões educacionais e o relativismo moral.

Ambos os tópicos necessitam de maior exposição no contexto do século 21.

Em vez disso, Walker leva-nos para o mundo das seitas do poder de Hitler, Mussolini e Estaline, com especial ênfase na Alemanha Nazi e na Itália Fascista. Aqui, ele mostra como a maior parte do registo histórico foi enlameado por educadores e historiadores que ignoram o que foi escrito durante nos anos 1930 - que demonstram que a maior parte do que fomos levados a acreditar não é verdade.

Os Nazis não são Fascistas e a Alemanha Nazi nem sempre foi inimiga mortal do regime de Estaline. O pacto de não-agressão entre Alemães e Soviéticos fica, assim, muito bem explicado; a fome de poder dos sistemas políticos, que eram tão similares apesar das suas fachadas distintas, torna-se óbvia.

Depois de discutir estes tópicos com grande detalhe, Walker dá início à examinação da relação Judaico-Cristã através da História, começando em Roma, passando pela Idade Média e acabando na 2ª Grande Guerra. Como um realista, Walker assevera que os Judeus e os Cristãos não são diferentes do resto da humanidade - capazes de fazer o bem e fazer o mal, cometer erros e corrigirem-se a eles mesmos. Ele sugere que, em jeito de análise, houve mais coisas boas do que coisas más, o que provavelmente está correcto.

Particularmente importante é o seu tratamento da posição da Igreja Católica durante a Idade Média, que se diferenciava do comportamento dos oportunistas políticos e dos líderes mafiosos.

De modo breve ele discute o mito da Espanha tolerante durante a ocupação muçulmana, o papel dos Cristãos no avanço científico e a sua contribuição na ascensão do método cientifico moderno.

Ainda mais importante é a secção contendo a discussão de Walker em como o declínio da fé Cristã, e o aumento da imoralidade - durante os finais do século 19 e princípios do século 20 - permitiram que o Nazismo chegasse ao poder. De forma cuidada e detalhada, Walker mostra como os Nazis perseguiram os Cristãos da mesma forma que perseguiram os Judeus uma vez que no seu âmago, o Nazismo era uma religião secular - venerando o homem no lugar de Deus.

Walker ilustra também a íntima ligação entre o Nazismo, o Islão e, de certa forma, o Hinduísmo militante.


Esta discussão culmina numa examinação de assuntos em torno do bem e do mal na sociedade, e como segundo esta metodologia, a psicologia é a forma errada de examinar o comportamento de pessoas como Hitler.

Embora mais uma vez isto nos leve de volta para algumas investigações históricas, consequentemente isto leva-nos para o estudo do que está no cerne da questão, isto é, a relação entre o poder e o abuso. Isto culmina numa discussão em torno do porquê os regimes sedentos de poder não gostarem da religião Judaico-Cristã e da forma como eles propagam os mitos de ódio para os seus próprios propósitos.

Walker finaliza cobrindo a relação Judaico-Cristã nos Estados Unidos, alguns factos em torno dos Puritanos, e a relação entre vários Pais Fundadores com o Judaísmo e o Cristianismo.

* * * * * * *

Este ódio que os totalitários e "revolucionários" nutrem pelo pela fé Judaico-Cristã não é acidental, coisa que mesmo os não-esquerdistas e não-Cristãos certamente já notaram. Existem princípios Bíblicos que jogam contra a sede de poder dos ditadores, sendo o mais óbvio a existência Duma Autoridade Moral acima do Estado. Como os sedentos de poder querem para si o papel de "autoridade suprema" [algo que muitos deles não são tímidos em afirmar], a noção de Alguém acima do Estado é perfeitamente repugnante.

Aqui o crítico pode afirmar que o islão - que Walker coloca do lado dos sinisteristas - também acredita que o seu deus está acima do Estado, mas isto não é assim tão linear. No islão, o líder (califa) da comunidade muçulmana ("Ummah") é também o líder religioso. Ou seja, no islão, não há maior autoridade que o califa porque ele, supostamente, já está a fazer o que o deus do islão ordena. No islão não há "divisão de poderes"; todo o poder está na mão do califa ["Estado"].

Levando isto em conta, é fácil entender o fascínio que Hitler nutria pelo islão:

Foi nosso infortúnio estarmos sob a religião errada. A religião maometana seria muito mais compatível connosco do que o Cristianismo. Porque é que teve que ser o Cristianismo com a sua mansidão e flacidez?

Adolfo Hitler - 28 de Agosto de 1942Como consequência do seu apreço pelo islão, Hitler desdenhou um dos momentos mais importantes da História europeia apenas e só porque a superior civilização ocidental foi salva da invasão maometana quando Carlos Martel derrotou os seus exércitos na Batalha de Tours:


Se Carlos Martel não tivesse sido vitorioso em Poitiers - como sabes, o mundo havia já caído nas mãos dos Judeus; o Cristianismo é uma coisa sem força! - então provavelmente nós teríamos sido todos convertidos ao maometanismo (islão), a fé que glorifica o heroísmo e abre o 7º Céu apenas e só para o guerreiro valoroso.

Se as coisas tivessem evoluído assim, as tribos Germânicas teriam conquistado o mundo. Apenas o Cristianismo impediu-os de fazer isso. (Adolfo Hitler - 28 de Agosto de 1942)

Fonte:https://omarxismocultural.blogspot.com/2012/06/sinisterismo-religiao-secular-da.html

Destruindo o mito de que as religiões são as maiores responsáveis ​​pelas guerras



No seu livro " The Irrational Atheist " Theodore Beale (também conhecido por Vox Day ) demoliu o mito até eu de que a religião causa guerras.

Tendo como referências as mais diversas fontes, incluindo a " Encyclopaedia of Wars " compilada por C. Phillips e A. Axelrod, Vox Day examina 1.763 guerras levadas a cabo desde 2325 antes de Cristo até aos tempos modernos.

De todas estas guerras, apenas 123 , ou 6,98%, podem ser atribuídas razoavelmente às religiões. Como mais de metade destas guerras religiosas - 66 - foram levadas a cabo por Muçulmanos, isto significa que, com a exceção do Islão, as religiões do mundo foram responsáveis ​​por 3,23% de todas as guerras durante mais de 4,000 anos .

Portanto, de acordo com Vox Day, " as evidências históricas são conclusivas. A religião não é a causa primária das guerras ". Esta percentagem inclui, as infames Cruzadas.

Embora eles provavelmente se mantenham como o modelo da guerra santa cristã, a razão pela qual ela já não está na linha da frente dos ataques ateus é a de estar a ficar cada vez mais difícil agitar um dedo acusador às ações de homens que se depararam com o desafio de resistir à expansão de uma militante "Ummah" ( comunidade muçulmana ) nas suas fronteiras.

Vox Day vira então o argumento contra os ateus . Ele mostra que o "Grande Salto em Frente" e o Holocausto, causados ​​por um regime ateu e outro pacífico-ateu, resultaram no genocídio de43 e 6 milhões respectivamente, enquanto que a Inquisição Espanhola feriu a morte de 3.230 pessoas durante um período de três séculos e meio.

Não só isso, mas num único ano (1936) ateus espanhóis mataram 6.832 membros do clero Católico, " mais do dobro das vítimas da Inquisição durante 345 anos ."

Num único ano os ateus conseguiram superar - e dobrar - o número de mortes causadas pela mais horrível matança feita por "cristãos".

Em suma, o Vox Day revela que 52 líderes atéeus do século 20 - entre 1917 a 2007 - foram responsáveis ​​por uma contagem de corpos na ordem dos 148 milhões - " três vezes mais do que todos os seres humanos mortos em guerras nacionais, guerras civis e crime individual durante todo o século vinte combinado ."
Conclusão:
O registo histórico do ateísmo colectivo é 182.716 vezes pior anualmente do que o pior e mais famoso acto negativo cristão, a Inquisição Espanhola .

Não espere que a pesquisa de Theodore Beale ( Vox Day ) seja aludida pelos órgãos de (des)informação esquerdistas.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Ideologias políticas são sobrevalorizadas?

Sim, tão ou mais radicais que os mais radicais religiosos.

Veja os manifestantes do Chile, se dizem "progressistas", todos para eles são "facistas"… Mas quem coloca fogo nas igrejas, são eles… Nem Stalin faria melhor, ele ao menos preservou os bens das igrejas, a arte nelas, os prédios, etc…

NOTA ADICIONAL:

Mais tristes imagens da "tolerância" das ideologias que assolam o mundo…

Notem o "Morte ao Nazareno", abaixo… Querem crucificá-lo… de novo!

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Oklahoma, no EUA, aprova uso de armas dentro de igrejas?

Fiéis poderão usar força letal contra invasores violentos sem se preocupar com a Justiça




Em novembro de 2017, um homem invadiu uma Igreja Batista na cidade de Sutherland Springs, no Texas, Estados Unidos, e abriu fogo contra os fiéis. O tiroteio chocou o país e acabou gerando diversas medidas para evitar que se repita. Em um delas, o estado de Oklahoma aprovou o uso de armas de fogo dentro de igrejas como resposta a ameaças violentas sem que haja a possibilidade de responder na Justiça.

A medida foi assinada pela governadora do estado, Mary Fallin, e alterou uma legislação já existente em Oklahoma chamada de “defenda seu espaço”. A mudança incluiu templos e locais religiosos como os permitidos para o uso de força letal contra invasores.


Com isso, ficará proibido que sejam instaurados processos ou acusações penais contra qualquer um que efetue disparos em defesa própria dentro de igrejas ou em outros lugares em que ocorram cultos. A lei já era válida para residências e locais de trabalho.

Fonte:https://pleno.news/mundo/oklahoma-no-eua-aprova-uso-de-armas-dentro-de-igrejas.html

Conheça a Guerra dos Trinta Anos, suas causas e consequências?



*Nota: o artigo é extraído do meu livro sobre a Reforma, que será publicado nas próximas semanas, se tudo der certo. Boa leitura!

***

A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) foi de longe a maior guerra religiosa da história, na qual estiveram envolvidas, de uma maneira ou de outra, “não menos de cem milhões de pessoas”[1]. Apologistas católicos mal-intencionados têm tentado colocar a culpa dessa guerra na conta do protestantismo, quando ela foi mais uma expressão da intolerância e do fanatismo católico que teve por consequência milhões de mortes. Os papistas que se apropriam da Guerra dos Trinta Anos para atacar a Reforma costumam utilizar para isso dois meios desonestos. O primeiro é sustentar que a culpa é dos protestantes porque se eles não existissem não haveria guerra(!), o qual deixarei para comentar mais tarde. O segundo é atribuir toda a guerra à Defenestração de Praga, quando dois regentes católicos foram lançados de uma janela direto a uma pilha de esterco (eles não morreram, mas eu não gostaria de estar na pele deles).

Esse tipo de argumento ignora todo o cenário mais amplo, incluindo tudo de muito mais importante que havia acontecido até ali, tudo que gerou aquela situação e também tudo o que ocorreu depois. Na verdade, a guerra foi “o resultado da união dos governos católicos da Alemanha para destruírem o protestantismo no império”[2], como afirma Nichols. Desde muito antes os jesuítas planejavam uma recatolização da Alemanha por meio de conspirações políticas e a imposição do Estado, como comenta Bleye:

A Igreja aspirava a restaurar o catolicismo em todas as terras do Império, e a Companhia de Jesus proporcionou ao pontificado os grupos de combate que necessitava. Protegidos pelo imperador, os jesuítas se estabeleceram em Colônia, Tréveris, Munich, Ingolstadt, Innsbruck, Viena e Praga, e educaram em seus colégios aos chefes da futura restauração católica. O êxito foi se afirmando durante os reinados de Maximiliano II (1564-1576) e Rodolfo II (1576-1612). O catolicismo defendeu briosamente seu predomínio no sul do império e nas províncias romanas, ganhou os bispados do Mein e disputou com o protestantismo a Baixa Saxônia; Rodolfo, por sua vez, proibia o culto protestante na Baixa Áustria, enquanto os jesuítas criavam na Boêmia novos colégios e favoreciam o matrimônio dos senhores tchecos com austríacas, italianas ou espanholas católicas.[3]

Mas a bomba só estourou na Boêmia, quando “o imperador Matias (1612-1619) proíbe os protestantes de construir templos, a despeito de promessa inicial de tolerância”[4]. Como tudo que é ruim pode piorar, Matias tomou providências para que seu primo Fernando, um “católico militante”[5], fosse eleito seu sucessor. Fernando era o “cabeça dos Habsburgos”[6], e, como se não bastasse, foi educado pelos jesuítas[7], que o tornaram um “católico romano ardoroso”[8], determinado a “eliminar o protestantismo”[9]. Fernando era cognominado “o homem dos jesuítas”[10], que o ensinaram “a odiar os protestantes”[11]. Cantú, historiador católico, afirma que “Fernando não se sujeitou nunca a permitir aos reformados o livre exercício da sua religião em seus Estados hereditários”[12].

Sua obstinação, intolerância e fanatismo em querer suprimir o protestantismo a despeito dos votos de tolerância que então prevaleciam na Boêmia suscitou a guerra, que começou na Boêmia e depois ganhou proporções maiores. Mousnier comenta que “o imperador, discípulo dos jesuítas, mostrava-se disposto a exterminar o protestantismo do império”[13]. Como o «campeão da Contrarreforma», Fernando exigia em seus estados a conversão ou o exílio, buscando de todas as formas restaurar o catolicismo romano como a única religião do império e suprimir o protestantismo. Anos antes, o imperador Rodolfo II (1575-1612) havia assinado a Carta de Majestade, em que defendia as liberdades religiosas. Mas Fernando, querendo governar como um ditador totalitarista, “quis revogar as cartas-régias que garantiam as liberdades da Boêmia”[14].

Nessa época, a Boêmia 90% protestante[15], e mesmo assim “se mantinha firmemente apegada à liberdade de cultos”[16]. Ninguém era incomodado por ser católico ou protestante, em um clima de tolerância e pluralidade incomum para aqueles dias. Mas Fernando, por influência dos jesuítas, detestava essa pluralidade mais do que tudo e “quis lhes impor, com o absolutismo, a unidade católica”[17]. Isso não foi o pior: Fernando ainda queria “fazer do reino da Boêmia a base de sua potência monárquica”[18] – ou seja, o centro do seu império teocrático católico. Essa era uma verdadeira declaração de guerra aos protestantes, esmagadora maioria da população do estado. Não demorou para os massacres começarem e, com eles, a resistência dos boêmios, acostumados a pegar em armas para se defender desde os tempos de João Huss.

Rodríguez escreve:

Não tardaram efetivamente em surgir as consequências da proclamação de Fernando como sucessor no trono boêmio. Depois de algumas mudanças realizadas na administração e desfavoráveis aos protestantes, a minoria católica adotou uma atitude em extremo arrogante. Negou-se autoridade abertamente à Carta Majestade e a seus autores; alguns camponeses, estabelecidos em terras do domínio real, que se negaram a declarar-se católicos, sofreram o desterro; e nas cidades propriamente reais se dificultou aos protestantes a obtenção dos privilégios de cidadania, e em consequência o acesso aos cargos responsáveis administrativos nos domínios reais. Na mesma Praga regia a quase completamente protestante Altstadt (cidade velha) um Conselho municipal em que mais da metade de seus membros eram católicos; e a inquietude reinante se tornou em pânico, quando o dito Conselho declarou (novembro de 1617) necessária sua vinda para nomear ou destituir qualquer indivíduo do clero paroquial, e quando os documentos de fundação das numerosas igrejas de Praga (em sua maior parte utraquistas) foram submetidos à autoridade inspetora de juízes reais, e se recusou ao clero protestante o pagamento das dotações católicas. Procedimentos análogos se seguiram em outras cidades reais; e se tornou claro que, como nos domínios reais, seus moradores perderiam a liberdade de praticar sua religião. Ademais, o chanceler Lobkowitz logo encontrou oportunidade para tomar a seu cargo a censura de toda classe de impressos.[19]

Malucelli confirma que “o pretexto para iniciar o conflito foi dado pela Boêmia, onde a maioria da população, protestante, era oprimida por um monarca católico”[20], e Goldstone assegura que “a Guerra dos Trinta Anos começou com o aniquilamento das elites protestantes na província austríaca da Boêmia”[21]. Roberts, na mesma linha, declara que “as brigas religiosas irromperam novamente quando um imperador do século XVII, da família Habsburgo, fortemente imbuído dos princípios da Contrarreforma, tentou de novo fomentar o catolicismo. O resultado foi a apavorante Guerra dos Trinta Anos”[22]. Pirenne também comenta que “os imperialismos de Fernando II e de Filipe IV provocaram a guerra dos Trinta Anos”[23].

Dickens aborda os acontecimentos seguintes:

Mais violenta ainda é a reação eclesiástica dirigida pelo núncio João Caraffa. Os pastores são banidos da Boêmia, as escolas protestantes fechadas, a famosa Universidade de Charles e outros estabelecimentos de ensino superior entregues aos jesuítas. Muitas prisões fazem sujeitar as cidades, pelo menos aparentemente. Cerca de 36.000 famílias – um quarto talvez dos proprietários rústicos e da população urbana – preferem partir a aceitar o catolicismo, enquanto aos servos não é permitido escolher. A Alta Áustria é purgada da heresia, mediante medidas semelhantes.[24]

O estopim para a guerra em si foi a destruição de duas igrejas luteranas, em 1618[25]. Rodríguez diz que “em Klostergrab, o abade coroou uma série de arbitrariedades, mandando derrubar a igreja protestante, e manifestando assim a toda a população protestante da Boêmia que a Carta de Majestade era já um documento sem valor algum”[26]. Foi só depois de todas essas ações repressivas e ditatoriais que os boêmios rejeitaram Fernando como imperador e provocaram a Defenestração de Praga[27], como escreve Martinez:

Os protestantes haviam construído dois templos no arcebispado de Praga. Ambos os templos foram demolidos. Exasperados por este feito, os boêmios assaltaram o castelo de Praga e lançaram pela janela a dois governadores que administravam a Boêmia.[28]

Em síntese, a Guerra dos Trinta Anos é um acontecimento causado pela intolerância e fanatismo de um imperador germânico manipulado pelos jesuítas, o qual tentou suprimir à força o protestantismo mesmo contra as leis de tolerância então vigentes, e cujo tiranismo gerou represálias. A guerra que começou na Boêmia logo tomou proporções continentais, pois o imperador contava com o apoio da Liga Católica no extermínio dos protestantes boêmios, que por sua vez suplicaram a ajuda dos estados protestantes. Estava assim desenhada a primeira grande guerra europeia, que teria como principais proponentes do lado católico Espanha, Áustria, Hungria e Polônia (além dos estados católicos da Alemanha), e do lado protestante Suécia, Holanda, Inglaterra, Escócia e Prússia (além dos estados protestantes da Alemanha, entre eles a própria Boêmia).

Entendendo este panorama, fica patente e notório o sofisma daqueles que jogam nas costas do protestantismo a culpa pela Guerra dos Trinta Anos, só porque ela não ocorreria se a Reforma não tivesse existido. Essa é a mesma “lógica” de quem afirma que só existe estupro porque existem mulheres, ou que só existem assaltos porque existem vítimas. É literalmente uma inversão grosseira e criminosa para se culpar a vítima em lugar do malfeitor. Um imperador facínora e tirano exige conversão ou morte da parte dos protestantes, começa a destruir igrejas reformadas e a matar seu povo, e mesmo assim a culpa é dos protestantes por se defenderem e tentar garantir sua sobrevivência. É realmente um argumento canalha, que expressa bem o caráter e índole de seus proponentes.


• A guerra

Fernando logo conseguiu o apoio de Filipe III da Espanha em sua guerra contra os boêmios. Com esse apoio, ele “capturou terras protestantes e fechou igrejas e escolas luteranas e reformadas na Boêmia, Áustria e Morávia”[29]. Isso se deu em novembro de 1620, quando o exército do imperador comandado por Maximiliano, o duque da Baviera, derrotou o exército de Frederico V na Montanha Branca, em Praga. Bleye diz que “a Boêmia se submeteu e o imperador derrogou a Constituição deste reino e proibiu a religião protestante”[30]. Enquanto isso, o exército espanhol invadiu e conquistou o Palatinado, um “tradicional bastião reformado”[31], onde agora estava proibida a pregação evangélica[32].

Fernando destituiu o rei protestante da Boêmia, retirou sua qualidade de eleitor e em seu lugar colocou justamente o chefe da Liga Católica, Maximiliano da Baviera. Como resultado, ele “tentou converter pela força os adversários da Igreja Romana, as cidades perderam os seus privilégios e avalia-se geralmente em 30.000 o número de exilados que, abandonando tudo o que possuíam, fugiram para os montes Tatras e se dispersaram através da Europa”[33]. A derrota dos protestantes neste período inicial da guerra “sacrificava a Boêmia, destruída como nação; a política local dos jesuítas – deportações e execuções – foi terrível”[34]. Sobre a devastação da Boêmia pelas forças católicas, Grimberg escreve:

Deram-se então na Boêmia horríveis perseguições contra os protestantes e os adversários do imperador. Entre os chefes da oposição, todos os que não tinham podido fugir foram executados; todos os que haviam participado na revolta viram os seus bens confiscados. Mais da metade das terras mudaram, assim, de mãos. Os pastores evangélicos foram expulsos do país ou lançados na prisão. Milhares dos seus fieis sofreram a mesma sorte. Os tchecos haviam perdido todos os seus chefes, daí resultando a germanização completa da Boêmia, da Morávia, da Silésia e da Alta e Baixa Áustria.[35]


Pirenne acrescenta:

Todas as liberdades tchecas foram derrogadas; a monarquia passou a ser hereditária; o catolicismo foi imposto como única religião, começando com isso a perseguição contra os protestantes, e os bens da nobreza tcheca foram confiscados em proveito do imperador, que os distribuiu a seus favoritos, ou os vendeu a entidades por ele constituídas.[36]

Os massacres na Boêmia continuavam, e o morticínio parecia não ter fim. Para ter uma ideia das cifras, a Boêmia contava mais de quatro milhões de habitantes no começo da guerra, e apenas 800 mil ao final dela[37]. Este verdadeiro genocídio que é muitas vezes ignorado ou pouco lembrado nas salas de aula é considerado até hoje um dos maiores crimes de guerra já cometidos, cuja proporção só consegue ser superada por regimes totalitários de muitos séculos mais tarde, quando passaram a existir armas de destruição em massa.

As regiões que mais sofreram com a guerra foram justamente as mais protestantes da Alemanha, nomeadamente Augsburgo, o Palatinado e a Boêmia[38]. Isso era em grande parte devido ao modus operandi do exército católico, que não visava apenas ganhar uma batalha ou subjugar um exército inimigo, mas recatolizar uma região inteira através da compulsão e violência. Mas não para por aí. Fernando sabia que não bastava o exílio, as conversões forçadas e os massacres, porque isso tudo já havia sido largamente colocado em prática na época de João Huss, e mesmo assim os boêmios se reergueram nas gerações futuras e mantiveram a fé reformada. Fernando compreendeu que era preciso fazer mais do que matar o corpo: a própria alma boêmia tinha que ser destruída.

Assim, Fernando, “apoiando-se na ideologia da Contrarreforma, implantou na Boêmia um regime autoritário que empreendeu a germanização das populações tchecas”[39]. De um momento para outro,

os camponeses se tornaram servos e, para impedir sua emigração, se concluíram tratados com Polônia e Hungria. O estatuto jurídico imposto aos servos era verdadeiramente desumano: proibição da língua e costumes tchecos; pena de morte para o adultério; trabalho obrigatório a partir dos quatorze anos de idade, em proveito dos senhores; impossibilidade de praticar um ofício sem sua autorização, e obtenção do consentimento dos mesmos para a celebração de matrimônios. Finalmente, a moeda nacional foi depreciada em metade e substituída por outra. Para acabar com o espírito nacional tcheco, Fernando II tratou de destruir sua cultura, o idioma alemão foi adotado como língua oficial e os livros tchecos foram requisitados.[40]

Pirenne adiciona que “a política de absoluta desnacionalização arruinou o país, e as cidades se despovoavam até o ponto de que em menos de um século a população passou de quatro milhões de habitantes a um milhão”[41]. Lamentavelmente, esse assassinato da cultura tcheca e a consequente morte da alma dos boêmios impregnada por Fernando II não pôde ser desfeito. Sob a égide de um catolicismo forte e autoritário, a Boêmia (hoje território da República Tcheca) continuou 96% católica romana até 1910, e hoje é um estado secular ateu, onde 79% da população consistem de ateus, agnósticos ou irreligiosos em geral, segundo o censo mais recente de 2011[42]. Do protestantismo ao catolicismo autoritário, e do catolicismo ao ateísmo, é no que Fernando e a Contrarreforma conseguiram transformar a Boêmia.

Mas Fernando não se contentou em aniquilar o protestantismo na Boêmia. Seu desejo, que era o anseio do papa e dos jesuítas que fizeram a sua cabeça, não era de exterminar os protestantes de um único estado, mas de exterminá-los no mundo todo. A «praga herética» tinha que ser eliminada a qualquer custo e em qualquer lugar. Este sempre havia sido o sonho do papado, desde a época de Lutero e das primeiras Dietas do império; desde Leão X e Clemente VII. Até agora eles só haviam conseguido essa façanha em grandes proporções na França, Espanha, Portugal, Itália, Áustria e em parte dos Países Baixos, mas agora tinham a chance de destruí-los ao fio da espada no continente inteiro, e não perderiam tamanha oportunidade.

Assim, a Liga Católica decidiu avançar e dar prosseguimento a seu regime totalitário também nos outros estados[43], o que suscitou a entrada de Cristiano IV da Dinamarca na guerra, com a ajuda de subsídios ingleses e tropas holandesas em auxílio dos protestantes[44]. Isso exigiu dos católicos a formação do maior exército já visto até então, o do capitão Wallenstein. Calcula-se que seu exército era composto de centenas de milhares de soldados, isso sem mencionar “o séquito de vivandeiros, comerciantes ambulantes, prostitutas e trabalhadores”[45]. Seu exército era “o maior e mais bem organizado empreendimento particular já visto na Europa antes do século XX”[46], e causou uma devastação sem igual na história da Alemanha.

Além das muitas mortes pela guerra provocadas pelos soldados a serviço de Wallenstein, milhões pereceram de fome. Huxley diz que “os sobreviventes comiam ervas e raízes, bem como as crianças e doentes, além de cadáveres há pouco enterrados”[47]. Uma das carnificinas mais conhecidas foi a de Magdeburgo, em 20 de maio de 1631, quando “seus habitantes tratados com brutal ferocidade”[48] e o exército católico assassinou “milhares dos habitantes da cidade”[49], incluindo os civis – velhos, mulheres e crianças – que não estavam envolvidos na guerra, mas que eram massacrados assim mesmo, por serem protestantes.

Coube a Wallenstein e ao conde de Tilly as maiores mortes da guerra, em sua maioria de civis assassinados covardemente, ou dos que pereceram em decorrência das indescritíveis devastações que assolavam a Alemanha. Suas centenas de milhares de soldados queimando campos, ocupando e pilhando cidades por todo o império obrigaram até os príncipes neutros a entrar na guerra para não ter que sofrer com a devastação, e os que permaneceram neutros viram suas terras serem devastadas enquanto abrigavam as tropas imperiais. Um clima geral de desolação e desesperança tomava conta da Europa protestante.

A ruína parecia estar completa. A causa protestante, perdida. Mas quando tudo indicava ser o fim da Reforma e o triunfo do papado, uma luz surge no fim do túnel. Essa luz não era uma nação protestante e nem um trem vindo em sua direção. Em vez disso, era nada a menos que a França católica, que decidiu entrar na guerra ao lado dos protestantes, embaraçar tudo e mudar drasticamente os rumos da guerra como nunca antes. Se você está se perguntando por que um país tão católico como a França – o mesmo que perpetrou a chacina da Noite de São Bartolomeu e que expulsou os huguenotes do país – entraria na guerra justamente contra a Liga Católica, recomendo que volte e leia o capítulo 3, onde já havíamos visto inúmeras vezes a França “salvar” a Reforma em seus primórdios, em uma guerra interminável com Carlos V que lhe atava as mãos e o impedia de usar toda a força contra os “inimigos internos”.

A França era, de fato, o maior inimigo político dos Habsburgos, que dominavam a Espanha e o Sacro Império havia séculos. Suas guerras políticas, que vez ou outra ganhavam uma trégua ou uma «falsa paz», nunca cessavam realmente. Mais do que ninguém, a França sabia as consequências de se deixar a Espanha dos Habsburgos alcançar um predomínio continental tão grande, que eram muito mais sérias e graves do que o não-extermínio dos protestantes. Assim, a França preferiu priorizar a segurança de sua nação em vez da eliminação da “heresia”, como a Contrarreforma exigia. Essa mudança inesperada nos planos equilibrou de novo as forças no cenário europeu, pois a França era o único país poderoso o suficiente para fazer frente à imponente Espanha, que, embora já em crise econômica, ainda contava com o maior contingente militar da Europa.

A entrada da França na guerra não era apenas uma ajuda militar considerável, mas tinha também um efeito moral. Alguns pequenos estados protestantes que ainda não haviam entrado na guerra por medo de sofrerem o mesmo massacre impiedoso suscitado pelos católicos na Alemanha, ao verem a decisão da França, tomaram coragem e declararam guerra a Fernando II também. Entre eles se destaca os cantões suíços e a Suécia de Gustavo Adolfo, que conseguiu muitos notáveis e improváveis triunfos mesmo com um exército modesto, até ser morto em batalha. Até mesmo alguns católicos italianos, como o duque de Saboia, entraram na guerra do lado protestante a fim de se livrar do domínio espanhol[50]. Por isso este segundo período da Guerra dos Trinta Anos passava a ser, antes de tudo, político.

Essa inesperada e indesejável mudança radical nos rumos da guerra deixou a Espanha de Filipe IV furiosa e desesperada, a qual começou a exigir a entrada na guerra de estados católicos que ainda não haviam enviado soldados para as batalhas, os quais “foram convocados a contribuir com a maior quantidade possível de recursos em homens e material”[51]. Dois casos são particularmente emblemáticos e tornariam as coisas ainda mais difíceis para a Espanha: Portugal e Catalunha. Naquela época, Portugal não era um país independente da Espanha, mas “em vez de somar seus exércitos ao dos espanhois, proclamou sua independência e elevou ao trono o seu vice-rei, o duque de Bragança, que foi proclamado com o nome de João IV. Imediatamente ao assumir o cetro, o novo rei de Portugal trama uma aliança com França e Holanda e declara guerra à Espanha”[52]. Nunca antes a expressão “o tiro saiu pela culatra” fez tanto sentido.

A Catalunha tomou uma decisão similar à de Portugal, respondendo às reivindicações da Espanha “com uma insurreição análoga à das Províncias Unidas, e erigindo-se em república independente (1640)”[53]. Essa rivalidade entre Espanha e Catalunha se estendeu ao longo dos séculos e tomou proporções cada vez maiores, com o problema prosseguindo até os nossos dias. Teimosos, a Espanha e o Sacro Império permaneceram guerreando quase sozinhos até 1648, quando após múltiplos reveses foram obrigados a aceitar a derrota no Tratado de Westfália, o qual “reconheceu a independência de Portugal e dos Países Baixos em relação à Espanha, e a liberdade de culto a reformados, luteranos e católicos nos territórios envolvidos na guerra”[54].

Assim, por ironia do destino, foi justamente a divisão católica que permitiu ao protestantismo sobreviver apesar de toda a perseguição instigada pelos jesuítas e de todo o projeto papal da Contrarreforma.


• Resultados da guerra

Se por um lado os católicos exigiam o extermínio do protestantismo para encerrar a guerra enquanto venciam, por outro lado a vitória protestante não implicou em nenhuma violação das liberdades católicas. Nichols escreve sobre o acordo firmado entre a parte derrotada e a vencedora:

Concordou-se que todas as partes do império conservariam as formas de religião, protestante ou católica, que tinham em 1624. Este acordo acabou com a agressão da Contrarreforma e também com o progresso do protestantismo. Até 1930, o caráter religioso das regiões da Alemanha ainda permanecia o mesmo desde o tratado de paz. A tolerância religiosa garantida pelos governantes foi assegurada desde então, até os dias atuais. Foi uma grande conquista no terreno da liberdade de consciência. Só a Reforma conseguiria tal.[55]

Quem não gostou nada nada da paz foi, como sempre, o papado, que pretendia se aproveitar da guerra como um instrumento de elimação dos “hereges”, e por isso preferia que continuassem se matando até atingir este fim. Cantú diz que “o papa Inocêncio X protestou contra esta paz, como pouco religiosa”[56], Baker alega que a paz ocorreu “apesar da oposição oral do papa Inocêncio X”[57], Walker afirma que “o papa a denunciou”[58], Oliveira menciona a “oposição do papa Inocêncio X”[59] e acrescenta que o papa “em nenhum momento respeita os termos da Paz de Westfália, inclusive continuando nos seus esforços para recatolizar através da subversão e diplomacia”[60].

Quem também se indignou com o cessar das hostilidades foram os jesuítas, que, segundo Johnson, “desempenharam um papel fundamental na Guerra dos Trinta Anos, tanto em seu início e na ‘conversão’ forçada da Boêmia quanto no impedimento de uma paz conciliatória após as vitórias do exército protestante sueco, sob o comando de Gustavo Adolfo”[61]. Quem mais sofreu com a atuação dos jesuítas foi a Boêmia, estado protestante e livre no início do século XVII, mas “as vicissitudes políticas da Guerra dos Trinta Anos e o governante católico romano, reforçado pelo zelo missionário dos jesuítas, eliminaram quase que totalmente o protestantismo”[62].

A Guerra dos Trinta Anos deixou a Alemanha arruinada. “Por causa dela, muita coisa da Alemanha foi perdida. Cidades e vilarejos prósperos foram dizimados ou destruídos”[63]. Walker assinala que “a população decaíra de dezesseis milhões a menos de seis. Os campos estavam devastados. O comércio e a indústria, destruídos. Acima de tudo, a vida intelectual estagnara, a moral se tornara áspera e corrupta, a religião estava gravemente prejudicada”[64]. Grimberg também descreve os horrores deixados pela guerra:

Inúmeras aldeias e burgos da Alemanha tinham sido completamente aniquilados, arrasados; os campos ficavam por cultivar, estradas e pontes encontravam-se em ruínas. Em certas regiões, os lobos e outros animais ferozes podiam multiplicar-se com todo o sossego e atacavam até, em bandos, a população das cidades. A angústia da época exprimia-se nas suas visões do Apocalipse. Muitos supunham o fim do mundo muito próximo.[65]

Pirenne diz que “as lutas e miséria que havia suportado o povo alemão durante aquela guerra interminável, imposta por Fernando II para conseguir uma unidade que não possuía e nem desejava, haviam sido tão crueis como vãs, e mais de um século ia ser necessário para voltar a uma vida normal”[66]. Não é de se espantar que apologistas católicos desonestos usem a Alemanha do século XVII como um exemplo de “país protestante artrasado”, sem mencionar que este atraso foi causado justamente pelo imperador católico facínora e a Igreja que o apoiava.

Os números exatos das vítimas da guerra são desconhecidos, mas há historiadores como Cairns que falam em um terço da Alemanha[67], e outros como Curtis que apontam metade ou mais da população[68]. Este foi o preço pago pela Contrarreforma, pela intolerância papal e pela obsessão em se aniquilar os “hereges” a qualquer custo. Não surpreende que mesmo diante desse cenário tão calamitoso de ruína total, o papa e os jesuítas preferissem que se continuasse matando em vez de encerrar as hostilidades na paz de Westfália.

Mesmo sem conseguir êxito total, o papa pôde se orgulhar do fato de que “territoriamente a Igreja Católica Romana saiu da guerra em melhor situação do que quando entrou nela, às expensas do protestantismo. Foi dentro do protestantismo, e notadamente em uma de suas igrejas, a dos Irmãos Boêmios, que foi a maior vítima, na qual novos fluxos de vida, sobretudo, surgiram”[69] Não obstante, isso não foi muito comemorado em Roma, que há muito tempo esperava por muito mais. Pirenne destaca que “o fracasso da ofensiva da Contrarreforma faria a Europa adaptar-se politicamente à diversidade ideológica nascida ao calor de sua evolução religiosa, econômica e social”[70].

A guerra, que começou “pelo esforço da Igreja Romana”[71], mostraria a ela mesma que “o protestantismo não podia ser derrotado com armas”[72].
Fonte:http://www.lucasbanzoli.com/2018/08/conheca-guerra-dos-trinta-anos-suas.html