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segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Umibozu: A lenda do ‘monstro dos mares do Japão






Contam as lendas que Umibozu é o temível monstro marinho do folclore japonês. Dizem que ele aparece frequentemente no litoral do Japão desde o período Edo (1603-1868), época em que lendas à seu respeito surgiram.


Dizem que a principal ação desse monstro é destruir. Ele sempre aparece para devastar embarcações, levando consigo os seres humanos para as profundezas do mar. As lendas conta que a criatura pode formar um redemoinho nos litorais em formato de uma panela, e nela puxar os seres humanos que estiverem à sua margem.


Suas lendas e descrições são as mais variadas. Contam que a criatura pode tomar várias formas e até mesmo se fazer passar por seu parente próximo, o “Funa-yurei”. No entanto, sua característica física principal é descrita como um ser gigantesco, chegando a medir trinta metros. A aparência mais marcante desse monstro é cor negra e careca reluzente, cujo brilho pode ser visto tanto ao anoitecer como na luz do sol.


Esta careca fez com que o Umibozu ganhasse o apelido de “Monstro careca”. Dizem que esse monstro não tem boca e nem olhos, enquanto sua cor é negra como a noite sem luar. No entanto, algumas lendas relatam a criatura Umibozu com boca enorme e olhos reluzentes como fogo, essas descrições podem ser conferidas em várias retrações feitas por artistas japoneses ao longo de aproximadamente três séculos e meio, desde que histórias a raspeito da criatura surgiram no Japão.


Lendas

Existe um conto muito conhecido sobre o Umibozu e que figura na coleção de histórias do Período Edo. O conto narra sobre um marinheiro chamado Kuwana, que violou um código antigo de navegação, no qual proibia os pescadores de navegarem sozinhos.


E foi o que Kuwana fez ao pegas seu barco e sair sozinho mar adentro no final do mês. Certo do que queria fazer, seguiu intrepidamente mar adentro. Não tardou muito para encontrar um grande Nyudo (um eufemismo para Monstro Careca), que surgiu dos mares exibindo sua careca reluzente. Seus olhos eram terríveis como o espelho de escarlata.


A temível criatura perguntou ao marinheiro se ele via algo em sua forma que fosse assustador. O marinheiro lhe respondeu como responderia a uma pessoa comum, disse ao terrível mostro que não encontrava nada de assustador em sua aparência. Logo após, Kuwana seguiu seu caminho calmamente como se nada demais tivesse acontecido, enquanto o Umibozu ficou parado em meio ao mar olhando o marinheiro seguir com seu barco. Em seguida, a criatura desapareceu.


A lenda do marinheiro Kuwana despertou a imaginação dos japoneses da antiguidade. A partir de então, surgiram uma gama de boatos envolvendo a criatura.




Contam que não temer ao Umibozu ou responder sem receio ao ser indagado faz com que ele desapareça do mesmo modo como surgiu. O medo dos seres humanos lhe dão forças, do mesmo modo que a falta de medo mina a criatura.


Há ainda uma antiga história envolvendo o guerreiro Kuwana no Tokuzo, que enfrentou um Umibozu sozinho, conseguindo vencê-lo após o mesmo ter aterrorizado o litoral leste japonês durante anos.


Há relatos de que alguns pescadores japoneses, em tempos antigos, presenciaram aparições do Umibozu, com relatos registrados em livros oficiais de “cartórios” em províncias costeiras. Alguns deles, no entanto, consta que a criatura, em determinadas aparições, assemelhavam-se a um polvo gigante, com tentáculos enormes, similar aos monstros marinhos comumente narrados nos folclores ocidentais, mas todos afirmando que a criatura era negra e com cabeça reluzente.


Enquanto isso, os contos narram que o monstro, além de negro, cabeça gigante e reluzente, seria constituído de corpo com pernas e longos braços, sendo estes usados para destruir as embarcações.


O mistério envolvendo essa criatura aguçou a mente dos mangakas da atualidade, profissionais que criam e desenham os famosos mangás (quadrinhos japoneses). Umibozu já figurou em vária séries de mangás, com alguns muito populares e conhecidos no ocidente, como a longeva série “One Piece” e o recentemente encerrado “Naruto”.


Fonte: Mundo Nipo

Tengu: o espírito místico japonês





Os japoneses trazem consigo uma rica mitologia e inúmeras lendas. Isso porque o Japão possui uma forte influência Shintoísta na base de sua religião e, como uma religião “panteísta”, seus mais variados “deuses” shintoístas (Kami) permeiam com diversos nuances na cultura nipônica.


Alguns dos seres fantásticos desta mitologia interferiram no desenvolvimento e concepção de técnicas de guerra. Uma destas figuras místicas é o conhecido “homem pássaro” ou “homem alado”, chamado de Tengu.


Estas figuras, meio corvo e meio humanos, conhecido por viverem em topos de montanhas, causaram impactos nas vidas que cruzaram em seus caminhos. Com habilidades de se transformar em seres humanos, eles podiam sequestrar crianças, fazer “traquinagens” (como desaparecer com pertences), destruir templos, e até mesmo instigar guerras, de acordo com sua vontade e satisfação, sendo que aqueles que ajudavam sua causa, muitas vezes eram presenteados com ensinamentos de suas artes, como por exemplo, a espada (Kenjutsu).




A origem do mito

A origem da figura dos Tengu é incerta até os dias de hoje, muitas pesquisas indicam que o Tengu é oriundo do folclore chinês. Acredita-se que os Tengu tenham recebido seu nome e algumas características mitológicas a partir do demônio que habitava as florestas chinesas, os chamados “Tien-Kou” (Cão Celestial), cuja a pronúncia japonesa é dada por “Tengu”.


Há também outras evidências de que os Tengu tenham se originado a partir de uma divindade, um Guardião do Budismo, conhecido como Garuda, que possuía asas e cabeça de pássaro, Garuda também podia mudar sua forma para a de um humano. Nesses estudos a mais provável origem do Tengu é a combinação das características do “Tien-Kou” com o Garuda.


Os Tengu eram divididos em duas classes, cada uma com suas qualidades próprias: Karassu Tengu e o Konoha Tengu.


Karassu Tengu

O Karassu Tengu, aparentava-se como um corvo, mais parecido com um pássaro maligno, cabeça de ave e compridas asas, em um corpo de humano, tinha por hábito de sequestrar adultos e crianças, fazer fogo, liquidava aqueles que por vontade própria danificava as florestas onde vivia, e algumas vezes, podiam causar demência as pessoas que sequestravam.


Konoha Tengu

O Konoha Tengu, também conhecido como Yamabushi Tengu, o Monge da Montanha, tinha capacidade de se transformar em qualquer forma humana, geralmente preferiam formas de pessoas mais velhas, como andarilhos ermitões ou monges, eles se tornaram mais humanos com os séculos por terem se diferido dos Karassu Tengu e, assim, acabaram assumindo um papel mais protetor. Por terem interagido mais com os humanos, sua forma de pássaro reduziu, ficando uma forma humanoide com asas e narizes grandes narizes pontiagudos ao invés do bico de corvo.


Dai Tengu
Existe um Tengu em cada local, conhecido como Dai Tengu, este é figurado sempre portando vários pergaminhos (makimono), eles guardam os segredos da guerra, tem cabelos a barbas cinzas quase brancos e possui um abanador de sete penas, que serve para representar sua superioridade hierárquica.


Tengu e as artes marciais

A conexão dos Tengu com as Artes Marciais começaram por volta do século X, tempo em que surge a lenda mais famosa: o ensinamento dos Tengu ao grande guerreiro Yoshitsune Minamoto. A família deste guerreiro lutou na Rebelião Heiji e, após ser massacrada, Yoshitsune foi exilado e deixado para viver num templo nas montanhas, como um monge. Contudo ele saia para treinar escondido com uma boken que ele mesmo havia feito. Depois de algum tempo de treino, ele notou a presença de uma criatura, um Dai Tengu chamado de Sobojo, que impressionado com seu desejo de vingança, concordou ensinar os segredos da guerra que guardava. Após várias noites treinando com o Dai Tengu, Yoshitsune se torno um excelente guerreiro e venceu o Clã de Taira na batalha de Dannoura.




Várias passagens dos Tengu mostram como sábios guerreiros que surgem para ensinar alguns poucos e escolhidos como discípulos. Suas lições são mais do que como manejar fisicamente as armas, mas também como lidar com as emoções e o espírito guerreiro. Um livro que mostra claramente isso é o Tengu Geijutsu Ron, traduzido como “O zen na arte de conduzir a espada”.


Os Tengu também são conhecidos como os vilões do budismo, pois eles sequestravam sacerdotes, os prendiam em topos de árvores, e normalmente usavam seus poderes para implantar ideias de ganância, orgulho e ódio na cabeça dos seus cativos, eles são conhecidos também por gerarem ilusões de óptica, como fazerem sacerdotes pensarem em estar fazendo uma deliciosa refeição enquanto comem estrume. Com o tempo, quando um sacerdote realizava um grande feito para inflar seu ego era acusado de estar na influência de um Tengu.


A figura do Tengu, a partir do século XIII começou a mudar, o estereótipo maligno acabou e se transformaram em um criatura boa que trabalhava para o bem da humanidade, alguns desses Tengu se tornaram protetores de vários templos Budistas, especialmente os localizados nas montanhas, inclusive eles instruíram sacerdotes ritos e doutrinas esotéricas Budistas (Shugendo), alguns templos inclusive tem pergaminhos escritos por Tengu, suas escritas jamais foram decifradas, pois somente um Tengu entenderia.


Tengu e os Ninjas

A ligação entre o Tengu e algumas Artes Marciais se tornou mais evidente no século XIV, quando os conceitos de escolas marciais e Estilos surgiram e se efetivaram. Quando houve a necessidade das escolas de traçarem a sua linhagem e história a fim de fazer seu estilo legítimo, o surgimento dos Tengu veio retratado como inspirador ou instrutor de muitos fundadores, e fora registrado em pergaminhos que foram transmitidos a cada sucessor, muitos destes registravam os métodos de combate, os Tengu eram ilustrados como oponente.




Os Tengus estão fortemente associados aos guerreiros Ninja do Japão feudal por vários motivos. A atividade do Ninjutsu era vinculada fortemente com a noite, a névoa, a penumbra, as montanhas, além de ter características de ilusionismo, furtividade, estratégia e misticismo. Isso fazia com que as pessoas ligassem a figura do Tengu com os Ninja. Mais que isso, a forma de caminhar com o corpo e com as vestes quebrando sua silhueta, as habilidades de escalada e de saltos em árvores e por obstáculos, também faziam com que os japoneses acreditassem que os Ninja eram, na verdade, descendentes diretos dos fantásticos seres, os Tengu. Assim surgia mais uma lenda e enchia a mente dos japoneses de superstições e atitudes mágicas relacionadas ao Ninjutsu. Obviamente, uma vez que a conexão entre o Tengu e o Ninja se estabeleceu, este usou a seu favor todo o medo e respeito que a figura do Tengu poderia impor para tirar vantagem num combate com qualquer um, que estava convicto que deveria evitar um embate com um Ninja a todo custo.


Mas até o Ninja acreditava nos Tengu. Alguns Yamabushi, em seus templos, recebiam para permitir que os Ninja visitassem um Tengu e tentassem ganhar um pergaminho com novas habilidades para o combate marcial, estratégia, técnicas de voo, ludibriação, aperfeiçoamento da esgrima, envenenamento, disfarce, hipnose e outros.


Por muito tempo, os Yamabushi foram a ligação entre os Ninja e os Tengu, devido a eles estarem sempre na montanhas procurando por habilidades místicas, o contato com os Tengu eram frequentes. Mas, muitas vezes, o Ninja, o Yamabushi (monge da montanha) e o Tengu foram figuras análogas, sendo o Ninja um Yamabushi e este, por consequência, um Tengu. Certamente, além de se aproveitar do misticismo envolto na sua ligação com os Tengu, os Ninja também souberam se inspirar nas qualidades e características do Tengu para desenvolver o Ninjutsu.




Fonte: Sho Kumo Ryu Ninjitsu

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Ubume - Folclore Japonês?

No folclore japonês, Ubume é um tipo de fantasma de uma mulher que morreu antes, durante ou logo após dar a luz. Costumam aparecer em noites muito escuras e chuvosas, pelo lugar onde morreram. O único desejo de uma Ubume é ajudar e cuidar do seu bebê, mesmo se a criança não tiver nascido viva.

Podem aparecer em muitas formas diferentes. Na maioria dos casos aparecem com um bebê em seu colo, gritando por ajuda. Ás vezes aparecem como uma mulher grávida chorando ou como um cadáver sangrento carregando um feto prematuro nos braços. Outras vezes aparecem como uma mulher grávida com aparência horrenda, sangrenta, e nua chorando desesperadamente por ajuda.

Se o bebê de uma Ubume sobreviver, ela irá encontrar uma pessoa viva para criá-lo, frequentemente conduz uma pessoa até onde o bebê se encontra para poder adotá-lo. Quando o bebê finalmente é adotado, a Ubume continua tomando conta dele, trazendo roupas e doces.

Elas são conhecidas por vagarem em lojas, comprando coisas, e pagando com um monte de folhas secas ao invés de dinheiro.

Se o bebê morrer no parto junto com a mãe, uma Ubume aparecerá carregando nos braços um embrulho com o cadáver do bebê. Quando um humano se aproxima dela, o fantasma tenta colocar o embrulho com o bebê morto em seus braços, se esse humano aceitar o embrulho, o fantasma desaparece, e o bebê cresce cada vez mais pesado, até esmaga o humano que o carrega até a morte.



Fonte de pesquisa: http://yokai.com/ubume/
https://tavernadascebolas.blogspot.com/2014/10/ubume.html


Gashadokuro - Folclore Japonês


Gashadokuro é um esqueleto gigante 15 vezes maior do que uma pessoa normal, um espírito vingativo da Mitologia Japonesa. É criado quando um grande número de pessoas morrem de fome ou quando corpos de soldados são deixados para apodrecer no campo de batalha. Seus ossos e sua raiva se juntam para formar um esqueleto gigante. Gashadokuros eram mais comuns antigamente, quando as guerras e a miséria eram mais frequentes.

Os Gashadokuros comem pessoas. Eles geralmente são invisíveis até uma pessoa chegar ao seu alcance. Quando vêem uma pessoa andando tarde da noite, ele a pega, esmaga seus ossos com a mão, arranca fora a cabeça com os dentes, e bebe o sangue que jorra do corpo. 

Quando um Gashadokuro está perto, pode-se ouvir um zumbido, que vai aumentando, cada vez mais alto, conforme ele se aproxima.

Os Gashadokuros são indestrutíveis, porém podem desaparecer quando a energia e a malícia das pessoas mortas que o compõem se esgota, o que pode levar décadas. A única maneira de evitar os Gashadokuros é usando algum encantamento xintoísta.



https://tavernadascebolas.blogspot.com/2014/10/gashadokuro.html

Futakuchi-onna - Folclore Japonês?




É uma maldição sobrenatural do folclore japonês que atinge mulheres, fazendo com que apareça uma boca atrás do crânio, com lábios, dentes, língua e pode até falar. Uma mulher Futakuchi-onna geralmente esconde sua segunda boca em seu cabelo, para que ninguém a veja, porém quando está sozinha, sua boca atrás da cabeça pode controlar seu cabelo como se fossem tentáculos, e o usa para alimentar-se. 

Quando não está comendo, a boca fica murmurando coisas maldosas para a mulher e claro, mandando trazer mais comida. Se não for alimentada, a boca solta gritos altos e agudos, que além de absurdamente perturbadores, causa muita dor á mulher Futakuchi-onna. As famílias que notam que grandes quantidades de comida estão desaparecendo de seus estoques, e que uma mulher na casa não come quase nada, podem ser vítimas da maldição da Futakuchi-onna.

Na maioria dos casos a maldição é lançada em mulheres que se recusam a comer. Se a mulher não comer, sua segunda boca irá devorar uma porção duas vezes maior do que um ser humano normal pode comer.

Em algumas histórias, é dito que a maldição começou quando uma mulher muito avarenta acidentalmente bateu com a cabeça no machado de seu marido, e ao invés de cicatrizar, o ferimento se tornou uma enorme boca. Em outras histórias, dizem que começou com uma mulher que abandonou seu filho e o deixou definhando de fome até morrer, e como punição foi atingida por essa maldição, condenada á conviver com uma enorme boca esfomeada atrás de sua cabeça para sempre.



https://tavernadascebolas.blogspot.com/2014/11/futakuchi-onna.html



Tanuki - Folclore Japonês?



Provavelmente um dos transmorfos mais famosos da Mitologia Japonesa, o Tanuki é um tipo de guaxinim típico do Japão, com poderes mágicos. Adoram saquê, são muito brincalhões e alegres, e ás vezes gostam de assustar os outros para sua própria diversão, transformando-se em monstros ou pregando peças.

A marca registrada dos Tanukis, acreditem ou não, são seus enormes testículos mágicos, os quais eles podem transformar no que quiserem. Eles podem transformar seus testículos em armas, tambores, leques, e até em guarda-chuvas. Seus testículos são frequentemente incorporados aos seus disfarces, por exemplo, se um Tanuki se transformar em um lojista, seus testículos se transformarão em uma loja.

Os Tanukis geralmente são inofensíveis, eles já foram considerados deuses da natureza por religiões antigas, mas hoje em dia eles são considerados apenas como guardiões de áreas locais. Porém todo Tanuki têm uma personalidade diferente. Muito deles são benfeitores que amam os humanos, mas também há algumas exceções, como alguns que comem carne humana ou tiram suas almas para que sejam escravos dos deuses.

Os Tanukis mais inteligentes e mágicos são os que adotam nomes e práticas humanas. Infelizmente, ao adquirir os costumes humanos, são corrompidos, adquirindo algumas falhas humanas, e acabam se afeiçoando á bebedeira e jogos de azar, ganhando até fama de ladrões, bêbados, mentirosos ou charlatões. Alguns podem até viver uma vida humana inteira sem serem detectados.

Pelamor... Que post mais escroto! Fiquei até em dúvida de quais desenhos desse bicho bisonho eu colocaria aqui, é cada obra de arte que vocês não tem nem ideia O_o




https://tavernadascebolas.blogspot.com/2014/11/tanuki.html

Ningyos: Sereias do Japão?


Sereias são conhecidas como Ningyos no Japão, porém elas são MUITO diferente das sereias das lendas ocidentais, as quais são conhecidas por todos. Diferentes das sereias das lendas Atlânticas e Mediterrâneas, as Ningyos, que são das lendas do Pacífico e dos mares do Japão, são bem medonhas, assemelhando-se mais a um pesadelo surreal do que com uma mulher sedutora.

As Ningyos se parecem mais com peixes do que com humanos, com características que variam muito, no geral apenas como sendo bem feias, tendo um rosto distorcido de peixe com características humanas, o torso de humano, calda de peixe, barbatanas entre os dedos ossudos e unhas afiadas. Elas podem atingir o tamanho de uma criança humana até o tamanho de uma foca adulta. Não podem falar, mas emitem sons parecidos com os de pássaros ou de uma flauta.


Sereias ocidentais, metade peixe e metade mulher, bem sedutoras assim como as lendas europeias e americanas, não são totalmente impossíveis de serem vistas nos mares do Japão. Particularmente após o Período Edo e da entrada do Japão para o Oeste, mais e mais sereias do tipo do mar Atlântico têm sido vistas nos mares do Japão. Porém, a grande maioria das sereias vistas no Japão são bem feias e monstruosas.

Outra diferença entre as Ningyos e as sereias convencionais é que elas não tem interesse nenhum em seduzir e afogar homens. Diz-se que quem comer a carne de uma Ningyo torna-se imortal, e que sua pele evita o envelhecimento. Mesmo com a possibilidade de se tornar imortal, as pessoas normalmente evitam as Ningyos, por que elas são muito difíceis de serem capturadas, e costumam lançar uma maldição á quem tentar capturá-las. Pode acontecer de uma cidade inteira ser devastada por ondas gigantes, ou destruída por um terremoto por causa de apenas um pescador que tentar capturar uma delas.



Fonte de pesquisa: http://yokai.com/ningyo/
https://tavernadascebolas.blogspot.com/2015/01/ningyos-sereias-do-japao.html

Oni - Folclore Japonês



Os Oni (鬼 ou おに em japonês, que significa "ogro", "demônio") são grandes ícones do folclore japonês. São criaturas medonhas, maiores que um ser humano normal, ás vezes muito maiores, que habitam montanhas remotas, cavernas, ilhas, fortalezas abandonadas, e o Inferno. São onívoros, mas na maioria das vezes se alimentam do gado, de seres humanos e álcool.

Cada Oni tem sua aparência específica, que é muito variada, mas geralmente são descritos possuindo pele azul ou vermelha, cabelos revoltos, dois ou mais chifres, e grandes presas. Outras variações existem em cores diferentes e com diferentes números de chifres, olhos, ou dedos. Vestem tangas feitas de couro de animais grandes. Todos os Oni possuem extrema força e estrutura, e muitos deles são poderosos feiticeiros. São demônios ferozes, causadores de desastres, disseminadores de doenças, e carrascos das almas condenadas ao Inferno.

Os Oni são gerados quando seres humanos extremamente cruéis morrem, e acabam em uma das várias camadas do Inferno budista, conforme o tempo passa, eles vão se transformando em Oni. Se tornam os mais terríveis e brutais servos do Grande Senhor Enma, o governante do Inferno, empunhando grandes clavas de ferro com as quais eles esmagam e destroem os seres humanos, somente para sua própria diversão. O trabalho dos Oni no inferno é submeter punições horríveis ás pessoas más condenadas ao inferno (as que não são más o bastante para se transformar em demônios), arrancando a pele, esmagando os ossos, e outros tormentos horríveis de se descrever. O Inferno está cheio dos Oni, eles formam o exército dos grandes generais do submundo.

Ocasionalmente, quando um ser humano é tão terrivelmente perverso, a ponto de sua alma não ser mais capaz de alcançar nenhum tipo de redenção, ele se transforma em um Oni, mesmo ainda estando vivo, e permanece na Terra aterrorizando os demais seres viventes. Esses seres humanos transformados em Oni são os mais recorrentes nas lendas e histórias, e os que mais apresentam perigo á humanidade.

Originalmente, todos os espíritos, fantasmas, e monstros eram considerados "Oni". A raiz desse termo é uma palavra que significa "escondido", "oculto", e era escrito com um caractere chinês que significa "fantasma". Nos tempos antigos do Japão, antes dos espíritos serem especificamente catalogados como são hoje, "Oni" podia se referir a qualquer criatura sobrenatural, como fantasmas, deuses obscuros, youkais grandes e assustadores, até mesmo alguns humanos particularmente cruéis e violentos. 

Na medida que os séculos moldaram a língua japonesa, as definições que conhecemos hoje para os diversos tipos de monstros gradualmente chegaram a ser o que conhecemos atualmente. Hoje em dia, o termo Oni geralmente se refere apenas a uma categoria específica de demônios de gênero masculino, o qual foi descrito no post. Demônios do gênero feminino geralmente são conhecidos pelo nome "kijo".




https://tavernadascebolas.blogspot.com/2017/05/oni-folclore-japones.html