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O trecho abaixo é extraído de meu livro: "Deus é um Delírio?"
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Como já vimos, as chamadas guerras “religiosas” ao longo da história, na enorme maioria dos casos, eram guerras onde a religião era mero plano de fundo, demarcador social, pretexto, não causa. Tirando os terroristas muçulmanos, ninguém hoje em dia mata por religião. É possível que pessoas religiosas matem indivíduos, sim, tanto quanto é possível que um ateu faça o mesmo, mas ninguém que segue, de fato, o Cristianismo, vai matar alguém.
É possível que algum praticante do evangelho, que tenha visto tão claramente Jesus mandando Pedro guardar a espada ao invés de usá-la (Mt.26:52), que curou e não matou o soldado romano que tentava prendê-lo (Lc.22:51), que disse para amar os inimigos (Mt.5:44) e orar por eles (Mt.5:44) e que siga toda a elevada moral altruísta presente em todo o Novo Testamento, incluindo a noção de que o nosso inimigo não é a carne ou o sangue (Ef.6:12), venha a assassinar alguém? É lógico que não.
Pseudos-cristãos, i.e, pessoas que apenas se dizem cristãs, mas não vivem e nem praticam a fé que professam, podem matar pessoas – assim como qualquer ser humano que defenda apenas da boca pra fora qualquer outra ideologia existente no mundo. Mas pessoas que efetivamente colocam a fé cristã em prática, fazendo aquilo que Jesus disse para fazermos, jamais chegaria ao ponto de assassinar qualquer ser humano que seja.
Essa é a diferença entre o Cristianismo e o ateísmo. O Cristianismo ensina algo – amar o próximo como a si mesmo e amar até mesmo os inimigos – enquanto o ateísmo não ensina nada. Consequentemente, alguém que pratica a fé cristã tende a se tornar uma pessoa do bem, altruísta, caridosa e compassiva, enquanto o ateu não tem nada a praticar quanto ao seu ateísmo. Qual é pior? Uma ideologia que ensina o amor ao inimigo ou uma que não ensina nada? Qual que, se for colocada em prática, tem mais chances de fazer o bem? E qual delas tem mais chances de fazer o mal?
Infelizmente, há uma enorme confusão na cabeça de um neo-ateu, que dispara o rótulo de “cristão” para com todo aquele que se diz cristão. Mas Cristianismo não é aquilo que é dito da boca pra fora, é aquilo que é vivenciado. Assim como uma pessoa gorda não pode ser considerada magra por se dizer magra, uma pessoa ímpia não pode ser considerada cristã por se dizer cristã. Cristianismo é prática, é vivência, é ação, é exercitar e realizar aquilo que o livro sagrado dos cristãos, a Bíblia, nos diz.
Se alguém não segue os princípios de Jesus, este alguém não é cristão, não importa se ele se acha cristão ou se frequenta alguma igreja. Assim como não pode existir um solteiro casado, não pode haver um cristão ímpio, que equivale a um não-cristão. Um nutricionista não pode viver fora de forma, pois estará indo contra os seus princípios. Um matemático que não sabe a tabuada não pode ser considerado matemático de verdade. Uma pessoa considerada inteligente tem que saber raciocinar, senão não é inteligente. Assim também, é impossível ser cristão sem colocar os ensinamentos de Jesus em prática, o que exclui qualquer um que assassine pessoas em nome da fé.
As pessoas que fizeram algum mal em nome da fé (os inquisidores, por exemplo) não eram verdadeiros cristãos. Eram cristãos professantes, mas não cristãos de fato. Jesus fez clara distinção entre uma coisa e outra ao dizer:
“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’ Então eu lhes direi claramente: ‘Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!’” (Mateus 7:21-23)
Infelizmente, o Cristianismo tem sido muito atacado por causa de atos de falsos cristãos, i.e, pessoas que em realidade nunca foram cristãs nem por um segundo, e que provavelmente nunca leram a Bíblia inteira e nem são realmente interessadas por Deus, mas que por frequentar alguma igreja ou por se professar de religião cristã acaba sendo contabilizada no número daqueles que são usados pelos neo-ateus como as “provas” de que a fé cristã é um mal ao mundo. Mesmo se contássemos estes falsos cristãos no número dos verdadeiros cristãos e se fossem todos uma coisa só, ainda assim o Cristianismo fez muito mais bem do que mal ao mundo. Mas é sempre importante lembrar que ser cristão não é profissão, é ação.
Obviamente, as pessoas “cristãs” que fizeram algum mal ao mundo fariam este mesmo mal ainda que fossem completamente irreligiosas, porque não foi a fé cristã a causa do mal. É possível que um traficante de drogas se diga “cristão” porque seus pais são cristãos ou porque tenha sido batizado em uma igreja no passado, mas é óbvio que ele não trafica drogas por causa do Cristianismo. É possível também um serial killer se dizer “cristão” porque frequentou uma igreja cristã por algum tempo (mesmo sem nunca ter sido regenerado), mas é óbvio que ele não assassina pessoas inocentes por causa da sua fé.
A “fé” nessas pessoas é simplesmente ocasional, não causativa. Um ladrão pode ser “cristão” (no sentido pseudo da palavra, como já vimos) assim como também pode ser pobre, moreno, flamenguista, carioca e skatista. Ele rouba porque é pobre? Não. Ele rouba porque é moreno? Não. Ele rouba porque é carioca? Não. Ele rouba porque é skatista? Não. Ele rouba porque é flamenguista? Talvez não[1]. Essas coisas são somente demarcadores sociais que fazem parte da identidade cultural do indivíduo, mas não as razões que o levaram a cometer o crime.
Da mesma forma, nenhum cristão mata porque é cristão. Se já soa ridículo supor que um skatista mate alguém porque é skatista (quando a prática do skate em si não contém nenhum incentivo a fazer o bem, assim como também não há em fazer o mal, sendo neutra), é ainda mais ridículo afirmar que um cristão faz o mal porque é cristão, quando o Cristianismo, diferentemente da prática de andar de skate, contém uma moral muito mais elevada que rechaça a violência, a vingança, o ódio, o orgulho, a inveja, a imoralidade e o egoísmo, e valoriza o amor, a paz, as boas obras, a caridade, a abnegação, o altruísmo, a benevolência, a misericórdia e a santidade.
É, portanto, possível que um cristão professo faça o mal, mas não é possível que ele faça o mal porque é cristão, i.e, que o Cristianismo seja a razão que o levou a cometer o mal. Assim sendo, a conclusão lógica e coerente a que chegamos é que até mesmo os crimes cometidos “em nome da fé” por falsos cristãos, seja no passado remoto ou no presente, seriam cometidos do mesmo jeito (ou de jeito até pior) se o Cristianismo não estivesse no meio, se ele não servisse como pretexto. A razão disso é óbvia: tais pessoas maldosas e ímpias arrumariam outro pretexto para fazer o mal, que não a religião.
Este é o ponto crucial que Dawkins não entende, ou que finge não entender. Excetuando o fundamentalismo islâmico, as pessoas não matam por causa da religião. Ninguém lê o Novo Testamento e depois disso sai por aí matando pessoas ou distribuindo o terror por todos os lados. A religião, nestes casos, é somente um pretexto usado por pessoas ímpias que não tem nada de cristãs de fato. Se a religião não fosse o pretexto, eles inventariam qualquer outro pretexto, já que a religião não é a causa. Isso é somente raciocínio lógico, coisa que Dawkins hesita em praticar.
Como McGrath corretamente afirma, “se a religião deixasse de existir, outros demarcadores sociais surgiriam como decisivos, alguns dos quais, no tempo devido, se tornariam transcendentes. Dawkins não está interessado em sociologia, como já era de esperar”[2]. Ele aborda mais extensivamente este pensamento ao dizer:
“Dawkins, porém, não consegue entender que, ao rejeitar a ideia de Deus, a sociedade tende a transcendentalizar alternativas – como os ideais de liberdade ou igualdade. Estes se tornam imediatamente autoridades quase divinas, que a ninguém é permitido desafiar. Talvez o exemplo mais familiar seja a Revolução Francesa, um tempo em que as noções tradicionais de Deus foram descartadas como obsoletas e substituídas pelos valores humanos transcendentalizados. Madame Rolande foi levada à guilhotina, em 1792, para ser executada sob falsas acusações. Quando se preparava para morrer, ela se curvou zombeteiramente para a estátua da liberdade na Place de Ia Révolution e proferiu as palavras pelas quais é lembrada: ‘Liberdade, quantos crimes são cometidos em seu nome’”[3]
Luciano Ayan concorda e afirma:
“Quem quer que leia qualquer estrategista de guerra sabe que adornar seus projetos de violência com enfeites morais é um imperativo político. Na época, o símbolo ‘Deus quer’ foi usado. Nos genocídios da Rússia, China e Alemanha Nazista esse símbolo foi trocado por outros. Então a causa está em outro lugar”[4]
Portanto, se alguém disser: “vamos acabar com a religião no mundo, e estes assassinos não terão mais pretextos para fazer as guerras”, dê na mesma hora um atestado de imbecil pra ele. Só alguém ingênuo ou desonesto acha mesmo que estes genocidas, na ausência do pretexto da religião, não usariam qualquer outra coisa como pretexto para fazer as mesmas coisas. O fim da religião não ajudaria nem mudaria nada. É por isso que os maiores genocidas que já existiram na humanidade – pessoas como Hitler, Stalin, Pol Pot, Lenin e Mao Tsé-Tung – eram declaradamente ateus. A falta de religião em nada os impediu de trucidar tudo e todos.
Comecemos com o revolucionário comunista ateu Mao Tsé-Tung, o maior de todos os assassinos. Ele liderou o projeto que ele paradoxalmente chamava de o “Grande Salto Adiante”, cujo único salto foi ter massacrado o maior número de pessoas que a História já teve conhecimento. Os números são estarrecedores, e passam dos 65 milhões de mortos. Liderando a Revolução Chinesa e governando o país de 1949 até 1976, é dele que deriva o maoísmo, que serviu e ainda serve de inspiração aos jovens comunistas revolucionários, com um anseio de mudar o mundo tão grande e proporcional quanto a imaturidade dos mesmos, o que só poderia resultar mesmo em genocídio.
Vamos falar um pouquinho mais sobre esse monstro ateu chamado Mao Tsé-Tung. Ele empregou todos os esforços em liquidar sem piedade qualquer um que se opusesse à nova ordem, promulgando uma reforma agrária radical e usando o terrorismo para aniquilar os latifundiários antes de tomar as propriedades deles. O problema é que seu sistema econômico fracassado (socialismo) foi lhe rendendo um enorme déficit econômico, causando a fome em larga escala. Então o nosso amigo Mao teve uma ideia genial: o trabalho forçado (escravo).
Até hoje a China sofre as consequencias daquele período, quando os trabalhadores começaram a trabalhar como escravos, 16 horas por dia, para alavancar a economia do país, destruída pelo socialismo ateu. Mesmo hoje é possível ver relatos de trabalhadores chineses em trabalhos forçados, em condições sub-humanas, trabalhando como escravos – que é apenas um resquício daquilo que um dia foi colocado em prática em larga escala por Mao Tsé-Tung[5].
Suas políticas provocaram a morte de mais de 65 milhões de chineses, seja pelos massacres empregados por Mao ou pela fome. O suicídio em massa foi o resultado das Campanhas Três-Anti e Cinco-Anti, e da perseguição política durante a Campanha Antidireitista. Como ateu, Mao Tsé-Tung mandou destruir os locais de cultos religiosos e saqueá-los. Seus métodos infames de tortura e execuções também são bem conhecidos. O Livro Negro do Comunismo: Crimes, Terror e Repressão, escrito por diversos professores, historiadores e pesquisadores europeus na década de 80 e editado por Stéphane Courtois, nos informa:
“As atrocidades mais numerosas e, consideradas em conjunto, seguramente mais assassinas ocorreram sem alarde e deixaram poucos vestígios: tratava-se de pobres que lutavam contra outros pobres, afastados dos grandes eixos, no oceano da China dos povoados. Entre esses assassinos de baixo coturno contavam-se os salteadores que, formando por vezes bandos temíveis, pilhavam, saqueavam, espoliavam, sequestravam e matavam os que lhes resistiam ou os reféns que fugiam, se os respectivos resgates tardavam. Quando esses homens eram apanhados, os camponeses gostavam de participar ativamente nas execuções”
Uma memória do Grande Salto, em Anhui, de Wei Jingsheng, diz:
"Desde que aqui cheguei, ouvia muitas vezes os camponeses falarem do Grande Salto Adiante, como se tivesse sido um apocalipse, com o qual estavam felizes por terem conseguido escapar. Tendo-me apaixonado pelo tema, interrogava-os frequentemente sobre os pormenores, de tal modo que, com o passar do tempo, acabei por convencer-me, por minha vez, de que os ‘três anos de catástrofes naturais’ não tinham sido tão naturais assim. Muito pelo contrário, eram o resultado de uma política errada. Os camponeses contavam, por exemplo, que, em 1959-1960, durante o ‘vento comunista’, a fome era tal, que não tinham sequer forças para apanhar o arroz maduro, apesar de esse ano ter sido um bom ano. Muitos deles morriam de fome vendo os bagos de arroz caírem nos campos, sacudidos pelo vento. Em certos povoados, não se encontrava absolutamente ninguém para fazer a colheita. Certa vez, quando me dirigia acompanhado por um parente a um local situado a poucos metros da nossa casa e para onde tínhamos sido convidados, passamos nas proximidades de um povoado deserto onde nenhuma das casas tinha telhado. Só restavam as paredes de terra”[6]
Mas Mao Tsé-Tung não foi a única figura cômica e sombria do socialismo ateu do século passado. Há um outro que matou quase tanto quanto Mao, e que hoje é idolatrado pelas fileiras de comunistas em nosso país: Stalin. Este terrorista travestido de revolucionário praticou um dos maiores e mais covardes massacres cometidos na história da humanidade: o Holodomor, que resultou em aproximadamente 20 milhões de mortos do seu próprio povo.
Holodomor é o nome dado à fome de caráter genocidiário, que tem como raiz etimológica as palavras holod (fome) e moryty (matar) – matar pela fome. Stalin matou muito mais do que Hitler, só não precisou levar para campos de concentração – ele matava seu próprio povo em sua própria terra, simplesmente deixando-os sem ter o que comer.
Esse monstro empregou na década de 1930 uma nova política para a URSS que visava a apropriação do Estado das terras pertencentes aos camponeses (semelhante ao que foi feito por Mao Tsé-Tung, na China). O roubo é sempre o primeiro passo de todo e qualquer regime socialista que se preze. Depois vem o genocídio, especialmente se você não concorda com o roubo. Todos se tornam escravos do Estado máximo, da Pátria Grande, que tem poderes totalitários para fazer o que quiser com quem quer que seja. Stalin se aproveitou disso como quis.
O segundo plano de sua nova política socialista visava a liquidação dos camponeses enquanto classe. O problema era que os camponeses representavam na época 82% da população soviética. Só isso. Eles foram forçados, por meio de todos os abusos e violências que os socialistas já estão bem habituados, a entregar seus bens ao Estado e a aderir às explorações agrícolas estatais.
A situação piorou quando Stalin decidiu deportar os kulaks para outras regiões, em especial ao Cazaquistão e à Sibéria, abandonando-os nesses territórios distantes e inópitos. Ao todo, foram deportados 2,8 milhões de pessoas. Consequentemente, muitas delas, principalmente as crianças, morreram devido ao trabalho extenuante, à fome e ao frio. Estima-se que o número de mortos entre as vítimas da opressão após a deportação foi de 500 mil.
Então começou a haver o que ocorre naturalmente em decorrência de qualquer regime socialista na face da terra: fome, miséria, pobreza, escassez de recursos, pois o Estado nunca consegue substituir à altura a iniciativa privada. Então Stalin teve a monstruosa ideia, semelhante a de seu companheiro Mao na China, de deixá-las morrer. Deixá-las passando fome até a morte, já que seu sistema socialista fracassado não tinha mesmo como alimentá-las. A “solução” era sacrificá-las, em prol do movimento.
Em 1932, o mundo viu um dos maiores alastramentos de fome, de fuga dos camponeses e de genocídio na história. As pessoas, em condições agravantes e desumanas de desnutrição, iam morrendo aos olhares de indiferença de Stalin e seu Estado socialista, e seus corpos iam sendo largados à rua, à beira das estradas, nos cantos das praças, aos olhares de qualquer um que passasse por ali:
(Mulher caminha em meio aos corpos durante o Holodomor)
(Corpo de uma vítima em meio às pessoas durante o Holodomor)
(Corpos de vítimas do Holodomor)
(Crianças vítimas do Holodomor)
(Crianças vítimas do Holodomor)
A chacina pela fome do Holodomor foi um dos maiores crimes humanitários cometidos na história da civilização. Andrei Santos afirmou:
“Assistiu-se à proliferação de déspotas locais, dispostos a tudo, para extorquir aos camponeses as suas escassas reservas alimentares e à banalização da barbárie, que se traduziu em rusgas, abusos de autoridade, banditismo, abandono infantil, ‘barracas da morte’, canibalismo e agravamento das tensões entre a população rural e a população urbana. A ‘arma da fome’ esmagou a resistência camponesa, garantindo a vitória de Stalin e do seu regime totalitário. A partir daí, abriu-se o caminho para a vaga de terror de 1937-1938 (O Grande Terror), que transformou o estado federal soviético num império despótico, através da submissão da segunda república mais importante; deixou um legado de dor em numerosas famílias que nunca tiveram direito a expressar o luto, porque a fome se converteu em um segredo de Estado. Em toda a humanidade, as suas marcas físicas e psicológicas foram incrivelmente profundas e traumatizantes”[7]
Ele mostra também o depoimento de um sobrevivente do Holodomor, Vasyl Dudka, que disse:
"Há um momento, o qual me perturba. Alguns diziam que era uma colheita fracassada. Isso não é verdade. A colheita era muito boa, e os grãos, os trigos, eram lindos. Então, eles os levaram para o ascensor e nada mais restou da fazenda coletiva. Chegou um momento em que nós não tínhamos nada. Então, eu e meu irmão fomos para os campos, porque era uma pequena cidade rodeada por campos, e na primavera fomos aos campos, onde a neve tinha derretido e as pequenas pilhas de grãos que os ratos haviam coletado durante o inverno. Então, desmontávamos os seus ninhos, levávamos os grãos, colocávamos em um saco e levávamos para casa, para enfim secá-los e moê-los. Havia todos os tipos de grãos lá, gramíneas e, algumas vezes, um talo de trigo, que eles escondiam para o inverno.
Então, você poderia dizer que nós éramos ladrões que roubaram estes ratos. Nós trazíamos os grãos para casa, limpava-nos e, em seguida, moíamos. Mais tarde, minha mãe faria mingau ou sopa a partir dele, algo assim. A única razão pela qual nós sobrevivemos foi por causa do meu pai, eu acho, e o que restava da fazenda coletiva. Porque depois você não podia deixar a fazenda coletiva. Você tinha que ter a permissão do chefe da aldeia e da fazenda coletiva. E eles não lhe dariam o certificado, porque eles diziam que precisavam de trabalhadores. Então as pessoas não podiam deixar a vila. Mas o meu pai tinha deixado mais cedo, antes desta lei. E é assim que nós fomos salvos. Nós estávamos com fome, eu tinha as pernas inchadas assim como meus olhos, mas de alguma forma, sobrevivemos. O irmão do meu pai morreu, e irmã de meu pai também”[8]
Para você ter uma ideia, Stalin era tão psicopata e insano que mandou matar até Leon Trótski, um dos maiores líderes intelectuais do socialismo do século passado, que tem uma legião de seguidores até hoje – os chamados trotskistas. Se Stalin fazia isso com um seus próprios camaradas, com um socialista que compartilhava da mesma ideologia marxista e possuia apenas leves diferenças metodológicas, imagine o que esse animal não fazia com um direitista, liberal-conservador ou cristão comum.
Ele atropelava qualquer um que discordasse de seus ideais e métodos, não importava o que fosse, ou quem fosse. Liberdade de expressão não importava, era piada para ele. Quando um comunista fala em liberdade ele sempre se refere somente à liberdade dele em fazer o que quiser com quem pensa diferente dele – até mesmo a torturá-lo, caçá-lo ou executá-lo, como Stalin fazia por natureza, com grande eficiência.
Desgraçadamente, o miserável fracasso do socialismo empregado por ditadores ateus na União Soviética e na China não foi o suficiente para que outros déspotas e genocidas da mesma espécie surgissem repetindo o mesmo discurso de ódio, tirania e terror, que são costumazes de todo comunista. Um deles chama-se Pol Pot, um dos mais sanguinários ditadores socialistas ateus que já existiu. Para se ter uma leve ideia de como este homem era psicopata, o Camboja tinha 2,5 milhões de habitantes na época. Ele matou 1,7 milhões. Sem contar os vários milhares que ele oprimiu, mas não matou.
O revolucionário comunista ateu Pol Pot governou o Camboja desde 1975, quando os comunistas tomaram o poder, até 1979. Estes quatro anos foram suficientes para que o antes pacífico Estado do Camboja se tornasse um dos maiores centros de crueldade do planeta, um verdadeiro inferno na terra. Refugiados que conseguiram chegar à Tailândia contavam os horrores que presenciaram na ilha então governada pelo Khmer Vermelho. A primeira medida tomada pelo ditador comunista sanguinário foi transformar todos os teatros e os museus da cidade em chiqueiros (literalmente). Ele queria uma sociedade 100% agrícola e destruiu até virar pó qualquer rastro de tecnologia.
Estudando a história, até hoje é fácil perceber como os comunistas detestam a tecnologia. Em Cuba, em pleno século XXI, ninguém tem acesso à internet. O governo cubano do ateu Fidel Castro (o qual trataremos em um instante) proíbe até os médicos cubanos contratados pelo governo do PT de acessar a internet aqui no Brasil. Na Coréia do Norte socialista, idem. Eles são obrigados a manter seu proprio povo em trevas, dentro de uma enorme e eterna bolha, para não perceberem o mundo lá fora e se darem conta do gritante contraste entre o mundo em que eles vivem e o mundo civilizado e democrático do lado de fora. É uma velha técnica comunista para manter seu povo alienado, convivendo sob forte lavagem cerebral perpetuada pelo governo e pela mídia estatal de televisão, e evitar uma revolta popular por uma vida digna.
Mas havia um problema: tecnologia significa avanço, significa melhora nos índices econômicos, na produção, no desenvolvimento do país. Como resultado, o Camboja mergulhou na terrível crise econômica que naturalmente subrevém sobre todo e qualquer governo legitimamente socialista. O povo começou a morrer de fome. Então Pol copiou Mao Tsé-Tung, seu ídolo master, e obrigou seu povo a trabalhar das 4 horas da manhã até as 10 horas da noite, em serviços forçados sob condições piores que os escravos africanos dos séculos passados.
Se não bastasse ter escravizado o seu próprio povo e o subjulgado a condições desumanas, ele também cortava os alimentos para os trabalhadores. Os camponeses, que tinham que trabalhar 18 horas por dia, recebiam nada a mais que uma xícara de arroz a cada dois dias. Muitos não aguentavam e literalmente morriam de fome. 90% da classe artística foi exterminada. Pol criou a prisão de Toul Sleng, que antes era uma escola, e então foi transformada em um campo de matança. Ali 14 mil pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram massacradas. Somente sete saíram de lá com vida.
Os soldados do regime comunista de Pol Pot forçavam a população local a cavar os buracos onde eles mesmos seriam enterrados vivos. O terror do que foi praticado ali não pode ser medido em palavras. Marshall Kim, um refugiado que hoje é dono de um salão de beleza em Manhattan (EUA), tinha 15 anos quando viu seus amigos e vizinhos sendo enterrados vivos. “Chorei até não ter nenhuma lágrima”, afirma Kim. Ele acredita que a ONU ainda não aprendeu a lição que os Campos de Matança nos ensinam, pois o comunismo segue sendo tratado como um sistema normal em oposição ao capitalismo, ao invés de ser tratado com o horror e repulsa que merece, por ter conseguido ser pior que o nazismo onde quer que tenha sido implantado no mundo.
(Vítimas do regime comunista de Pol Pot)
(As crianças tiveram que aprender a conviver com a morte)
(Depósito de restos mortais de vítimas do Khmer Vermelho)
(Vítimas do regime de Pol Pot)
Por falar em assassinos psicopatas, é difícil não lembrar de Lenin, o famoso autor da regra áurea dos comunistas: “Acuse-os do que você é; xingue-os do que você faz”. Vamos ignorar a parte óbvia de que, como psicopata assassino, só poderia ser ditador socialista ateu “revolucionário”. Rodrigo Constantino diz que “Lenin não era um idealista em busca de justiça e paz, mas um psicopata, um alienado revoltado, incapaz de lidar com a morte de seu irmão, enforcado após tentativa de assassinar o czar, disposto a sacrificar milhões de vidas inocentes no altar de sua utopia, uma escapatória para seus problemas psicológicos. O comunismo nasce do desvio mental e de caráter, e Lenin comprova isso com perfeição”[9].
Ele também escreve:
“Era Lenin, o diabo em pessoa, quem dava as cartas. Lenin considerava o regicídio uma necessidade, e julgamentos transparentes não passavam de uma besteira burguesa. Os bolcheviques jogavam no tudo ou nada, e quaisquer meios eram aceitáveis para seus fins. Trotski chegou a afirmar: ‘À nossa frente está a vitória total ou a ruína absoluta’. A palavra preferida dos bolcheviques era aniquilação: da propriedade privada, da monarquia, da religião, dos costumes burgueses etc. A palavra se tornou eufemismo empregado pelos bolcheviques quando se referiam a assassinar seus oponentes, ou até para justificar uma extensa limpeza social”[10]
Lenin chegou ao ponto de ordenar o assassinato a sangue-frio de crianças da família Romarov, para exterminar a dinastia do czar russo. As listas de execução assinadas por Lenin vão longe: ele ordenou o assassinato de 25 ministros czaristas, de funcionários públicos e de 765 Guardas Brancos em setembro de 1918. Seus oponentes políticos enfrentaram tortura e execução em massa, e em maio de 1919 havia 16 mil presos em campos de concentração de Katorga, que mais tarde serviriam de inspiração a Hitler em seu governo nazista. Nos campos de concentração de Lenin havia nada menos que 70 mil pessoas em trabalho forçado.
Para Lenin, o terror era necessário como ferramenta da luta de classes, tão estimulada pelos socialistas. Em 26 de outubro de 1917, o II Congresso dos Soviets aprovou uma resolução proposta por Kamenev, em que abolia a pena capital. Lenin, tristemente, havia faltado à votação, mas quando tomou conhecimento de tamanha monstruosidade (de poupar vidas inocentes) explodiu de fúria. Ele disse:
“Absurdo! Como se pode fazer uma revolução sem pelotões de fuzilamento? Vocês esperam vencer os inimigos se desarmando? Que outros instrumentos de repressão existem? Prisões? Quem dá importância a isto durante a guerra civil?”[11]
Não poderíamos deixar de mencionar outro – olhe só que surpresa – ateu socialista revolucionário assassino, que, semelhantemente a seus camaradas, também foi transformado em mártir e super-herói pela nefasta mídia esquerdista e seus idiotas úteis infiltrados nas mais diversas instituições: Che Guevara. O jornalista Paulo Eduardo Martins prestou uma homenagem ao ídolo do marxismo no aniversário de 40 anos da morte do porco assassino:
“O Che Guevara herói é uma invenção da cultura marxista. O Che Guevara real foi um assassino frio e cruel, sedento por sangue, responsável direto por campos de concentração e pelo fuzilamento de centenas de pessoas. Só não matou mais porque foi morto. Um porco comunista no pior sentido da palavra. Um porco que é um ídolo pop. É que o capitalismo é tão generoso que permite até que os seus inimigos prosperem, fazendo mais milhões de negócios do que os milhões de cadáveres que o comunismo produziu.
Mas apesar de toda a carnificina, a áurea humanista do comunista se mantém intacta, especialmente no meio artístico e intelectual. E isso ainda acontece porque jovens e artistas são envolvidos e usados para ignorar a verdadeira história, reproduzir mentiras e alimentar ainda mais essa indústria cultural que transforma assassinos em defensores de oprimidos. Che é um ícone, é a personificação dessa fraude. Assim, no imaginário popular, o facínora virou herói. É até alvo de feitiche. É pop. Enquanto todo este esquema não for desmascarado e destruído, e a verdade não vir à tona, o porco assassino continuará a ser a grife que veste os idiotas, e o comunismo continuará alimentando os vermes”[12]
Glenn Beck, da Fox News, também contou a verdadeira história de Che Guevara:
“Ah, esses revolucionários icônicos! Talvez seja a hora dos trabalhadores do mundo se unirem e se lembrarem de que cara divertido e amável, o cara na sua camiseta, realmente foi. A verdadeira história é que era um aspirante a Stalin, um assassino sangue frio. Ele é culpado pela morte de milhares de pessoas. Talvez sua memória esteja um pouco embassada por causa de todas as celebridades de Hollywood fazendo lavagem cerebral, andando por aí com seu estilo comunista: ‘Veja, eu tenho uma estrela no meu chapéu!’. Mas Che foi a força motriz da ascenção de Fidel Castro ao poder. Sim, sim. O mesmo Fidel Castro que faz as pessoas se amarrarem em troncos, dirigindo carros velhos, 14 mil pessoas navegando em pranchas, tentando entrar nos EUA. Deve ser um paraíso e tanto lá.
Che, na época, dirigia uma prisão cubana, na qual ele agia como juiz, júri e, sim, executor! Isso soa quase como sem coração e indiferente para mim. Alguém tem que dizer que 500 pessoas foram mortas no meio da noite com os pelotões de fuzilamento que ele inspecionava pessoalmente durante os primeiros cinco meses do seu mandato. Ele também foi fundador dos campos de trabalho cubanos. Você sabe, os quais, mais tarde, foram transformados basicamente em prisões para qualquer um que não concordasse com eles, incluindo, é claro, homossexuais (o que eu não consigo entender, afinal, qual radical de esquerda quer trancar homossexuais hoje em dia?). Mas nós podemos colocá-lo numa camiseta! Certo, esse é o Che. Essa, infelizmente, é a História.
A História tem um jeito único de transformar atrocidades em admiração. Olhe em volta: o merchandising de Che está por toda parte. Sua imagem é marca registrada! Não estou brincando. Meio irônico, não? O rei do comunismo agora é o capitalista supremo. E falando em capitalismo, quem melhor que Hollywood para apanhar e ordenar isso por dinheiro? Um novo filme do Che está em produção. Não sei se o lucro da bilheteria será destinado para rebeldes fieis, ou simplesmente dado aos pobres no cinema. Afinal de contas, os ricos executivos de Hollywood não iriam querer lucrar em cima da classe operária, iriam?”[13]
Ele entrevistou em seu programa de televisão Humberto Fontana, autor do livro: “O Verdadeiro Che Guevara – E os Idiotas Úteis que o Idolatram”. Nele, o verdadeiro Che Guevara – o porco assassino – vêm à tona e a História é trazida às claras. Che foi o executor-chefe e o carcereiro-chefe de um regime stalinista. E o que é engraçado é que as pessoas que foram para esses campos de trabalho forçado em Cuba, em meados dos anos 60, eram fãs de Che. Seu Estado policial stanilista foi um regime que encarcerou mais pessoas, percentualmente, do que o regime de Stalin. Um regime que executou mais pessoas nos seus primeiros três anos no poder do que Hitler executou nos seus primeiros seis.
Mas vamos deixar os porcos assassinos do século passado de lado e falar um pouco dos porcos assassinos do nosso século. O líder revolucionário ateu socialista mais conhecido em nosso tempo – e ainda vivo, pelo menos em 15/12/2014, enquanto eu escrevo esta página – chama-se Fidel Castro. Ele foi durante muito tempo o ditador de uma ilha que antes da revolução era a terceira maior economia de toda a América Latina, e hoje desgraçadamente é uma das últimas. Depois que ele ficou muito mal de saúde fez uma eleição democrática onde o povo cubano foi as urnas e votou massivamente no candidato comunista passou o comando para seu irmão Raúl Castro, sem eleições, perpetuando a ditadura comunista em Cuba.
Cuba é um país tão desgraçado pelo comunismo que lá as pessoas vivem em condições tão sub-humanas que tentam atravessar o oceano em pranchas para chegar aos Estados Unidos – aqueles porcos capitalistas imperialistas burgueses do mal. Em setembro deste ano, nove imigrantes cubanos chegaram em uma balsa às praias de Miami, após dez dias de travessia. Um dos integrantes do grupo fugitivo, chamado Morales, disse que fugiu por não ver futuro em Cuba: “Ali você tem que decidir entre comprar comida ou sapatos”[14].
(Cubanos fugindo da maravilhosa ilha paradisíaca dos socialistas)
Alguns devem se lembrar que nos Jogos Pan-Americanos, ocorridos no Rio de Janeiro, em 2007, vários ateltas cubanos, ao chegar ao Brasil, se esconderam, pediram asilo ao governo brasileiro e não voltaram mais para Cuba[15]. Preferiam viver pobres em um país capitalista do que miseráveis e sem perspectiva de futuro em um país comunista. O mais curioso é que nunca houve relatos de algo semelhante com atletas de outras nacionalidades. Os Jogos Pan-Americanos envolve países também pobres como o Haiti e Guatemala, mas só os cubanos que fogem para não voltar mais.
Isso ocorre porque o carniceiro da família Castro impede que seus cidadãos saiam de Cuba. Eles são mantidos eternamente presos em uma prisão sem muros, em uma favela a céu aberto, sem acesso ao mundo externo, sem tecnologia, sem internet e dirigindo carros da década de 50, que remontam à época em que Cuba ainda era um país capitalista e civilizado, poderoso economicamente.
(Foto inédita dos norte-americanos fugindo dos EUA em direção a Cuba)
Mas a economia ridícula é apenas um dos vários males que estão na essencia do socialismo ateísta revolucionário. A carnificina também. Fidel Castro não poderia ficar atrás de seus ídolos Mao-Tsé-Tung, Stalin, Pol Pot e Lenin. Ele tinha que mostrar serviço. Tinha que provar que era mesmo um socialista. Tinha que matar pessoas. E ele matou. E como matou! O povo cubano, que não era bobo nem nada, quando percebeu que Cuba caminhava para o socialismo já sabia o final da história e houve uma fuga em massa do país (20% da população inteligentemente fugiu da ilha). Os que ficaram na ilha, achando que o socialismo não era tão ruim assim, sofreram horrores nas mãos do sanguinário ditador.
Fidel fuzilou entre 15 mil e 17 mil pessoas (sendo 10 mil só na década de 60). Em 1978, havia em Cuba entre 15 mil e 20 mil prisioneiros políticos. Fidel subjulgou seus antigos adversários políticos a trabalhos forçados nas plantações de tabaco. Ele violou os direitos humanos, proibiu as greves e manifestações populares, acabou com as associações, torturou os anti-revolucionários em grande escala, amedrontou seu povo e criou campos de concentração onde mais de 30 mil pessoas (principalmente os religiosos) eram tratados de forma tão desumana que gerou protestos até de comunistas!
Em 1978 ele criou a lei da periculosidade pré-delitiva. Ela basicamente dizia que todo cidadão que fosse “perigoso” para o governo (que não concordasse com o socialismo) tinha que ser preso por mera suspeita, e depois torturado ou enviado aos campos de concentração para trabalhos forçados. Toda essa opressão levou milhares de cubanos a fugiram da ilha em busca de uma vida decente. Sete mil morreram tentando atravessar o Atlântico. Como se não bastasse, o ditadorzinho cubano ainda mandava helicópteros para fuzilar de cima quem tentatava fugir nos barcos precários. Parece coisa de vilão de filme americano, mas é sério. Até hoje a pesca em Cuba não é estimulada, pois Fidel tem medo que os pescadores fujam com seus barcos.
Milhares de cubanos foram fuzilados por ordem de Fidel no famoso “El Paredón”, quando os “inimigos do sistema” eram colocados de pé, frente a uma parede, e ali eram executados, ao maior estilo terrorismo islâmico. Em 2 de abril de 2003, 53 cubanos foram sentenciados ao “paredón” por terem entrado em uma balsa onde pretendiam chegar aos Estados Unidos e pedir asilo político. Fidel não dá condições dignas ao seu povo e depois não os deixa fugir da ilha, que é cercada de tubarões. Os que tentam fugir são perseguidos, caçados e mortos, a não ser que tenham muita, muita sorte. Cuba é hoje um cárcere natural, uma prisão sem muros, e todos os cubanos são escravos do governo, muitos deles mantidos em piores condições que os presos brasileiros nos nossos presídios – estes pelo menos tem celular e alguma tecnologia na cadeia.
Os crimes humanitários cometidos pelo ateu Fidel em seu regime socialista foram tantos que até sua filha Alina Fernández, que se recusa a usar o sobrenome Castro, fugiu da ilha. Enquanto Fidel Castro anda Mercedes-Benz, tem um mordomo e adora lagostas, seu povo vive na pobreza, anda em carros que remontam no máximo à década de 50 (isso os que tem um) e os jornalistas tentam sobreviver ganhando 15 dólares por mês. O salário mais alto é o dos médicos: 30 dólares por mês. É assim em todo regime socialista: as autoridades vivem numa esquerda caviar, comem do bom e do melhor e enriquecem cada vez mais às custas dos idiotas úteis que apoiam este sistema – e que terminam numa eterna pobreza sem perspectiva de futuro.
Em Cuba, o povo tem que conviver com meio quilo de carne de porco misturada com soja a cada quinze dias; meio quilo de carne de vaca e um sabão em pedra a cada dois meses; um par de sapatos a cada seis meses. Uma faxineira ganha cinco dólares por mês. O péssimo salário recebido em Cuba é o que leva uma enorme quantidade de mulheres a se prostituir, fazendo de Cuba um dos destinos preferidos do turismo sexual, já que as prostitutas recebem gorjetas em dólares. Isso também faz de Cuba recordista mundial no mercado negro, que movimenta 40% da economia do país, por debaixo dos panos. E eu nem vou falar da corrupção.
Cuba é a ilha dos bairros com esgoto à céu aberto, dos racionamentos de água, luz e combustíveis, dos cortiços nos quais famílais inteiras se amontoam para tentar viver em um pequeno espaço que nem pertence a elas e sim ao governo, e, principalmente, da fome e da repressão. Quem não faz parte do PCC (e não é o PCC que você está pensando, é outro muito pior) corre o risco de ser preso sem nenhum julgamento. O PCC é o Partido Comunista Cubano, que consegue ser bem pior que o PCC que nós estamos mais familiarizados, a organização criminosa do Primeiro Comando da Capital.
Chega de Fidel. Vamos falar agora de um outro tirano estilo você-já-sabe-o-que (=ateu, socialista, ditador, revolucionário), mas esse com um tom cômico, que chega a ser hilário, jocoso, e que está entre nós, numa terra muito muito longe, chamada Coreia do Norte. Eu ia preparar um longo texto para tratar as abominações cometidas naquele país, mas mudei de ideia quando tomei conta de como este ditador é um sério candidato a comediante do século. Ele tem um diferencial que os outros tiranos comunistas ateus não tem. Os outros são só genocidas. Este é genocida e engraçado. Foquemos primeiro então na parte divertida do sujeito.
Um artigo da Veja mostra dez fatos cômicos da Coreia do Norte do Líder Supremo Kim Jong-un[16]. Para começar, ele assumiu com 28 anos a liderança da Coreia do Norte, por ser filho do ditador anterior. Uma das medidas mais hilárias é a instituição do dia em que é proibido dar risada. Sim, isso mesmo. Não ria. Principalmente se você for norte-coreano e se estiver lendo isso em 9 de julho, dia em que é oficialmente proibido sorrir no país. O motivo é que neste dia morreu Kim II-sung, seu avô. O decreto existe desde 1994 e proíbe sorrir, levantar voz na rua, beber álcool e dançar. É luto. Neste dia, a rede de televisão (estatal, obviamente) fica o dia todo transmitindo a cerimônia do presidente morto. Tomara que a moda não pegue por aqui, ou que Lula morra num ano bissexto, em 29 de fevereiro.
Mas para que ninguém pense que o ditador norte-coreano é mau político, saiba que ele conseguiu aquilo que nenhum político ocidental conseguiu em toda a carreira. Ele conseguiu aquilo que todos os políticos sonham, mas nenhum deles chegou lá. Ele conseguiu aquilo que nem Abraham Lincoln, Juscelino Kubitschek e Nelson Mandela conseguiram. Sim, ele conseguiu 100% dos votos válidos, e sem abstenção. Fantástico, não?
Tragicamente, a Veja nos informa que “o truque que lhe garante a eleição perfeita é simples: em cada uma das quase 700 circunscrições do país havia apenas um candidato, ele mesmo. Os eleitores podem optar apenas entre 'sim' e 'não', com a ressalva de que escolher o 'não' ou abrir mão de votar pode ser considerado um perigoso ato de traição – obviamente, as cabines de votação não são privadas”[17]. Assim perde a graça!
E isso não é tudo. Kim Jong-un proibiu que os norte-coreanos dessem aos seus filhos o mesmo nome dele, e obrigou as pessoas que já se chamam Kim Jong-un a mudarem seus documentos. Eu devo imaginar que o nome Kim Jong-un deve ser super pop e descolado na Coreia do Norte. Deve ter sido muito sofrido para aquelas pessoas mudar de nome. O documento norte-coreano diz que “todos os órgãos do partido e autoridades de segurança pública devem fazer uma lista de moradores chamados Kim Jong-un e orientá-los a voluntariamente mudar de nome”[18].
“Voluntariamente”, é claro. Que ninguém pense que é por violência. Mas eu sugiro que, se você for um norte-coreano (não vai ser, é claro, pois na Coreia do Norte é proibido o acesso à internet e ao mundo externo), que não ouse desafiar o Estado e não mudar de nome caso você tenha tido o azar de se chamar Kim Jong-un. #FicaDica.
Um exemplo de como essa dica é uma boa dica é que na morte do Líder Supremo Kim Jong-il, em 2011, os norte-coreanos que não participaram das homenagens ou que não foram suficientemente convincentes na demonstração de tristeza foram enviados a campos de trabalho forçado por pelo menos seis meses. Sim, acredite. “As autoridades imporam uma pena de pelo menos seis meses em campos de trabalho pra qualquer um que não tenha participado das concentrações organizadas durante o período de luto ou para quem participou mas não chorou ou não pareceu autêntico”[19].
Não é a toa que o mundo assistiu a uma histeria coletiva de milhões de norte-coreanos chorando compulsivamente pela morte do ditador tirano que mergulhou o país no maior episódio de fome da sua história. Vejam só que convincentes:
Eu só passei alguns exemplos, mas eu recomendo que o leitor leia a lista toda das barbáries[20].
Infelizmente, Kim Jong-un não é apenas uma figura cômica. Ele tem um lado sombrio também. Já há muito se sabe que – adivinhem só – o socialismo fracassou miseravelmente na Coreia do Norte também, a economia do país se tornou um caos e obrigou seus ditadores a tomar as mesmas medidas “humanitárias” que os demais tiranos comunistas sempre fizeram nos outros países: trabalho escravo, campos de concentração e genocídio. Se você parar para estudar a fundo o socialismo no prática país por país, verá que todos eles, sem exceção, se resumem a este ciclo vicioso de três partes.
O trabalho escravo é para alavancar uma economia totalmente destruída pelo socialismo. Os campos de concentração são para confinar e torturar aqueles que ousam ser contra o governo, os “golpistas” da direita. E o genocídio é para abaixar a quantidade populacional a fim de que aquelas pessoas morram de uma vez e não consumam mais recursos. Foi assim na China, foi assim na União Soviética, foi assim no Camboja, foi assim em Cuba, é assim na Coreia do Norte. O ciclo socialista é sempre o mesmo. Sempre. Perde até a graça. Toda vez que o socialismo é implantado em algum país é como assistir a um filme velho, que você já viu milhares de vezes e já sabe o final. Pode mudar os personagens, o cenário, a quantidade de mortes ou de escravos, mas a essencia do roteiro é sempre a mesma.
Na Coreia do Norte, há neste momento cem mil cristãos mantidos em campos de concentração, genocídio em massa (especialmente pela fome), pessoas que comem umas às outras pela falta de comida, uma total falta de acesso ao mundo externo, um enorme atraso tecnológico, miséria generalizada, caos econômico e terror governamental disseminado por todos os cantos. Os poucos que conseguem sobreviver à fome e fugir para outros países contam histórias aterrorizantes, de fazer até o mais valentão chorar.
Norte-coreanos que fugiram da Coreia do Norte relataram os horrores dos campos de trabalho. Prisioneiros comiam ratos para não morrer de fome e desentupiam banheiro com as mãos. Ji-hyun Park, uma sobrevivente deste horror, testemunhou:
“Todos estavam famintos. E agora não há nem ratos, cobras ou plantas selvagens para comer. Muitas pessoas morreram entre 1996 e 1998. As plataformas da estação de trem ficavam abarrotadas de corpos. Pode-se dizer que toda a Coreia do Norte é uma enorme prisão (...) Nosso trabalho começava às 4h30, de estômago vazio. No verão, com os dias mais longos, nós trabalhávamos até as 8h, 9h da noite. E o dia não terminava aí. Após o jantar tínhamos que refletir sobre nossa performance no dia, recitar os princípios do Partido e aprender canções. Quando terminava, já era quase meia-noite”[21]
Ela trabalhava nas montanhas, limpando e preparando o terreno para o plantio. As mulheres, morrendo de fome, eram obrigadas a comer batatas cruas e sujas de terra. Alguns prisioneiros comiam sementes das fezes de animais e a comida dos cães e das vacas. Ji-hyun Park recorda:
“Se você fosse pega tentando lavar sua toalha higiênica (usada como absorvente), você estava condenada a usá-la na cabeça, mesmo pingando sangue e implorando por perdão”[22]
Na Coreia do Norte, apenas o exército é bem alimentado. A prioridade é para eles, pois eles vivem dentro de uma bolha pensando estar em um eterno confronto com a Coreia do Sul, a parte capitalista que enquanto isso vive na prosperidade e apresenta um dos maiores índices econômicos da Ásia, em franco desenvolvimento. Enquanto o exército norte-coreano é cada vez mais bem armado esperando uma guerra explodir a qualquer momento, a população civil é deixada para trás para morrer de fome.
Nenhum norte-coreano conhece pessoas como Tom Cruise, Madonna, Barack Obama ou Justin Bieber (este é melhor que não conheçam mesmo). A conexão com o mundo externo é completamente cortada. Por pior que seja a vida deles, eles não sentem o contraste com o mundo externo, pois as únicas informações que eles tem sobre o mundo externo são dados manipulados pela mídia totalmente estatal (do governo de Kim Jong-un), a internet é proibida e a televisão também é do governo, só transmite o que agrada aos socialistas.
Eles são doutrinados desde cedo com lavagem cerebral, para pensar que os Estados Unidos é um porco capitalista miserável que está mergulhando nas trevas enquanto a Coreia do Norte vive em condições bem melhores. Os dados do governo são obviamente maquiados, o índice de corrupção é simplesmente o maior do mundo[23] e o país lidera há décadas o índice de países que mais perseguem e assassinam cristãos.
Se você acha os políticos do Brasil corruptos, saiba que o nosso país ocupa o 72º lugar na lista em que a Coreia do Norte aparece em primeiro. Então imagine como é na Coreia do Norte. Imagine um país com milhares de Josés Dirceus e de “Genoínos”, e onde o PT é um partido honesto em comparação com os outros – façam de conta que existem os outros na Coreia do Norte.
Eu poderia deixar alguns links na nota de rodapé deste livro, como costumo fazer, mas há dois testemunhos de jovens norte-coreanas que conseguiram fugir da Coreia do Norte e que são de visualização obrigatória antes de continuar lendo este livro. Elas falam, do fundo da alma, do que elas viviam dia a dia naquele país e do que eu não poderia expressar suficientemente em palavras. Não continue lendo este livro enquanto não assistir a estes dois vídeos:
• Escaping from North Korea in search of freedom:
• Portas abertas – Testemunho de garota norte-coreana:
Se você está lendo a versão impressa do livro, anote e guarde os links para a primeira oportunidade de assisti-los. É fundamental para entender do que estamos falando, para ter uma leve dimensão do que realmente é o socialismo colocado em prática e de como que tudo o que dissemos aqui é pouco em comparado com o que eles sofrem lá. Veja os vídeos. É isso o que os políticos da extrema-esquerda querem para o nosso país[24]. Transformar o Brasil em Cuba é pouco. A Coreia do Norte é um socialismo bem mais real, ao maior estilo stalinista e maoísta do século passado. Lutem pelo nosso país, antes que seja tarde demais[25].
O imenso contraste e o abismo que separa a Coreia do Sul e a Coreia do Norte em termos morais e econômicos é um reflexo do mesmo contraste existente entre o capitalismo e o comunismo. A Coreia era uma só até 1945, quando foi dividida em duas partes, uma do Norte e outra do Sul. A do Sul ficou sujeita ao capitalismo norte-americano, e a do Norte ao socialismo soviético. De certa forma, a experiência foi um teste para ver qual sistema que, dado o devido tempo, traria mais resultados positivos, e qual se demonstraria um fracasso.
A Coreia do Norte continuou socialista mesmo depois da queda da União Soviética, assim como a do Sul permanece capitalista. Os resultados estão aí, sendo bem observáveis para qualquer ser humano que tenha acesso a informação. No século XXI, nós não discutimos mais capitalismo e comunismo como dois modelos teóricos a serem comparados pela mera discussão teórica, como no século XIX. Isso porque eles já foram efetivamente colocados em prática, que é o que interessa. Dois cientistas podem ter hipóteses diferentes quanto a um experimento, mas as dúvidas terminam quando o experimento é feito. O experimento, neste caso, já foi feito muitas vezes, e sempre resultou no ciclo de trabalho escravo, campos de concentração e genocídio.
Mesmo assim, o socialismo ateu revolucionário continua impregnado no ideário de muitos jovens e de adultos não-crescidos, que sofreram forte carga de lavagem cerebral nas escolas onde estudaram por toda a vida e que se unem às fileiras de idiotas úteis que perpetuam os regimes de crime, terror e miséria que marcaram a página mais sombria da história da humanidade – mas que já enriqueceram muitos Castros, Stalins, Lenins, Maos e Kims, que sabem muito bem se aproveitar de tamanha ingenuidade. Tem gente que não basta ver os outros queimando – tem que colocar a mão no fogo para ver se queima mesmo.
Por Cristo e por Seu Reino,
Fonte:Lucas Banzoli (apologiacrista.com)
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