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quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Os idiotas úteis dos socialistas


Walter Williams

Uma das maiores fontes de confusão e engano é a diferença entre esquerdistas, progressistas, socialistas, comunistas e fascistas. Eu pensei nisso assim que bati o olho na passeata da “One Nation” [Uma Só Nação], em Washington. Os participantes marchavam com faixas, placas e cartazes dizendo “Socialistas”, “Socialistas Democratas de Ohio,” “Organização dos Socialistas Internacionais,” “Partido Socialista dos EUA,” “Construir uma Alternativa Socialista” e outros cartazes manifestando apoio ao socialismo e o comunismo. Havia barracas onde eles vendiam livros de bolso com os títulos de “O Marxismo e o Estado,” “Manifesto Comunista,” “Quatro Clássicos Marxistas,” “O Caminho do Socialismo” e títulos semelhantes.
O encontro teve o apoio da [federação de sindicatos] AFL-CIO e daUnião Internacional dos Empregados de Serviços, de baluartes do Partido Democrata, como Al Sharpton, e de organizações como a [Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor] NAACP, o [lobby hispânico] Conselho Nacional de La Raza, a [ONG ambientalista] Verde para Todos, o [grupo ambientalista] Sierra Club e o Fundo de Proteção às Crianças.
O que passa despercebido é que os socialistas e os comunistas produziram os maiores males da história humana. Você me pergunta, “Williams, do que você está falando? Os socialistas, os comunistas e seus simpatizantes se importam com os mais fracos em sua luta por oportunidades! Eles estão tentando promover a justiça social.” Vamos dar uma olhada na história do socialismo e do comunismo.
O nazismo é uma forma de socialismo. Na verdade, nazismo quer dizer “Partido dos Trabalhadores Nacionais Socialistas Alemães.” Os nazistas mataram 20 milhões de seu próprio povo e das nações que capturaram. Os atos inomináveis do Partido dos Trabalhadores Socialistas de Adolf Hitler empalidecem em comparação com os horrores cometidos na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Entre 1917 e 1987, Vladimir Lênin, Josef Stálin e seus sucessores assassinaram ou foram responsáveis pela morte de 62 milhões de seu próprio povo. Entre 1949 e 1987, Mao Zedong e seus sucessores foram responsáveis pela morte de 76 milhões de chineses. As estimativas mais abalizadas a respeito dos regimes mais assassinos da história estão em um livro do professor Rudolph J. Rummel, da Universidade do Havaí: “Death by Government” [Morte perpetrada pelo Governo]. Há grande abundância de informações em seu site.
Você diz, “Williams, não é meio injusto colocar no mesmo saco os socialistas e comunistas da ‘One Nation’ e seus simpatizantes juntamente com assassinos em massa como Hitler, Stalin e Mao? Afinal de contas, eles não expressaram esse objetivo assassino.” Quando Hitler, Stálin e Mao faziam campanha para conseguir poder político, você pode apostar que eles não fizeram campanha em cima da promessa de matar milhões de seu próprio povo e provavelmente a ideia de fazer isso não lhes passou pela cabeça. Esses horrores foram simplesmente o resultado final de uma longa evolução de ideias conducentes à consolidação do poder em um governo central, na busca por “justiça social.” Foram gerações de alemães, russos e chineses decentes, como muitos americanos hoje, que teriam recuado diante da ideia do genocídio, que construíram o cavalo de Tróia para um Hitler, um Stálin ou Mao assumir o poder. Mas, como Voltaire disse, “Quem é capaz de te fazer crer em absurdos pode te fazer cometer atrocidades.”
Embora os esquerdistas, socialistas e comunistas condenem Hitler, eles dão passe livre aos assassinos mais terríveis do mundo. Primeiro, eles fazem uma falsa distinção entre fascismo, comunismo e socialismo, mas, o que é mais importante, eles simpatizam com os objetivos econômicos do comunismo e do socialismo. O objetivo fundamental do comunismo e do socialismo é a posse ou o controle dos meios de produção. Nos Estados Unidos, muito pouca gente defende a posse direta dos meios de produção. Eles devem ter aprendido que quando o governo é dono de tudo, o resultado é caos. Ao invés disso, eles cada vez mais têm defendido uma semi-propriedade, através de várias formas de controle governamental, supervisão, taxação e subsídios. Afinal de contas, se uma pessoa tem a autoridade de dizer a você de que jeito você pode usar sua propriedade, isso equivale a possuí-la.
Eu acredito que a maioria dos americanos acha os ideais e princípios do socialismo, comunismo e progressivismo repugnantes, mas, ao aprovarmos uma centralização governamental maior e seu controle sobre nossas vidas, nós nos deixamos fazer de bobos, ou, como Lênin disse, “idiotas úteis.”
Walter E. Williams, Ph.D., é professor benemérito de Economia na Universidade George Mason, em Fairfax, Virginia.
Artigo original: WND.
Tradução do blog DEXTRA, feita por recomendação e a pedido de Julio Severo.
Divulgação: www.juliosevero.com

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Os métodos de datação são 100% confiáveis?

 


     Não tenho a intenção de afirmar aqui que os métodos de datação não funcionam, e sim que não são 100% infalíveis. Sim, eles podem falhar e gerar datas incorretas. Nesse pequeno artigo vou mostrar cinco casos onde os métodos de datação falharam miseravelmente:


1 - Análise de rochas vulcânicas:

 

Monte Ngauruhoe

   

     Geralmente datamos rochas cujas idades são desconhecidas, e o próprio método é quem vai determinar as idades dessas rochas. Porém, como saber se o método está funcionando corretamente? Como saber se a data que o método indicou está certa? A melhor forma de testar esse tipo de método é datando rochas das quais conhecemos a idade, e foi justamente o que um grupo de cientistas criacionistas fez. O grupo RATE (Radioisotopes and the Age of The Earth) resolveu colocar alguns métodos de datação à prova. Eles foram até o Monte Ngauruhoe, na Nova Zelândia coletar amostras de lava solidificada, pois sabiam que aquelas rochas tinham sido produzidas por 3 erupções que ocorreram em 1945, 1954 e 1975, ou seja, nenhuma rocha naquela região tinha sequer mil anos. Então eles mandaram essas rochas para serem datadas no Geochron Laboratories, um respeitado laboratório que fica em Cambridge – Massachusetts. E qual foi o resultado? Segundo o método de datação utilizado essas rochas tinham cerca de 3,5 milhões de anos. Como assim? (fonte: Dr. De Young, Thousands not Billions – Green Forest Master Books 2005).


2 - Métodos em conflito

     Nem sempre os métodos de datação fornecem datas iguais para as mesmas amostras. Um exemplo disso aconteceu na Austrália, onde o mesmo pedaço de madeira foi datado por dois métodos diferentes e um dos métodos determinou que a madeira tinha 45 mil anos e o outro que a madeira tinha 45 milhões de anos (fonte: A.A Snelling Radiometric Dating in Conflict 1998). 


3 -  Caracol vivo com 27 mil anos

     Em outra feita os cientistas resolveram datar um caracol VIVO utilizando um método de datação bem conhecido. O resultado que o método deu foi absurdo: 27 mil anos. É biologicamente impossível que um caracol viva por tanto tempo. (fonte: revista Science volume 224 – 1984 páginas 58 – 61). 


4 - Molusco vivo com 2.300 anos

     Os cientistas também tentaram datar um molusco vivo usando o método do carbono 14. e o resultado foi que o molusco tinha 2.300 anos, ou seja, de acordo com o método de datação esse molusco já estava vivo antes mesmo de Jesus nascer. (Fonte:  Radiocarbon Dating: Fictitious Results with Mollusk Shells - M L Keith, G M Anderson - Science, agosto 1963 p.634 - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17781758/ ).


5 - Resultados absurdos

      O método potássio-argônio foi aplicado em rochas vulcânicas cuja idade era historicamente conhecida, ou seja, as rochas tinham 200 anos. Porém, de acordo com o método elas variavam de 22 a 200 milhões de anos. (Fonte: Dr. DeYoung, Thousands... Not Billions - Green Forest Master Books 2005).  

Esses foram só alguns exemplos! Eu poderia citar mais! A questão é: se os métodos falharam ao datar amostras das quais conhecíamos a idade, como ter certeza de que eles não falham ao datar amostras das quais não conhecemos a idade correta?

Fonte: neuateismo delirante

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Papa Francisco se rende diante do ateísmo chinês ele diz que a igreja católica não pretende converter ninguém por lá?

O Papa Francisco como todo bom vassalo da esquerda se curvou para o partido comunista para que os chineses enfiassem o grosso nele.

Em sua mais recente visita a Mongólia um pais vizinho da China ele diz que a igreja católica não está empenhada em convenções.

Literalmente o sumo pontífice da igreja católica baixou as calças para o comunismo e mandou enfiar o grosso na bunda.
Ah sim não podemos nos esquecer que como todo progressista barra esquerdista o papa é um hipócrita. 

Falando aquelas besteiras de sempre de que o progresso de uma nação não se mede pelo crescimento econômico nem pelo investimento em armas  e sim pela capacidade do Estado de prover saúde e segurança.

O que o Papa se esqueceu de dizer é que não existe separação entre essas coisas para que uma nação consiga suprir as necessidades básicas dos seus cidadãos como educação e saúde a economia precisa ir bem e para que haja segurança é necessário que haja um investimento em armas o papa não só demonstra total e absoluta  falta de conhecimento como ele demonstra a hipocrisia de sempre de todos os esquerdistas.



A China como todo os país comunista é um país ateu que é abertamente contrário a religião e  declaram publicamente o seu desejo de destruí-la sendo que a principal religião que é perseguida na China é o cristianismo sendo está é considerada o principal e pior inimigo do comunismo e do ateísmo tradicionalmente os cristãos e comunistas são inimigos uma vez que não pode haver entendimento entre ambos pois ser cristão significa não ser ateu e ser ateu significa Não ser cristão.

Não há nada há se falar ou negociar com comunistas pois isso seria o mesmo que negociar com Satanás Deus não negocia com Satanás e os crentes também não.

 

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

O que é o ateísmo uma posição filosófica ou descrença?

 

Ateísmo - posição filosófica ou mera ausência de crença?

      



     Até os ateus se dividem na hora de definir o que é o ateísmo. Existem aqueles que dizem que ateísmo é apenas ausência de crenças em divindades, e outros que reconhecem que o ateísmo, como indica o sufixo "ismo" no final da palavra, é um posicionamento filosófico, uma visão de mundo ou posição existencial diante da crença.

      Dizer que o ateísmo é mera ausência de fé coloca o ateu numa posição confortável no debate, pois a condição de "ausência" tira dele a responsabilidade de defender seus pressupostos. O ateu que defende que o ateísmo é mera ausência de fé vai ficar o tempo todo exigindo que o teísta prove tudo, enquanto ele mesmo não prova nada, pois, teoricamente, não há o que provar em algo que é apenas uma "ausência de alguma coisa". 

     O problema do ateísmo como "mera ausência de fé" é que ele não exige do ateu qualquer faculdade cognitiva, nem inteligência, nem reflexão, pois ausência de fé não é algo que você precisa de inteligência para ter. Na verdade até uma pedra demonstra total ausência de fé em divindades, e, portanto, poderia ser classificada como "ateia", nesse caso. 

     O teísmo, por sua vez, reconhece seu posicionamento filosófico. Observe que a fé em divindades só é observada no ser humano, o único ser racional do planeta, por definição. A fé vem da observação do mundo à nossa volta e da reflexão sobre ele. 

     O ateísmo como posicionamento filosófico também tem suas implicações, pois se trata de um posicionamento diante da crença, ou seja, só existe porque existe a crença em Deus. Portanto podemos dizer que o ateísmo é um tipo de reflexão sobre a própria crença em divindades... uma visão de mundo contrária a do teísta. 

     O problema do ateísmo como posição filosófica é que ele carece de defesa. Nesse caso o ateu não vai poder ficar naquela posição confortável de apenas exigir que o teísta prove tudo enquanto ele não prova nada, pois agora o ateu terá uma posição para defender. Ele vai precisar argumentar sobre o porquê a visão de mundo dele está mais correta que a visão de mundo do teísta. 

Fonte:neoateismo delirante

Charles Darwin era racista e uma má influencia?

 


domingo, 3 de setembro de 2023

Como o celacanto refutou a teoria da evolução?

Antigamente os cientistas conheciam os celacantos somente pelo registro fóssil. Esse grupo de peixes era considerado extinto há pelo menos 65 milhões de anos.




O formato protuberante das nadadeiras do celacanto levou os cientistas a pensar que esse peixe estava evoluindo para um tipo de animal terrestre, um anfíbio primitivo. Suas nadadeiras lobadas estariam evoluindo em patas.

Essa crença foi tão difundida que até mesmo os livros didáticos mostravam gravuras do celacanto saindo das águas com as tais pernas.



Dessa forma os celacantos foram encaixados na sequência evolutiva como os ancestrais dos tetrápodes, ou seja, um elo evolutivo entre peixes e vertebrados terrestres.

O fim da crença




Tudo ia muito bem com a crença evolucionista até que em 1938 alguém conseguiu capturar um celacanto vivo na costa leste da África do Sul.
Ora! O celacanto tinha desaparecido completamente do registro fóssil desde a era mesozoica, e por isso os cientistas acreditavam que ele tinha completado sua evolução em anfíbio. Porém, de repente, estavam com um exemplar em mãos, com suas nadadeiras lobadas intactas, inalteradas.



Isso causou um impacto tão profundo na comunidade científica que fez com que o celacanto perdesse o seu posto de elo entre peixes e tetrápodes.
No entanto, porém, quando falamos sobre isso com os evolucionistas mais leigos (ateus militantes, por exemplo), eles alegam que os celacantos atuais não são da mesma subespécie dos celacantos fósseis, e portanto a descoberta de celacantos vivos não afeta suas teorizações. Será que não afeta mesmo?

O erro dos evolucionistas militantes é justamente não levar em conta que o nome CELACANTO é genérico, ou seja, celacanto não é o nome de um peixe em específico, mas o nome de um grupo de peixes... Tanto o celacanto fóssil como o celacanto vivo pertencem ao grupo dos crossopterígios, que é o mesmo grupo que os evolucionistas diziam que tinha evoluído para anfíbios.
Podemos dizer então que os evolucionistas erraram a respeito da extinção dos crossopterígios, assim como erraram também a respeito de sua evolução em tetrápodes.

Fonte:neoateismo delirante

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Famoso ateu percebe o que significa o fim do cristianismo na europeu e não gosta do que vem a sua frente?


Agora que uma religião bem mais sombria está a ganhar proeminência, Richard Dawkins - um homem que adquiriu fama e fortuna propagando entre os que não querem acreditar em Deus aquilo que eles querem ouvir - parece estar de pé atrás em relação ao que uma vida de secularismo e ataques ao Cristianismo causaram à Europa.

Richard Dawkins afirmou:

Tanto quanto sei não há Cristãos a explodir prédios. Não conheço Cristãos que façam ataques suicidas bombistas, nem conheço uma grande denominação Cristã que acredita que a apostasia deva ser punida com a morte.Eu tenho sentimentos divididos em relação ao fim do Cristianismo uma vez que o Cristianismo pode ser uma fortaleza contra algo pior.
Achas mesmo, Ricardo? Quem diria que o Dr Richard Dawkins se aperceberia do que o fim do Cristianismo na Europa vai causar.

Uma coisa é rejeitar a Bíblia como a Palavra de Deus, mas outra coisa completamente diferente é rejeitar a Bíblia como uma repositor de verdades testadas pelo tempo, verdades essas ganhas através dos milhares de anos de experiência Judaico-Cristã. Uma dessas verdades é que, se tu não defendes a tua fé, alguém que acredita em outra coisa pode aparecer e subjugar-te.

Uma coisa peculiar entre os secularistas ateus é que, embora eles estejam dispostos a viver num estado hedonista e pensionista (eng: welfare state), eles não estão dispostos a lutar e morrer por um. Isto coloca-os com uma desvantagem grave em relação àqueles que estão dispostos a lutar e a morrer por aquilo em que eles acreditam.

Uma Europa sem Cristãos é um sonho antigo dos ateus mas o que eles não se aperceberam é que a Europa e o Cristianismo estão umbilicalmente ligados. Se o Cristianismo morre na Europa, então a Europa vai ser subjugada por uma ideologia bem pior (e desta vez não estou só a falar do ateísmo).

Fonte:http://perigoislamico.blogspot.com/2011/03/lider-ateu-apercebe-se-do-que-significa.html

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Como e por que a esquerda se tornou odiosa??

                    



Voltemos para 2002. Após quase levar em primeiro turno, Lula é eleito no segundo turno com 61% dos votos, se tornando o segundo presidente mais votado na história do mundo (atrás apenas de Reagan, em 1980). As igrejas, incluindo católicas e protestantes, lhe declaram apoio em grande parte, ou pelo menos neutralidade. Lula tem a simpatia até mesmo de seus adversários – FHC disse ter ficado “emocionado” ao lhe passar a faixa presidencial. Nem mesmo o mensalão conseguiu abalar sua popularidade, pois foi reeleito com quase a mesma quantidade de votos. Agora volte a 2018. A esquerda é odiada, o PT é execrado, a direita cresceu muito e se radicalizou tanto quanto, assumiu o poder nos braços do povo e o Lula tá preso, babaca. O que explica uma reviravolta tão inesperada e gritante?

Alguns dizem que foi a corrupção. Embora ela de fato tenha arranhado a imagem do PT de forma justa e inegável, eu duvido que ela tenha sido o fator preponderante – não apenas porque Lula se reelegeu com facilidade depois do mensalão, mas porque se este fosse o caso o povo estaria votando em outros partidos de esquerda que se vendem como “mais puros”, como o PSOL (o que claramente não é o caso). Outros dizem que foi a Dilma. Eu também discordo, apesar de concordar que ela também contribuiu bastante. Mas se fosse só pela Dilma, Haddad teria sido eleito, já que ele não é a Dilma. Ou então um Ciro Gomes da vida, uma Marina Silva ou o cara dos bolos. Mas também não aconteceu.

Outros dirão que foi a própria ascensão da direita que causou a repulsa à esquerda. Que formadores de opinião de direita nas redes sociais e no youtube foram os responsáveis por mudar o pensamento de quase toda a nação, à exceção do Nordeste. Da mesma forma que as outras hipóteses, eu também concordo que isso pesou, mas também está longe de ser o fator preponderante. Se somar os inscritos de todos os canais de direita ou os seguidores de todos os direitistas no facebook, mesmo assim não dá 10% dos votos que recebeu. E querendo ou não, a maioria dos brasileiros comuns não perde tempo lendo textos como este, seguindo “filósofos” no facebook ou canais de política no youtube. Nem o Whindersson consegue ser tão popular, muito menos eles. Temos a impressão do contrário porque vivemos dentro de uma “bolha” e pensamos que todo mundo vive na mesma bolha, mas o mundo real é bem diferente.

Mas se tudo isso apenas ajudou a aumentar a antipatia pela esquerda, qual teria sido seu fator preponderante? Na minha modesta opinião, a resposta não pode ser outra senão a própria esquerda. Para entender isso, precisamos recapitular um pouco as coisas. O PT, assim como a esquerda em geral, nasceu da luta de classes, que é historicamente a tônica central do marxismo. Por isso mesmo se chama “Partido dos Trabalhadores”. Essa estratégia basicamente funciona colocando os trabalhadores contra os patrões, criando artificialmente um conflito entre eles. A intenção é que o trabalhador veja no patrão o culpado por todos os seus problemas, e então vote na esquerda como a “solução”, já que só ela entende o patrão como um vilão. Esse era o PT de 2002, que o povo em geral via com bons olhos.

Mas o tempo passou, e nestes dezesseis anos a esquerda mudou muito. Em 2002, não se falava ainda em ideologia de gênero, casamento gay, “kit gay” nas escolas e outras coisas relacionadas à agenda LGBT; também não se falava que os brancos são opressores, que o ladrão é uma vítima da sociedade, que a classe média é odiável, que os sulistas são nazistas preconceituosos, que os evangélicos são fundamentalistas radicais, que os homens são estupradores potenciais, que a polícia é fascista e racista por prender bandidos negros, que o aborto e as drogas devem ser legalizados, ou em alianças com ditaduras latino-americanas. Tudo isso foi entrando depois, com o tempo, aos pouquinhos, ano a ano.

Claro que ninguém aqui é ingênuo para acreditar que eles não pensavam assim desde antes – eles apenas não tinham a coragem de se manifestar assim abertamente porque sabiam que a sociedade era bem contrária a esses valores. Então apelaram à “estratégia do sapo fervido”. Para quem não conhece, vou resumir: o sapo ao ser colocado em um recipiente com água fervente pula dali na mesma hora, mas se ele for colocado numa água comum e ela for fervendo aos pouquinhos, ele não tem reação a esse aumento gradual da temperatura e morre lá dentro. Foi isso o que a esquerda planejou e implementou ao longo desses anos, nos tratando como se fôssemos sapos – só que esse sapo percebeu e pulou antes que fosse tarde demais, porque viu outros sapinhos morrerem na Venezuela, em Cuba e em cada um dos outros parceiros de água.

Em outras palavras, a esquerda se cansou do paradigma da “luta de classes” envolvendo apenas os trabalhadores, e decidiu ampliá-lo para aumentar ainda mais a divisão na sociedade, desta vez colocando os pobres contra a classe média, os negros contra os brancos, os homossexuais contra os heterossexuais, as mulheres contra os homens, o Nordeste contra o Sul e todos contra os evangélicos. Essa é a “luta de classes 2.0”, que supera largamente o velho paradigma de “trabalhadores vs patrões”. Assim como a estratégia de Loki no primeiro Vingadores foi colocar os vingadores uns contra os outros, a estratégia da esquerda é disseminar o ódio na sociedade – não mais apenas entre as classes, mas também entre sexos, gêneros, raças, regiões e religiões, colocando uns contra os outros para se destruírem mutuamente enquanto ela se perpetua no poder.

Exemplos dos mais surreais têm surgido em toda a parte, sendo o mais recente o do jovem pardo que quebrou seu notebook sem querer e que pediu doações aos seus inscritos para comprar um novo e caríssimo, que praticamente ninguém tem. Isso até seria perdoável se não fosse pela justificativa que ele usa no vídeo – “para não ficar atrás dos brancos” (entenda o caso aqui e aqui). Como um típico esquerdista, ele foi convencido de que está numa “guerra” contra os brancos malvados e opressores, então “não pode ficar atrás deles” nem no notebook utilizado (imagine se fosse o contrário!). Essa é a mentalidade da “luta de classes” trazida para o campo racial: os que são influenciados por eles literalmente se convencem de que o ser humano com uma cor de pele diferente é um inimigo, um opressor, alguém para ser derrotado e destruído.

O problema com isso é que a esquerda começou a declarar guerra a tanta gente que não sobrou mais quase ninguém do lado deles. Ninguém melhor explicou isso do que Clarion de Laffalot – que não é conservador e nem cristão – neste excelente artigo do seu blog, onde escreve:

As similaridades entre os dois [Trump e Bolsonaro] são muito mais profundas que as críticas repetidas exaustivamente de machista, racista, homofóbico. Muito mais importantes que o diagnóstico raso de que representam “o ódio das elites golpistas” e aquela ladainha toda. Mas podem ser resumidas em um ponto central que pode ser chocante para todos: tanto Trump quanto Bolsonaro fazem o povão finalmente se sentir ouvido e representado. Calma. Respira fundo. É isso mesmo que eu escrevi. Prometo que vai fazer sentido se você continuar lendo. Vamos lá. Eu sei que você acredita que a esquerda é a única, verdadeira e legítima representante do povo. Eu também acreditava. Quase todo mundo que passou pelo ensino médio ou superior nos anos 90-00 pensa assim. Mas vamos parar pra analisar um pouquinho.

Imagine que você é um membro do mítico povão. Você acorda cedo, rala pra caramba pra sobreviver com o seu salário. Volta pra casa em ônibus lotado, um caldeirão de gente se acotovelando. Morre de medo de ser assaltado todo dia. Passa por um tiroteio no caminho de casa, e a única segurança que sente é a fé que tem em Jesus (e a confiança de que está com o dízimo em dia). Quando finalmente chega em casa, tudo que você quer é relaxar assistindo o futebol e a novela. O que a esquerda moderna tem a dizer sobre você? Que você é tudo que ela odeia.

Que você é um imbecil por acreditar em Deus, um alienado por assistir a Globo, um reacionário maldito por ter medo de bandido. Que você é machista por gostar de ver a dançarina rebolando no Faustão, e ao mesmo tempo homofóbico por não gostar do clipe do Pabllo Vittar. E além de machista e homofóbico, você também é racista, fascista, transfóbico, heteronormativo e mais um monte de outros palavrões sofisticados que você não sabe nem pronunciar. Do alto de sua torre de marfim, os intelectuais de esquerda idealizaram um pobre que só existe na mente deles – um pobre que está muito preocupado com apropriação cultural, islamofobia, agricultura orgânica, laicidade do Estado e veganismo.

Essa enorme elite burguesa – quase sempre sustentada por dinheiro de impostos cobrados de você – está lá, falando palavras difíceis e preocupada com temas completamente alheios ao seu dia-a-dia, enquanto fala mal de tudo que você gosta e te chama de idiota. E o pior de tudo, petulância das petulâncias: ela acredita que te representa. A esquerda fala muito de alienação mas, de tão alienada em si mesma, se convenceu de que representa os pobres. Nada mais longe da verdade. Na verdade, ela não tem o menor interesse de representar, mas sim de controlar os pobres. A esquerda ama o pobre no mesmo jeito que alguém ama seu bichinho de estimação – eu te dou comida e limpo seu cocô, em troca você me deve lealdade e obediência eternas.

Eis que chega um Trump. Eis que chega um Bolsonaro. Eles não querem ditar o que você deve pensar. Pelo contrário, parecem dar voz ao que você pensa. Eles não estão preocupados com a ararinha azul ou com a representatividade trans-quilombola no congresso, mas com os seus problemas reais. Finalmente um político promete prender o bandido que roubou o celular que você ainda está pagando prestação, em vez de dizer que ele é uma vítima da sociedade que precisa de carinho. Finalmente um político que fala de Jesus, em vez perseguir o Cristianismo e proteger o Islã. Finalmente um político que promete acabar com a boca de fumo que destruiu a vida do seu filho, em vez de falar de legalizar a maconha. Finalmente o seu Zé, dono do botequim da esquina, vê um político que o reconhece como um empreendedor que rala pra caramba, e não como um empresário malvadão explorador.

Parece incrível, mas nenhum intelectual, filósofo, youtuber ou jornalista de direita ou de esquerda conseguiu discernir e definir com tanta precisão o cerne da questão, como Clarion faz aqui. A esquerda não consegue mais se impor como antes, simplesmente porque ela declarou guerra a todo o “mítico povão”. Ao tentar “dividir para conquistar”, tudo o que ela conseguiu foi atrair para a direita os votos de muita gente que antes se via representada pela esquerda. Como Loki nos Vingadores, o feitiço virou contra o feiticeiro – e dessa vez nem precisamos do incrível Hulk.
Fonte:http://www.lucasbanzoli.com/2018/12/como-e-por-que-esquerda-se-tornou-odiosa.html

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

O que atrai Olavo de Carvalho aos Estados Unidos?

Confusão esotérica antimarxista e antiprotestante num imigrante “conservador” brasileiro insatisfeito na nação mais protestante do mundo

Julio Severo
“O Protestantismo nasceu do ódio e da sêde de sangue. Sua inspiração cristã é ZERO,” disse no mês passado Olavo de Carvalho, um filósofo brasileiro que se notabilizou na década de 1980 por ter fundado no Brasil a primeira escola de astrólogos.
Foto real do curso de esoterismo de Olavo de Carvalho
O que o atrai aos EUA, sendo que ele tem desprezado o protestantismo, que é a própria alma e essência dos EUA? Ativistas homossexuais, satanistas e marxistas têm o mesmo desprezo pela alma protestante americana, que deu origem à maioria dos valores conservadores dos EUA.
Em 2016, Carvalho disse:
“Lutero e Calvino eram almas cheias de ódio. O primeiro foi um genocida, o segundo o inventor do governo totalitário. Seus seguidores estão no caminho do inferno, e se for preciso xingá-los de tudo quanto é nome para tirá-los dessa enrascada, farei isso sem dó nem piedade.”

Carvalho, um imigrante “católico” brasileiro insatisfeito numa nação majoritariamente protestante

O que Carvalho fará? Ele xingará os presidentes americanos que mencionaram de forma positiva o protestantismo? Aliás, ao assinar a Declaração de Independência dos Estados Unidos, Samuel Adams afirmou: “Tenho a confiança de que neste dia o reinado do protestantismo político se iniciará.” Os 56 signatários eram na grande maioria protestantes.
De acordo com Patricia Bonomi, professora emérita da Universidade de Nova Iorque: “Os colonos americanos eram 98 por cento protestantes.”
Carvalho xingará os corajosos colonos americanos? Ele dirá que todos eles já estão no inferno?
Lidando diretamente com os EUA, Carvalho disse:
“Um dos mitos preferidos da cultura americana é o de que a Reforma protestante foi uma das fontes principais da liberdade religiosa, dos direitos individuais e da proteção contra os abusos de um governo central. Some-se a isso a falsa crença weberiana (ou semiweberiana) de que a ‘ética protestante’ gerou o capitalismo, e a única conclusão possível é que o cidadão de hoje em dia deve a Lutero e Calvino, no fim das contas, praticamente todos os benefícios legais, políticos e econômicos de viver numa democracia moderna. Mas tudo isso é propaganda, não História.”
Tal comportamento é diferente do comportamento dos comunistas? Durante o regime militar no Brasil, os comunistas escolheram exílio em países capitalistas, inclusive nos EUA. Acabaram morando num país cujo sistema capitalista eles desprezavam e condenavam.
Carvalho, que despreza e difama o protestantismo, se autoexilou no maior país protestante do mundo. Ele fez, em sua incoerência típica de comunista, o que qualquer comunista brasileiro teria feito. Enquanto os comunistas desprezam o capitalismo dos EUA, Carvalho despreza o protestantismo dos EUA. Ambos aparentemente foram atraídos pela fartura dos EUA.
Se Carvalho se sente atraído apenas pelo capitalismo americano e sua fartura, o capitalismo dos EUA sem seu alicerce judaico-protestante é inútil e perigoso. O protestantismo, com seus valores conservadores, é a vida do capitalismo.

Comentários Polêmicos e Sujos de Carvalho

Mas Carvalho não faz declarações absurdas e imorais somente contra o protestantismo. Eis uma pequena amostra de declarações polêmicas dele (perdoe-me por ter de expor a linguagem vulgar dele) em seu Facebook no Brasil:
“A liberdade de opinião é o último refúgio dos idiotas.”
“Eu me ajoelho diante do padre para receber a comunhão, mas se depois da missa tiver de mandá-lo tomar no cu farei isso com a maior tranqüilidade: — Olhe aqui, seu Zé. Ali você era Jesus Cristo, aqui é apenas um merdinha.”
“Cristãos valentes, que eu saiba, só houve em Portugal, na Espanha, na Hungria e na Polônia. No resto do mundo, uma multidão de boiolas.”
“Se eu tivesse uma buceta, faria chantagem sexual com todos os deputados e senadores e destruiria a classe política inteira de uma vez.”
“Repito: nunca existiu uma entidade chamada ‘Inquisição’ e muito menos ‘Santa Inquisição.’”
“O Bergoglio tem de ser tirado do trono de Pedro a pontapés, e o quanto antes.”
“Depois que o sujeito foi estuprado, ele pode buscar algum consolo retroativo na idéia de que uma piroca tinha sido sempre o seu desejo secreto.”
“Não sou de direita, nem de esquerda.”
“A Igreja Católica nasceu oferecendo mártires, a igreja protestante nasceu matando.”
“Herodes salvou muitas almas: matou as criancinhas antes que pudessem pecar.”
“Vocês acham possível ser uma pura coincidência o fato de que o crescimento brutal da criminalidade e sobretudo da corrupção política tenha acontecido ao mesmo tempo que a destruição interna da Igreja Católica pela Teologia da Libertação e que a ascensão generalizada de mil e uma igrejas ‘evangélicas’ improvisadas, repletas de pastores vigaristas?”
“A credulidade com que tantos evanjegues ouvem pastores semi-analfabetos, drogados, ladrões e putanheiros é a oitava maravilha do mundo.”
“Nos filmes de Hollywood, em cada três palavras duas são ‘fuck.’ É isso o que isola e debilita os conservadores.”
“Lênin já sabia que, na política, quem xinga mais sempre leva vantagem.”
“Enquanto me restarem energias, violarei sistematicamente todas as regras de boa conduta verbal que chegarem ao meu conhecimento.”
Como pode um homem com tal linguagem suja ter alcançado algum sucesso entre conservadores católicos do Brasil? Não sei, exatamente como não sei como um falso messias enganou os conservadores americanos. Em seu livro “Bad Moon Rising: How Reverend Moon Created the Washington Times, Seduced the Religious Right, and Built an American Kingdom” (Lua Negra Surgindo: Como o Reverendo Moon Criou o Washington Times, Seduziu a Direita Religiosa e Construiu um Reino Americano), o escritor John Gorenfeld conta como poderosos evangélicos americanos foram seduzidos pelo falso messias Moon. Assim como Moon usou os evangélicos conservadores dos EUA para crescer, Carvalho tem usado os católicos brasileiros para crescer.
Nos EUA, onde Carvalho adora viver como imigrante, ele tem uma entidade chamada Instituto Inter-Americano, cuja metade dos membros são evangélicos que, por não entenderem português, desconhecem totalmente as declarações e opiniões de seu diretor, que não as publica em inglês.
Os EUA, que na sua fundação tinham uma população 98% evangélica, são o maior país evangélico do mundo, com uma influência evangélica histórica vasta em seus costumes sociais, culturais e políticos. Mas obviamente não é a predominância evangélica que atrai Carvalho aos EUA.

É o catolicismo que atrai Carvalho?

Será o catolicismo então? Se fosse, ele estaria no Vaticano, ou no Brasil, que é o maior país católico do mundo. Carvalho disse: “Vocês já notaram que só nos países católicos foi possível oferecer uma resistência séria ao comunismo?” Mesmo assim, ele prefere viver como imigrante no maior país protestante a viver no maior país católico.
Católicos brasileiros eufóricos preferem olhar para os católicos brancos americanos, que para eles são a verdadeira referência, identidade e esperança de catolicismo e conservadorismo autêntico. Seria esse o caso de Carvalho? A verdade é que, como mostrou reportagem do DailyMail, não se deve, em pesquisas sobre o catolicismo nos EUA, levar em consideração os católicos brancos, pois eles “são muito mais mesclados e influenciados pela cultura protestante mais ampla.” Isto é, o conservadorismo dos católicos brancos americanos reflete o protestantismo americano original!
Além disso, o DailyMail atribui o espírito criativo americano, que é um importante fundamento dos EUA, ao protestantismo na cultura americana.
De que o Carvalho chamaria essa criatividade? Propaganda enganadora? Afinal, durante séculos os americanos de fato foram os maiores promotores de uma propaganda que revelava a Inquisição em sua natureza sangrenta. O lado oposto da questão é que o Vaticano, com seu vasto poder político, financeiro e religioso durante séculos, foi o maior promotor de uma propaganda de Inquisição benevolente e humanitária. Enquanto que a propaganda do Vaticano beneficiou apenas o Vaticano, a propaganda dos EUA beneficiou protestantes e judeus, que eram as maiores vítimas da Inquisição.

Carvalho, os judeus e a Inquisição

Diferente do Vaticano, os EUA têm uma longa história de amizade e parceria com os judeus. Enquanto os EUA foram um dos primeiros países a reconhecer o moderno Estado de Israel, o Vaticano foi um dos últimos.
Os judeus nunca fizeram acusações contra a propaganda protestante americana de Inquisição sangrenta, pois eles sabiam e sabem que não é propaganda. É verdade. Mas até hoje eles têm muitas acusações contra a propaganda católica de uma Inquisição benevolente e humanitária.
Diferente dos judeus, que há séculos acusam e condenam a Inquisição, Carvalho há anos acusa e condena quem acusa e condena a Inquisição, chamando a Inquisição de “lenda negra,” “mito,” “campanha de calúnia e difamação” e “invenção.”

Carvalho: Evangélicos americanos são piores do que comunistas

Ao tratar do tema da Inquisição em 2016, Carvalho publicamente opinou que os opositores da Inquisição, a quem ele chamou de “paladinos da fé,” são muito piores do que comunistas. Ele disse:
“Jamais vi um comunista, no exercício da verborréia revolucionária mais feroz e difamatória, descer aos abismos de malícia e perversidade em que se deleitam, neste país, os paladinos da fé.”
Pelo fato de que Carvalho vive nos EUA, “neste país” provavelmente significa EUA.
Se evangélicos (e também judeus) anti-Inquisição são piores do que comunistas, o que Carvalho está fazendo vivendo como imigrante no maior país evangélico do mundo? Por que ele não se muda para a Cuba comunista, já que os EUA protestantes são piores?
 Carvalho disse:
“Sem a lenda negra da Inquisição, as igrejas protestantes jamais teriam alcançado o sucesso que alcançaram. Quem não quer fugir das mãos sangrentas de torturadores para os braços de Nosso Senhor? A lenda é elemento integrante do prestígio protestante e, se ela cair, ele cai junto.”
O que Carvalho quer dizer é que os EUA nunca teriam alcançado o sucesso de se tornar a maior potência protestante do mundo se não fosse pelo papel predominante dos EUA nas denúncias contra a Inquisição. Carvalho também disse:
“O mito da Inquisição foi a mais vasta e duradoura campanha de calúnia e difamação de todos os tempos, dura até hoje, com financiamento milionário, e parece que não vai acabar nunca. Quem a inventou não foram iluministas nem comunistas. Foram protestantes, que continuam a promovê-la até agora, tendo como centro irradiante as igrejas dos EUA.”
“Cinco séculos de feroz e, até hoje, ininterrupta invencionice anticatólica fazem dos protestantes os campeões absolutos do assassinato de reputações — muito superiores, nisso, a iluministas e comunistas.”
Essa é uma das teorias de conspiração mais mirabolantes que já vi. Carvalho então considera os evangélicos em geral e os evangélicos americanos em particular como piores do que os comunistas. Se isso fosse verdade, o maior país protestante do mundo seria uma verdadeira União Soviética. Não é. O país mais protestante do mundo é os EUA e Carvalho adora viver como imigrante ali.
Carvalho trata os evangélicos dos EUA como mentirosos que inventaram uma Inquisição que nunca existiu, como se multidões de judeus nunca tivessem sido vítimas do que o Carvalho insiste em chamar de lenda e mito. Mas o que ele chama de propaganda mentirosa dos evangélicos americanos contra a Inquisição os judeus chamam de verdade.
Aliás, até mesmo a história do Brasil desmascara uma Inquisição brutal e sangrenta contra os judeus. Muitos judeus brasileiros foram torturados e mortos pela Inquisição. E os primeiros colonos judeus em Nova Iorque eram judeus brasileiros que haviam fugido da Inquisição no Brasil. O primeiro cemitério judeu em Nova Iorque tem nomes brasileiros. Esses judeus brasileiros encontraram refúgio e paz entre protestantes americanos! No Brasil, eles enfrentavam constante ameaças de saque, tortura e morte. Então a própria história do Brasil se opõe à obsessão de Carvalho.

Carvalho: defender a Inquisição é infinitamente mais importante do que derrotar o comunismo

Sua obsessão para sanear e reabilitar a Inquisição é tão grande que em julho de 2016 ele disse que “eliminar da consciência popular mitos como a Inquisição” é infinitamente mais importante do que tirar do poder a presidente socialista Dilma Rousseff. Muitos no Brasil e nos EUA pensam que sua prioridade e alvo eram Dilma, mas ele mesmo confessou que é a reabilitação da Inquisição. Ele disse:
“Quem quer que tenha estudado a ofensiva cultural soviética e a posterior estratégia gramsciana compreende algo que parece ainda totalmente ignorado de cem por cento dos liberais e conservadores neste país: eliminar da consciência popular mitos como a ‘Inquisição’… é infinitamente mais valioso do que ‘tirar a Dilma.’”
Nas décadas de 1980 e 1990, eu estava envolvido ativamente no movimento pró-vida brasileiro e nunca ouvi falar do nome de Carvalho. Mas a partir do ano 2000 ele apareceu com um discurso pró-vida, pró-família, pró-homeschooling, anti-vacina e anticomunismo. Esse discurso atraiu líderes pró-família como eu. Mas depois, com uma fama já estabelecida, ele deixou claro, conforme suas palavras, que eliminar um suposto mito da Inquisição é infinitamente mais importante do que derrotar o comunismo.
No passado, quem quisesse derrotar o comunismo teria de derrubar a União Soviética, o maior propagandista do comunismo. Ronald Reagan fez isso. Quem quiser derrotar a propaganda contra a Inquisição deverá derrubar os EUA, o maior propagandista durante séculos dos males da Inquisição?
Isso será tarefa para Carvalho, que se enxerga com uma missão mais importante do que a missão de Reagan?
A Inquisição não foi o único alvo de propaganda dos EUA. Os EUA também foram os maiores propagandistas contra o marxismo soviético e hoje (pelo menos sua população conservadora) são os maiores propagandistas contra o aborto.
Antes de os EUA focarem no comunismo como inimigo, o maior foco da sociedade americana era o Vaticano e sua Inquisição. Aliás, o histórico da Inquisição foi o que mais dificultou a relação dos EUA com o Vaticano. Foi principalmente a questão da Inquisição que fez os EUA romperem relações diplomáticas com o Vaticano na década de 1860, pois para os EUA, o Vaticano e a Inquisição eram a mesma coisa. Os EUA só reataram relações com o Vaticano na década de 1980, no governo de Ronald Reagan, que tinha como foco a luta contra o comunismo. O comunismo fez com que os EUA se esquecessem da base de sua antiga hostilidade com o Vaticano.
O que atrai Carvalho aos EUA? Os judeus? Mas ninguém que de fato ame os judeus defende ou desculpa a Inquisição, que massacrou milhares de judeus, sempre saqueando suas riquezas.

Esoterismo nos EUA

O que atrai então Carvalho aos EUA? Meu palpite é o esoterismo. Carvalho tem um histórico fortemente esotérico e os EUA, paralelo à influência evangélica, têm também um histórico fortemente esotérico.
Os EUA não são somente a maior nação protestante do mundo, mas também a nação mais maçônica do mundo, de acordo com o livro “Christianity and American Freemasonry” (Cristianismo e Maçonaria Americana), escrito pelo escritor católico William Whalen e publicado pela proeminente editora católica Ignatius Press. Whalen diz que a maior parte dos maçons do mundo vive nos EUA e que a influência da maçonaria na sociedade americana é tão generalizada que até as igrejas que proíbem a maçonaria têm pelo menos 90 milhões de membros que são maçons.
Ainda mais revelador é que o escritor Thomas Horn afirma, em entrevista ao WND (WorldNetDaily), que desde sua fundação os Estados Unidos têm sido manipulados pela maçonaria para seguir uma meta: construir uma sociedade ocultista que um dia dará as boas-vindas ao espírito e pessoa do Anticristo.
Horn é o autor do livro “Apollyon Rising 2012,” que explica que os maçons incorporaram na república dos EUA muitos símbolos esotéricos que, mais de 200 anos atrás, já prediziam que os EUA liderariam o mundo numa nova ordem mundial. O que essas “profecias” mais prediziam era a hegemonia e supremacia dos EUA. Horn aponta essas “profecias,” que estão presentes na moeda e símbolos governamentais dos EUA, como demoníacas.
Logo no início de seu livro, Horn cita o presidente americano George W. Bush, que em seu segundo discurso de posse em 20 de janeiro de 2005 disse: “Quando os fundadores dos EUA declararam uma nova ordem das eras… eles estavam se guiando por uma antiga esperança que estava destinada a um cumprimento.” Horn diz que essa “antiga esperança” eram as “profecias” esotéricas dos maçons feitas há mais de 200 anos sobre a futura hegemonia dos EUA.
Infelizmente, até um presidente evangélico conservador como Bush viu com bons olhos as “profecias” maçônicas sobre seu deus, o diabo, dando a supremacia governamental mundial aos EUA.
Tenho “Apollyon Rising 2012.” Por curiosidade, perguntei a Carvalho anos atrás o que ele achava desse livro, e sua resposta foi que esse livro não é recomendável para leitura… Em contraste, os livros do bruxo islâmico René Guénon sempre foram muito bem recomendados por ele.

Carvalho, Nancy Pearcey e René Guénon

Por que uma denúncia evangélica detalhada contra as premonições ocultistas e esotéricas na história dos EUA deixou Carvalho tão incomodado? Por que ele chama as premonições do bruxo Guénon de “magistrais,” principalmente uma premonição de que a única salvação para a Europa é a Igreja Católica?
Em seu livro “As Garras da Esfinge” (2017), página 25, Carvalho confirma essa “premonição,” dizendo:
“O labirinto de impossibilidades só tem uma saída: o catolicismo só pode ser devolvido à sua integridade originária se consentir em submeter-se ao guiamento de mestres islâmicos. Ou isso, ou a ocupação do Ocidente pelos muçulmanos.”
Ele então acrescenta, na mesma página:
“Que, en passant, Guénon e seus continuadores tenham feito várias contribuições valiosas até mesmo à compreensão do catolicismo… é coisa que ninguém em seu juízo perfeito poderia negar.”
Não sei se o bruxo islâmico Guénon fez as alegadas contribuições “valiosas” ao catolicismo, mas é inegável que Carvalho, que já traduziu para o português um dos livros de Guénon, tem fixação por ele.
Carvalho enxerga as questões sobrenaturais no sentido metafísico entendido por Guénon. Em “As Garras da Esfinge,” página 14, Carvalho diz:
“Que é propriamente uma metafísica? Não uso o termo como denominação de uma disciplina acadêmica mas no sentido muito especial e preciso que tem nas obras de Guénon e Schuon.”
A escritora evangélica conservadora americana Nancy Pearcey identifica Guénon como promotor da Nova Era. Mas Carvalho discorda. Ele disse: “Confundir Guénon com Nova Era é como achar que Karl Marx era os Beatles.”
Com sua boca suja que hostiliza os evangélicos em geral (Lutero, um genocida, Calvino, um tirano), Carvalho disse:
“O problema do Julio Severo é que, além de vigarista desde o ADN, ele é muito inculto. Escreve com a maior cara-de-pau (ou inocência perversa) sobre assuntos que estão inalcançavelmente acima não apenas da sua capacidade, mas até da sua imaginação. Numa dessas ele chamou o René Guénon de ‘ocultista’ e ‘expoente da Nova Era’ (expressão que copiou de Nancy Pearcey).“
Seus xingamentos atuais são chocantes, pois por dez anos (2003-2013) eu havia sido colunista oficial em seu site Mídia Sem Máscara, que havia me convidado para ser um membro de sua equipe de escritores, a maioria dos quais era então conservadora fiscal, e apoiava alguns itens da agenda gay, que é oposta por mim. Aceitei o convite e trabalhei gratuitamente por uma década.
Em minha condição de primeiro colunista evangélico do Mídia Sem Máscara, atraí muitos evangélicos, inclusive da Frente Parlamentar Evangélica, onde eu era muito conhecido por causa do meu livro “O Movimento Homossexual,” publicado pela Editora Betânia. No primeiro congresso da Frente Parlamentar Evangélica em 2003, dei o discurso de abertura e essa foi uma das razões por que o Mídia Sem Máscara me convidou.
No entanto, o site de Carvalho não era minha única plataforma midiática. Eu já era um colunista do JesusSite, que era no início da década de 2000 o mais importante site evangélico do Brasil. Eu contribuía para o Pro-Vida-Familia, o maior site pró-vida católico do Brasil. E eu também contribuía para qualquer site evangélico e católico que me convidasse para escrever artigos pró-vida.
Com minha longa experiência (desde a década de 1980) de aliança pró-vida com proeminentes líderes católicos do Brasil, eu havia pensado que com Carvalho, que dizia que era católico, eu teria a mesma experiência boa que tive com ativistas pró-vida católicos. Por algum tempo, havia tolerância, ainda que eu muitas vezes fizesse pedidos a ele para que evitasse linguagem suja — um mau hábito que nunca vi em nenhum outro líder católico do Brasil. Além disso, em todos os meus anos de aliança pró-vida com católicos, nunca vi nenhum deles defendendo ou desculpando a Inquisição.
Por mais de dez anos, Carvalho louvou meu trabalho. Mas uma mera discordância entre ele e mim por causa da defesa que ele fez do revisionismo da Inquisição em 2013 foi suficiente para ele lançar uma campanha persistente e duradora, regada a boca suja, de assassinato de reputação contra mim.
Seu caso me faz pensar se realmente vale a pena uma aliança entre evangélicos e católicos (esotéricos), até mesmo por amor a uma causa pró-vida.
Em meus 10 anos como colunista no Mídia Sem Máscara, eu não sabia que Carvalho já havia sido processado, por seus ex-alunos de astrologia, por estelionato. Então a acusação dele (“vigarista”) contra mim equivale a Lênin acusando os anticomunistas de serem o que ele era.
Nunca vim a entender, até 2013, as profundezas da paixão dele pelo revisionismo da Inquisição e o envolvimento dele com as ideias de Guénon.
René Guénon (1886-1951) era um católico que se converteu a uma das formas mais ocultistas e esotéricas do islamismo e morreu no Egito islâmico. De acordo com Andrew Phillip Smith, em seu “Dicionário de Gnosticismo” (Quest Books, Theosophical Publishing House Wheaton, Illinois, 2009), Guénon foi um “escritor metafísico francês e fundador do movimento tradicionalista. Ele estava envolvido na Igreja Gnóstica Francesa e publicava um revista chamada Gnose.” Ninguém fez mais para tornar esse rei do gnosticismo conhecido no Brasil do que Carvalho. De acordo com Nancy Pearcey, Guénon era um expoente da Nova Era.
Pearcey tem um livro intitulado “Total Truth: Liberating Christianity from its Cultural Captivity” (Verdade Total: Libertando o Cristianismo de seu Cativeiro Cultural), publicado pela editora Crossway Books em 2004. Esse livro tem um Apêndice 2 intitulado “Islamismo Moderno e o Movimento Nova Era,” em que Pearcey mostra como uma mistura das ideias de Platão e hinduísmo e islamismo (uma genuína salada de Nova Era) está transformando intelectuais católicos em heréticos. Ela diz:
“Durante a era dourada do Islamismo nos séculos VII e VIII, os exércitos de Maomé devastara (sic) tudo desde a península Árabe, anexando territórios da Espanha à Pérsia. Com esta ação, poderíamos dizer, eles também anexaram as obras de Platão, Aristóteles, Plotino e outros pensadores gregos. Por conseguinte, o mundo árabe tinha uma rica tradição de comentários sobre os filósofos gregos muito antes que a Europa. Nos cursos universitários de História, aprendemos que o renascimento foi despertado pela recuperação dos antigos escritos clássicos. Mas raramente aprendemos que foram os filósofos muçulmanos que tinham preservado esses documentos e que os reintroduziram no ocidente.”
“O neoplatonismo se tornou uma forte influência no pensamento islâmico. Hoje, os principais filósofos muçulmanos adotam a filosofia perene, com sua fusão do panteísmo ocidental e oriental. Na realidade, os primeiros proponentes desta filosofia, que eram europeus, acabaram se convertendo ao islamismo! (Entre os grandes proponentes europeus da filosofia perene que se converteram ao islamismo estão René Guenon, Fritjof Schuon e Martin Lings. Hoje, o proponente muçulmano mais bem conhecido da filosofia perene é Sayyed Hossien Nasr). Para completar o círculo, a pessoa que lançou a filosofia perene (um francês chamado René Guenon) acreditava que havia um âmago comum que unia os três: o neoplatonismo, no Ocidente, o hinduísmo, no Oriente, e o islamismo, no Oriente Médio.”

Carvalho e esoterismo islâmico

Além de recomendar Guénon, Carvalho também recomendou o muçulmano esotérico Seyyed Hossein Nasr. Ele disse em seu site pessoal:
“Leiam, por exemplo, ‘Knowledge and the Sacred’ ou ‘Man and Nature’ de Seyyed Hossein Nasr, que foi ministro da Cultura do Irã no tempo de Reza Pahlevi. Livros como esses nos trazem de volta, no refluxo da maré histórica deslanchada por uma grande mentira, as verdades que foram traídas e esquecidas no início do processo. ‘Ex Oriente lux’: a luz vem do Oriente. Pouco importa que tenha sido trazida, de contrabando, na bagagem de ladrões, genocidas e stalinistas. Isso não basta para ofuscá-la. É dela que depende em grande parte, hoje, a reconquista dos ideais ocidentais abandonados pela cultura imanentista dos últimos dois séculos.”
Carvalho sempre esteve à vontade com estudos islâmicos. Seu site pessoal também diz:
“Durante um tempo, [Olavo de Carvalho] dedicou-se aos estudos islâmicos — aprendeu árabe e recita trechos do Alcorão — e ganhou um prêmio na Arábia Saudita em 1985 por um livro de 200 páginas (não publicado) sobre Maomé, no qual usou os conhecimentos da simbólica medieval para interpretar episódios da vida do profeta. Pratica o cristianismo, mas afirma que ficaria à vontade para professar o islamismo. Isso porque, na sua opinião, cristianismo, islamismo e judaísmo têm no fundo o mesmo objetivo. A existência de Deus é para Olavo uma obviedade suprema, a base fundadora de tudo.”
Em 2016, Carvalho se gabou de que a única iniciativa séria para compreender a estratégia comunista na América Latina foi o Grupo de Estudos Ibn Khaldun, em homenagem a um muçulmano árabe. Esse grupo secreto foi criado por Carvalho em 2003. Pode uma estratégia antimarxista que ao mesmo tempo homenageia muçulmanos ter alguma aparência católica?
Guénon é muito raramente citado na literatura evangélica porque a penetração desse ocultista nos meios evangélicos não existe. Ele é um desconhecido. Mas parece que nos meios católicos o inverso está acontecendo.
Guénon tem sido conhecido no Brasil apenas por evangélicos que seguem Carvalho, que também os está influenciando com outros esotéricos, inclusive Mario Ferreira. Carvalho disse:
“Está muito bem que as pessoas se interessem pelos escritos da chamada ‘escola tradicionalista,’ mas tudo o que René Guénon, Titus Burckhardt e ‘tutti quanti’ escreveram sobre o simbolismo dos números — a linguagem essencial de todo esoterismo — é apenas um joguinho de jardim-da-infância quando comparado ao que o Mário Ferreira dos Santos fez em ‘Pitágoras e o Tema do Número’ e sobretudo em ‘A Sabedoria das Leis Eternas’ e demais volumes da série ‘Mathesis.’”
“Um documento precioso que tenho nos meus arquivos (agora guardado no storage) é o horóscopo do Mário Ferreira dos Santos.”

Efeitos do olavismo

E qual é o efeito de toda essa carga esotérica nos seguidores de Carvalho?
Um padre disse recentemente em seu Facebook:
Trechos de um texto sobre Olavo de Carvalho por um de seus alunos. Isso bem mostra como o culto da personalidade vai adiantado…
“Todos estes símbolos são válidos e verdadeiros, mas a multiplicidade com que os alunos de Olavo de Carvalho os empregamos só demonstra como descrever a grandeza da personalidade deste homem ainda é difícil, ainda é complicado — nossa literatura, nossa língua, não chegou a uma personagem como Olavo de Carvalho e, possivelmente, demorará algum tempo. É por isso que eu não consigo escrever sobre Olavo; logo, é melhor conservar a experiência indizível da personalidade deste homem do que arriscar uma definição falseada do que ainda não somos capazes de literariamente descrever.”
“Ninguém é o mesmo depois de conhecer Olavo de Carvalho, porque ninguém pode ser o mesmo ao confrontar-se com uma Realidade visível, palpável, de carne e osso, que fuma e fala palavrão — uma pessoa e não apenas um conceito abstrato ou um pensador careca de botequim.”
Esse é um resultado de pura propaganda. E Carvalho e sua equipe estão investindo muito em mais propaganda, e seu esforço mais recente é “Jardim das Aflições,” que não é um documentário com uma visão crítica, mas um filme-propaganda sobre a vida de um líder esotérico que transformou sua experiência larga em esoterismo num movimento político. Convenientemente, o filme não mostra que Carvalho fundou e dirigiu a primeira organização de astrologia do Brasil e que ele fundou e dirigiu a primeira escola brasileira de astrólogos.
Muito antes de ele usar sua destreza sedutiva para atrair estudantes de filosofia, ele atraía estudantes de astrologia.
Ainda que Carvalho não se rotule como um messias, ele tem recebido, de seus adeptos, o mesmo tratamento e dinheiro que o Rev. Moon recebia de seus adeptos. Ele é o supremo líder espiritual para eles. Não é fácil sair de seu movimento. Um psicólogo evangélico disse recentemente em seu Facebook:
“Até hoje estou em fase de recuperação espiritual, o Olavismo chegou ao ponto de destruir quase minha vida espiritual inteira e afastou a maior parte de meus antigos amigos. Eu havia me tornado um evangélico religioso e intolerante com algumas divergências. Agora estou em fase de recuperação, e Deus tem aberto portas em diversas áreas para mim após eu abandonar o dogma e a influência intelectual do tal sobre minha pessoa. Não foi fácil, mas tenho conseguido me desprender da maior parte. Duas coisas incríveis: Deus só abriu portas para mim, quando eu abri mão do Olavismo, em todos os minutos ouço a voz da Pessoa do Espírito Santo falar de modo gentil e educado ao meu coração: ‘peça perdão às pessoas que você rebaixou e magoou.’ Meu amigo, a lista é enorme mas já comecei a pedir perdão.”
“Isso é o que acontece com todas as pessoas que são influenciadas e cegas pelo Olavismo; se tornam insuportáveis.”

Antimarxismo esotérico: Tradicionalismo e conservadorismo ocultista

Muito antes de se envolver com discurso antimarxista, Carvalho já estava envolvido com a Escola Tradicionalista, que mistura esoterismo com discurso antimarxista. A Escola Tradicionalista foi fundada por Guénon para promover um conservadorismo esotérico contra o marxismo. Por isso, é fácil entender por que Carvalho disse para seus seguidores: “Está muito bem que as pessoas se interessem pelos escritos da chamada ‘escola tradicionalista.’” Seu antimarxismo tem como base essa escola esotérica.
Carvalho não é o único exemplo de esotérico se tornando ativista antimarxista. O escritor neozelandês Trevor Loudon também é esotérico e antimarxista, e muito anti-russo, como são todos os neocons. O esotérico Loudon tem louvado Carvalho.
Carvalho é conhecido por uma visão geopolítica estridentemente anti-russa. No Brasil, sua visão geopolítica é vista como original. Mas nos EUA, qualquer conservador a reconheceria como visão neocon. Carvalho provavelmente é o primeiro neocon brasileiro e os conservadores católicos brasileiros estão tendo pela primeira vez contato com a cosmovisão neocon americana por meio dele. Contudo, se a estridência “filosófica” dele fosse reservada somente contra os russos, ele nunca diria que os protestantes americanos anti-Inquisição são piores do que os comunistas.
Se discurso antimarxista fosse sinônimo de conservadorismo, Hitler, que era católico esotérico, teria sido um dos maiores conservadores do mundo. Aliás, ele tinha um discurso antimarxista incrível. Confira aqui: http://bit.ly/1EXKf4E

Conservadorismo boca suja?

Embora esteja à vontade com seu histórico esotérico, Carvalho às vezes demonstra não estar à vontade com o rótulo “conservador.” Ele disse:
“Por isso é que, quando me apresentam como ‘filósofo conservador,’ a única resposta que me ocorre é: — Conservador é a puta que o pariu, que conservou você na barriga por nove meses em vez de deixá-lo cair na privada.”
Carvalho disse para seu público brasileiro de Facebook que a grande desvantagem dos conservadores americanos é que eles não falam palavrões. Ele disse:
“Nos EUA só quem diz palavrões é a esquerda. Basta isso para explicar por que os conservadores, mesmo quando têm maioria, estão sempre em desvantagem.”
Linguagem suja é muito natural para comunistas e satanistas, mas não para cristãos reais.
A esperança de Carvalho, como imigrante brasileiro nos EUA, é mudar a cultura conservadora americana para aceitar linguagem suja como uma ferramenta para avançar o conservadorismo. Ele também espera “libertar” os EUA do “mito” da Inquisição.

O que atrai então o Carvalho aos EUA?

O que atrai então o Carvalho aos EUA não são os evangélicos, cuja propaganda contra a Inquisição sangrenta é mentirosa e abominável para ele. Não são os judeus americanos, que sempre concordaram com a propaganda de seus amigos e parceiros evangélicos americanos.
E não são os católicos americanos que seguem o papa, pois é desejo público de Carvalho expulsar o Papa Francisco do Vaticano.
Os iguais se atraem. Evangélico com evangélico se atrai. Católico com católico se atrai. E esotérico com esotérico se atrai. O que me atrai aos EUA é sua tradição evangélica. Mas se eu fosse católico, eu iria querer viver na Itália, próximo do Vaticano, ou no maior país católico do mundo, o Brasil. Se eu fosse esotérico, eu me sentiria muito à vontade no maior país maçom do mundo. E se eu fosse Carvalho, eu me sentiria atraído pela antiga tradição esotérica e maçônica dos EUA, tão bem exposta por Thomas Horn.
O esoterismo, inclusive da maçonaria, se torna tudo em todos, adquirindo qualquer fachada e máscara que lhe convir. Em junho de 2015, Carvalho declarou publicamente:
“Não tenho a menor dificuldade em pensar como um comunista, um fascista, um ateu militante, um mestre maçom, um ocultista ou qualquer outro.”
O esoterismo se infiltra, engana e transforma suas vítimas em escravos espirituais cegos a seu serviço. Tal é a realidade maçônica dos EUA. Tal é a realidade esotérica de Carvalho.
O esoterismo engana e usa os enganados para enganar. Carvalho criou um movimento esotérico que tem fachada conservadora.
Mas alguns estão vendo a verdade. Ex-alunos de Carvalho produziram um documentário intitulado “Adubando o Jardim das Aflições” contendo abundantes evidências alegadas de seu esoterismo. O documentário completo está neste link: https://youtu.be/_suLdFqZlSI
Às vezes, Carvalho tenta se retratar como um bruxo bom. Em 2016, ele disse: “Meu sonho na vida era ser como o mago Merlin do ‘Excalibur’: um sonho para uns, um pesadelo para outros. Está realizado.” Nos filmes, há uma distinção imaginária entre bruxaria boa e má. Há bruxos bons e maus. Contudo, na vida real, não existe tal diferença, e a cosmovisão cristã de forma acurada e realista vê toda bruxaria como intrinsecamente má.

A defesa estridente da Inquisição não torna Carvalho um católico genuíno

Alguns querem ver Carvalho como um “católico” que, com sua propaganda de revisionismo da Inquisição, está trazendo um “reavivamento” católico no Brasil. Mas um reavivamento alicerçado na defesa da Inquisição? Um líder pró-vida católico me explicou:
A Inquisição só apareceu no século XIII. Durante doze séculos, a Igreja Católica não ousou defender a fé católica por meios coercitivos. No ano 385, quando o imperador Máximo condenou o herege Prisciliano à morte, Santo Ambrósio, bispo de Milão, com o consenso de quase todo o episcopado da época, condenou a medida como contraria à mansidão do Evangelho. Em 866, o Papa Nicolau I, consultado pelo rei da Bulgária sobre se o rei poderia usar a força para converter os pagãos de seu reino, respondeu que “Deus ama a homenagem espontânea, pois, se desejasse usar a força, ninguém conseguiria resistir à sua onipotência.”
É da convivência com os muçulmanos que surge a ideia de um tribunal da inquisição coercitivo, o qual condena à fogueira os hereges impenitentes e mancha a história da Igreja Católica com uma nodoa de vergonha. É dos muçulmanos que os católicos tomam também a ideia de “guerra santa.”
A Igreja Católica, pelas declarações oficiais dos últimos papas, já reconheceu que a Inquisição era “incompatível com a mansidão do Evangelho” (para citar as palavras de Santo Ambrósio). A defesa que Olavo faz da Inquisição, em meu humilde modo de ver, pretende matar dois coelhos com uma só cajadada:
1) Acostumar os católicos direitistas com um tipo de religiosidade sanguinolenta e violenta, mais própria dos adeptos de Maomé do que dos seguidores de Cristo (basta observar como os olavetes se comportam de maneira agressiva, especialmente contra quem ousa contestar seu mestre, tais como os muçulmanos fazem em defesa de seus mestres).
2) Tal como no caso da suposta excomunhão dos comunistas, a defesa da Inquisição desmoraliza a autoridade espiritual da hierarquia católica, que é pintada pelo Olavo como uma instituição insensata que pede perdão por aquilo que praticou e que, além disso, por algo que era justo, belo e bom.
Quando eu denuncio o Olavo na Igreja Católica, a maioria me responde que ele “converte” muita gente para o catolicismo. Sublinho que se trata de um catolicismo muito esquisito, para dizer o mínimo, pois não dá para ser católico sem hierarquia.

A Cuba católica era mais oprimida do que a Cuba comunista

A defesa de um catolicismo pró-Inquisição não parece que produzirá resultados melhores do que o marxismo. É só olhar o exemplo de Cuba. Em apenas dois anos, entre 1896 e 1897, o governo da Espanha deteve mais de um terço da população de Cuba em campos de concentração. Mais de 225.000 cubanos morreram de fome, febre amarela e exposição constante ao frio, sol, chuvas, sereno, etc., sem abrigos. Essa Espanha radical, outrora campeã absoluta da Inquisição católica, era predominantemente católica. Dificilmente dá para dizer que o domínio espanhol católico em Cuba era melhor do que o comunismo de Fidel Castro.
Quem salvou a Cuba católica da cruel Espanha católica campeã de Inquisição foram os EUA, que na época tinham uma população de maioria esmagadoramente protestante, acusados por Carvalho como propagandistas de um mito e lenda da Inquisição católica, como se a Espanha sanguinária não tivesse nenhuma vontade de usar a Inquisição como máquina assassina e como se a Espanha católica fosse incapaz de cometer assassinatos em massa.
Há muito o que orar pelos EUA, escolhidos por espíritos esotéricos “iluminados” para liderar o governo mundial hegemônico, muito bem exemplificado pela ONU, cuja sede está nos EUA e cuja fundação ocorreu graças às antigas “profecias” maçônicas e ao ambicioso projeto globalista americano do presidente maçom Franklin Delano Roosevelt.
E há muito o que orar por Carvalho, que embora se julgue católico tem muita afinidade com esses espíritos enganadores e sua falsa sabedoria. Ele é um defensor apaixonado da natureza neocon e maçônica dos EUA, mas é um grande odiador do histórico protestante dos EUA.
Com informações de American Minute de Bill Federer.
Versão em inglês deste artigo: What Draws Olavo de Carvalho to the United States?