O livro de Bruce Walker "Sinisterism: Secular Religion of the Lie", é apresentado como uma proposta para se "olhar para o que nós chamamos de ideologia política," rejeitando palavras como "revolucionário" ou "reaccionário", ou ainda "Esquerda" e "Direita".
Esta não é uma análise nova em torno das teorias políticas, havendo já sido aludida por Ayn Rand. Para além disso, nos anos 70 Robert Ringer atacou a esquerda e a direita americana como "demopublicanos" - embora ele o tenha feito sem as conotações religiosas que Walker introduz.
Walker começa com uma tese geral:
A raça humana é composta por dois grupos de pessoas: um grupo é aquele que busca o poder - de modo justo ou (preferencialmente) de modo desonesto - e o outro grupo somos todos nós, o resto da humanidade, pessoas normais e decentes que apenas querem viver a sua vida sem possuir os corpos, as mentes, as possessões ou as almas dos outros.Com isto, ele une num só todos os grupos que buscam o poder - uma forma de pensar também usada pelos Objectivistas e pelos Libertários.
Depois de atacar a dicotomia "esquerda-direita" como não tendo sentido algum, ele tenta projectar a maior parte do conflito politico actual como uma guerra contra os Judeus e os Cristãos uma vez que a sua fé baseia-se em certos princípios éticos e morais que interferem com a fome de poder que caracteriza os sistemas autoritários e as tendências sociais que conduzem a eles.
A estas tendências sociais e a estes sistemas sedentos de poder Walker dá o nome se Sinisterismo, definido como uma religião sem Deus e em guerra contra a genuína fé.
A maior parte do que Walker discute está declarado na frase "Religião Secular da Mentira", que faz parte do título. O que isto parece indicar é o simples facto de que, como forma de obter e manter o poder, os líderes usam de decepção.
Isto é primeiramente ilustrado referenciando o livro de George Orwell "1984", com o seu famoso lema governamental "Liberdade é Escravidão".
O seu ponto é o de mostrar como, com a simples alteração do significado que as pessoas associam às palavras ou aos conceitos, muda-se a sua forma de pensar e a forma de olhar para o mundo. Repete isso de forma eficiente e terás o controle da população.
Uma discussão infelizmente breve é feita em redor da forma como isto foi feito na URSS, mas muito pouco é dito sobre a forma como isto está a ser feito nos Estados Unidos com o declínio dos padrões educacionais e o relativismo moral.
Ambos os tópicos necessitam de maior exposição no contexto do século 21.
Em vez disso, Walker leva-nos para o mundo das seitas do poder de Hitler, Mussolini e Estaline, com especial ênfase na Alemanha Nazi e na Itália Fascista. Aqui, ele mostra como a maior parte do registo histórico foi enlameado por educadores e historiadores que ignoram o que foi escrito durante nos anos 1930 - que demonstram que a maior parte do que fomos levados a acreditar não é verdade.
Os Nazis não são Fascistas e a Alemanha Nazi nem sempre foi inimiga mortal do regime de Estaline. O pacto de não-agressão entre Alemães e Soviéticos fica, assim, muito bem explicado; a fome de poder dos sistemas políticos, que eram tão similares apesar das suas fachadas distintas, torna-se óbvia.
Depois de discutir estes tópicos com grande detalhe, Walker dá início à examinação da relação Judaico-Cristã através da História, começando em Roma, passando pela Idade Média e acabando na 2ª Grande Guerra. Como um realista, Walker assevera que os Judeus e os Cristãos não são diferentes do resto da humanidade - capazes de fazer o bem e fazer o mal, cometer erros e corrigirem-se a eles mesmos. Ele sugere que, em jeito de análise, houve mais coisas boas do que coisas más, o que provavelmente está correcto.
Particularmente importante é o seu tratamento da posição da Igreja Católica durante a Idade Média, que se diferenciava do comportamento dos oportunistas políticos e dos líderes mafiosos.
De modo breve ele discute o mito da Espanha tolerante durante a ocupação muçulmana, o papel dos Cristãos no avanço científico e a sua contribuição na ascensão do método cientifico moderno.
Ainda mais importante é a secção contendo a discussão de Walker em como o declínio da fé Cristã, e o aumento da imoralidade - durante os finais do século 19 e princípios do século 20 - permitiram que o Nazismo chegasse ao poder. De forma cuidada e detalhada, Walker mostra como os Nazis perseguiram os Cristãos da mesma forma que perseguiram os Judeus uma vez que no seu âmago, o Nazismo era uma religião secular - venerando o homem no lugar de Deus.
Walker ilustra também a íntima ligação entre o Nazismo, o Islão e, de certa forma, o Hinduísmo militante.
Esta discussão culmina numa examinação de assuntos em torno do bem e do mal na sociedade, e como segundo esta metodologia, a psicologia é a forma errada de examinar o comportamento de pessoas como Hitler.
Embora mais uma vez isto nos leve de volta para algumas investigações históricas, consequentemente isto leva-nos para o estudo do que está no cerne da questão, isto é, a relação entre o poder e o abuso. Isto culmina numa discussão em torno do porquê os regimes sedentos de poder não gostarem da religião Judaico-Cristã e da forma como eles propagam os mitos de ódio para os seus próprios propósitos.
Walker finaliza cobrindo a relação Judaico-Cristã nos Estados Unidos, alguns factos em torno dos Puritanos, e a relação entre vários Pais Fundadores com o Judaísmo e o Cristianismo.
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Este ódio que os totalitários e "revolucionários" nutrem pelo pela fé Judaico-Cristã não é acidental, coisa que mesmo os não-esquerdistas e não-Cristãos certamente já notaram. Existem princípios Bíblicos que jogam contra a sede de poder dos ditadores, sendo o mais óbvio a existência Duma Autoridade Moral acima do Estado. Como os sedentos de poder querem para si o papel de "autoridade suprema" [algo que muitos deles não são tímidos em afirmar], a noção de Alguém acima do Estado é perfeitamente repugnante.
Aqui o crítico pode afirmar que o islão - que Walker coloca do lado dos sinisteristas - também acredita que o seu deus está acima do Estado, mas isto não é assim tão linear. No islão, o líder (califa) da comunidade muçulmana ("Ummah") é também o líder religioso. Ou seja, no islão, não há maior autoridade que o califa porque ele, supostamente, já está a fazer o que o deus do islão ordena. No islão não há "divisão de poderes"; todo o poder está na mão do califa ["Estado"].
Levando isto em conta, é fácil entender o fascínio que Hitler nutria pelo islão:
Foi nosso infortúnio estarmos sob a religião errada. A religião maometana seria muito mais compatível connosco do que o Cristianismo. Porque é que teve que ser o Cristianismo com a sua mansidão e flacidez?
Adolfo Hitler - 28 de Agosto de 1942Como consequência do seu apreço pelo islão, Hitler desdenhou um dos momentos mais importantes da História europeia apenas e só porque a superior civilização ocidental foi salva da invasão maometana quando Carlos Martel derrotou os seus exércitos na Batalha de Tours:
Se Carlos Martel não tivesse sido vitorioso em Poitiers - como sabes, o mundo havia já caído nas mãos dos Judeus; o Cristianismo é uma coisa sem força! - então provavelmente nós teríamos sido todos convertidos ao maometanismo (islão), a fé que glorifica o heroísmo e abre o 7º Céu apenas e só para o guerreiro valoroso.
Se as coisas tivessem evoluído assim, as tribos Germânicas teriam conquistado o mundo. Apenas o Cristianismo impediu-os de fazer isso. (Adolfo Hitler - 28 de Agosto de 1942)
Fonte:https://omarxismocultural.blogspot.com/2012/06/sinisterismo-religiao-secular-da.html
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