Você já parou para pensar a respeito de tradições?
Em especial, tradições natalinas. Aquelas mesmas que nos comandam a distribuir presentes, acreditar que um bom velhinho nos vista distribuindo presentes, que é legal reunir a família, comer panetone, montar uma árvore de natal e presépio.
Tradições são importantes, elas ajudam a marcar datas e construir um significado da data em questão. Cada família tem a sua própria tradição no que diz respeito ao Natal. Aqui no Brasil, a tradição envolve um encontro dos parentes e confraternização. Por vezes, um amigo oculto, brincadeiras, descontração, etc...
Mas a data natalina pode ter diferentes significados e tradições dependendo em que parte do mundo você esteja. Nem todas as tradições parecem exatamente agradáveis, algumas são bem estranhas e outras atravessam a fronteira do absurdamente bizarro. Nem parecem coisas que as pessoas deveriam fazer no Natal, mas são.
Venha conosco, vamos conhecer alguns costumes realmente estranhos.
O Desfile do Crânio de Cavalo
Mari Lwyd é um pequeno vilarejo costeiro em uma das regiões mais isoladas do País de Gales, nas Ilhas Britânicas. Ele possui uma curiosa tradição natalina que é mantida pelos habitantes e remonta ao passado pagão. O costume acabou sendo assimilado pelos missionários religiosos que lá se estabeleceram para apresentar o cristianismo. Para que os ensinamentos fossem aceitos mais facilmente, alguns costumes continuaram sendo aceitos.
Assim surgiu o Desfile do Crânio de Cavalo.
Nele, um aldeão especialmente escolhido para a função de grande honra recebe a incumbência de portar um crânio de cavalo. O crânio fica guardado o ano todo na antiga igreja do século XIV, em um pequeno compartimento sob o altar. Na véspera do Natal, ele é removido e entregue ao escolhido. Este tem a responsabilidade de decorá-lo com tecidos brancos e prendê-lo a um estandarte de madeira que será por ele carregado.
Na noite do dia 24, o portador da estranha relíquia faz um chamamento na praça central. As portas da Igreja são fechadas pelo padre local em sinal de respeito às tradições antigas. As pessoas se colocam em uma fila, as luzes são apagadas restando apenas tochas carregadas pelos participantes do Desfile. Tradicionalmente, as pessoas saem desse ponto e caminham por uma antiga estrada na direção do mar, o trajeto é feito em absoluto silêncio, tendo o crânio na dianteira da comitiva. Ao chegar na praia, o grupo se dispõe em um círculo e o Crânio é passado de mão em mão entre os presentes. Finalmente, quando o crânio dá a terceira volta chegando às mãos do seu portador original, é o momento de retornar ao vilarejo.
No retorno, a porta da Igreja local estará aberta. O padre receberá o crânio de cavalo e o guardará em seu lugar, onde ele ficará trancado por mais um ano. Uma missa de natal é então celebrada e as festas comemoradas. O ritual de origem pagã visa proteger o vilarejo e conceder aos habitantes um ano de fartura.
Ninguém sabe ao certo como surgiu a tradição, mas acredita-se que o crânio remonte ao século XIII.
Demônios em Chamas
Essa tradição natalina ocorre na Guatemala todo ano.
Sete dias antes do Natal, um grupo de pessoas formando um comitê especialmente designado para a tarefa percorre as ruas das cidades recolhendo objetos que são entregues pelas pessoas. Esses objetos, em geral são feitos de madeira, papelão ou tecido representam os pecados cometidos ao longo do ano que passou e do qual se arrependem. Quanto maiores os pecados, mais material é oferecido.
Os objetos são recolhidos e colocados em carrinhos de coleta.
Todo esse material é levado para centros cívicos ou igrejas, onde voluntários se encarregam de moldar e juntar esses objetos na forma de medonhos demônios. As horríveis efígies, dotadas de asas, chifres e garras são montadas com enorme talento artístico e inegável senso para o bizarro. Dependendo da quantidade de material recolhido, esses bonecos podem atingir até impressionantes 10 metros de altura. Ou seja, bonecos demoníacos gigantes!
Na véspera de natal, ocorre uma festividade que marca o início das festas. Nela, gasolina é jogada sobre os bonecos que em seguida são incendiados. Enquanto a efígie demoníaca arde em chamas, acredita-se que com elas, os pecados e tentações acabam também se dissipando abrindo o caminho para um ano melhor.
Esconda as Vassouras
Na Noruega existe um costume muito antigo que ainda é praticado em boa parte do país.
Acredita-se que na véspera de Natal, todas as vassouras devem ser recolhidas e guardadas em armários ou porões. estes são então trancados para que ninguém entre e possa apanhar os objetos.
A razão disso é horripilante!
Diz a lenda que na véspera de Natal, feiticeiras tendem a se reunir com o propósito de fazer o mal e denegrir o significado das festas natalinas. Como suprema zombaria diante do nascimento do menino Jesus, as bruxas procuram por crianças para assassiná-las e retirar delas a gordura corporal, fervendo-as em grandes caldeirões e tachos de ferro. Em seguida, a gordura amarela é espalhada no cabo das vassouras, permitindo que elas possam voar pelo céu.
A tradição de esconder as vassouras surgiu por dois fatores: Primeiro, dificultar que bruxas tivessem acesso a vassouras que lhes serviriam como montaria e Segundo, por que ser visto com uma vassoura nessa noite podia significar que a pessoa era uma bruxa.
A antiga tradição pode parecer mera superstição, mas há registros de que no século XVI, mulheres que não esconderam vassouras na noite de Natal ou foram flagradas com elas nas mãos, acabaram sendo acusadas de feitiçaria e conluio com as trevas.
Portanto, melhor não arriscar e guardar a vassoura!
O Gato de Yule
A véspera de Natal é uma data alegre em todo mundo, mas é também a época em que o terrível Gato de Yule está à espreita.
O bicho é um monstro mítico do folclore da Islândia muito temido pelas crianças de lá. Diz a lenda que a criatura teria a forma de um enorme e feroz felino coberto de pelos brancos que lhe conferem camuflagem na neve. A fera está sempre à espreita com seus enormes olhos verdes à brilhar na escuridão. Seu alvo prioritário são crianças que ele fareja ao longo do ano e que nessa noite em especial planeja devorar.
Por esse motivo, é tradição que as crianças recebam uma roupa nova no Natal. Uma vez que a roupa é nova, o Gato não é capaz de farejar sua vítima e portanto desiste de atacar.
A curiosa tradição teria surgido graças a fazendeiros que usavam o mito para incentivar os trabalhadores a terminar a produção lã antes do Natal. Aqueles que participavam do trabalho nas empresas têxteis eram recompensados com roupas novas para seus filhos, mas aqueles que não trabalhavam não recebiam nada e podiam ser atacados pelo Gato de Yule.
A tradição continua existindo na Islândia e pelo sim, pelo não, as crianças de lá tendem a não reclamar de receber roupas como presente.
Teias de Aranha Natalinas
Se um dia você viajar para a Ucrânia na época natalina poderá ficar confuso com a decoração que mais parece ser de Halloween.
No país, as árvores e casas são decoradas com teias de aranha artificiais que podem ser vistas em todo canto. Quanto maior e mais destacada a teia melhor!
Há duas explicações para essa tradição. A primeira é uma lenda bastante antiga, a respeito de uma família pobre que permitiu que uma aranha tecesse a sua teia no telhado da casa onde viviam. Na véspera de Natal, quando a família se reunia a aranha ficou sensibilizada pelo fato deles não terem quase nada para comer. Ocorre que a aranha era mágica e na manhã seguinte, quando acordaram, descobriram que os fios de teia haviam se transformado em prata e a família ficou rica. As teias simbolizam prosperidade para o ano que se inicia.
Há, no entanto, uma versão mais sinistra.
As teias seriam uma forma de impedir que fantasmas e maus espíritos entrem nas casas na véspera de Natal. Tradicionalmente, é um período em que o mal ronda com mais força, tentando frustrar a reunião e a paz das famílias. Essas teias servem portanto para capturar influências negativas e as mantem aprisionadas. No Dia de Reis, as teias devem ser removidas em uma espécie de cerimônia na qual água benta é lançada sobre elas como forma de purificação. Uma parte importante desse ritual, é que antes de tocar nas teias é preciso pedir proteção aos santos para que os espíritos presos não se soltem e façam o mal. Por essa razão, para alguns, uma teia arrebentada é sinal de azar para o ano inteiro.
Biscoitos Malditos
Na África do Sul existe uma história tétrica, contada pelos pais para fazer seus filhos respeitarem as tradições.
É parte dos costumes nos países de língua inglesa, oferecer biscoitos caseiros para Papai Noel, quando ele vem deixar os presentes. Para que as crianças aprendam a não mexer nas coisas dos outros, conta-se a seguinte história medonha.
Certa vez, um menino chamado Danny não obedeceu às ordens de seus pais e desceu antes da hora para olhar os presentes e comer os biscoitos de Papai Noel. Enquanto abria os presentes e se fartava com os biscoitos, a avó de Danny ouviu um barulho e temendo se tratar de um ladrão, armou-se com uma frigideira de ferro. Ela se esgueirou por trás da árvore de natal e quando viu uma sombra, acertou-a na cabeça com toda força. Danny morreu imediatamente! Diz a lenda que a avó enlouqueceu e se lançou em um rio desaparecendo para sempre.
Já seria o suficiente para traumatizar qualquer criança, mas ainda tem mais!
Os fantasmas de Danny e da Avó visitam as casas e zelam pelos biscoitos e pelos presentes que não devem ser abertos antes da hora pelas crianças de bom senso. Aquelas que desafiam essa norma podem ter de enfrentar a fúria dos dois fantasmas que então levam as crianças embora para nunca mais voltar.
E você aí achando que nada poderia ser pior que o Krampus...
Fonte: Mundo Tentacular
Nenhum comentário:
Postar um comentário